domingo, 7 de abril de 2019

São Tomé | Juiz impôs prisão preventiva para o ex-ministro das Finanças


Detido no final da tarde de quarta – feira pela Polícia Judiciária, o ex-ministro das Finanças Américo Ramos(na foto), foi ouvido na quinta feira pelo juiz de instrução do Tribunal da Primeira Instância.

Após análise do processo, o Juiz ordenou que o arguido fosse conduzido a cadeia central, em regime de prisão preventiva. A defesa do arguido disse a imprensa que o seu cliente, está a ser acusado por crimes que teria cometido durante o exercício das suas funções como ministro das finanças e da economia azul.

O comunicado do Governo, divulgado logo após a decisão do juiz em mandar Américo Ramos para a Cadeia Central, veio elucidar a opinião pública sobre os motivos da detenção do ex-ministro.

O comunicado diz claramente que foi o executivo quem moveu uma queixa junto a Polícia Judiciária contra o ex-ministro das Finanças e Economia Azul. O Governo explica que a queixa apresentada contra Américo Ramos tem a ver com dois casos de alegada corrupção financeira, nomeadamente o crédito de 30 milhões de dólares contraído em nome do Estado são-tomense junto a empresa “China International Fund” e também o crédito de 17 milhões de dólares que Américo Ramos assinou com o fundo kwaitiano, cujo valor nunca entrou em São Tomé e Príncipe.



«Desconhecendo até o momento a utilização desses empréstimos, foi o governo surpreendido com uma carta do fundo kwaitiano, reclamando o pagamento de juros, por desembolso do empréstimo já efectuado no valor de 246 mil dólares norte americanos».

O Governo acrescentou ainda que «não tendo em seu poder qualquer documentação que comprove o paradeiro dos 20 milhões de dólares em falta do empréstimo»,  contraído com a empresa “China International Fund”.

E por outro lado «desconhecendo a quem terá sido pago o montante já desembolsado do empréstimo Kwaitiano, o actual governo procedeu a uma vasta recolha de informações que o levaram a concluir estar na presença de indícios bastante fortes que podem constituir graves crimes económicos previstos e punidos pela nossa legislação penal e outras legislações de combate à prática de crimes económicos e financeiros».

O Governo diz que com base na lei apresentou tais denúncias a Polícia Judiciária, que também com base na lei, deu início às investigações que culminaram com a detenção do ex-ministro das Finanças e actualmente assessor económico e financeiro do Presidente da República Evaristo Carvalho.

Abel Veiga | Téla Nón

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