terça-feira, 20 de agosto de 2019

UM MAR DE MORTE! -- Martinho Júnior


… Enquanto os recursos da Terra são aceleradamente esgotados (para os níveis de consumo actual seria preciso um planeta com 1,75 vezes o tamanho da Terra – https://geomorfusjr.wixsite.com/geomorfusjr/blog-1/o-dia-que-o-ser-humano-passou-do-limite), a irracionalidade humana alcançada pela via dum capitalismo rampante e insaciável, encaminha o mundo para um alienante neofascismo, como se em pleno século XXI se regressasse aos fundamentalismos da época feudal, com um poder militar e de inteligência abissal, jamais antes alcançado pelo homem! (https://cubaporlapaz.wordpress.com/2018/12/12/neofascismo-global-o-fin-del-capitalismo/).

 Martinho Júnior, Luanda

01- À medida que os recursos da Mãe Terra vão sendo aceleradamente consumidos e esgotados, (http://ceget.blogspot.com/2009/11/la-tierra-no-aguanta-mas.html) desde o início da década de 90 do século XX que o mundo está a assistir à deriva neofascista em ascensão por dentro dos mecanismos e instrumentos de poder da hegemonia unipolar e seus sistemas de vassalagem.

Essa tendência tem sido reforçada em função das novas tecnologias, elas mesmo aceleradoras do esgotamento de recursos e ingrediente incontornável para a modelagem do carácter do poder do capital que as impulsiona…

A combinação dos esforços tecnológicos, de inteligência e militares obriga a procurar no espaço a implantação de sistemas capazes de controlar, gerir e guiar as novas armas, impondo conceitos que implicam o poder do mando sobre todas as outras ramificadas capacidades de decisão (https://www.voltairenet.org/article207044.html).

Para o império da hegemonia unipolar tudo na Terra passou a estar sob o olho clínico do Echelon!... (https://www.globalresearch.ca/echelon-today-the-evolution-of-an-nsa-black-program/5342646).

Sob o “escudo” de mísseis nucleares USA na Europa


Manlio Dinucci*

Após a retirada dos EUA do Tratado INF, a Aliança Atlântica torna a instalar os seus lançadores e mísseis nucleares de médio alcance. Transforma a Europa Central e Ocidental, assim como o Pacífico, em campos de batalha.

A instalação de mísseis da NATO em Deveselu, na Roménia, que faz parte do sistema Aegis americano, de “defesa anti-mísseis”, terminou a “actualização” que começou em Abril passado. Comunica a NATO, assegurando que “não conferiu nenhuma capacidade ofensiva ao sistema”, que o mesmo “permanece puramente defensivo, concentrado em ameaças potenciais provenientes do exterior da área euro-atlântica”.

A unidade de Deveselu está dotada (de acordo com a descrição oficial) com 24 mísseis, instalados em lançadores verticais subterrâneos, para a interceptação de mísseis balísticos de curto e médio alcance. Outro local, que ficará operacional em 2020, na base polaca de Redzikowo, também será equipado com este sistema. Lançadores do mesmo tipo estão a bordo de quatro navios da Marinha dos EUA que, localizados na base espanhola de Rota, navegam no Mediterrâneo, no Mar Negro e no Mar Báltico.

O cálculo gelado de Donald Trump


Ao manifestar interesse em comprar a Groenlândia, o presidente dos EUA tenta, mais uma vez, perturbar a ordem ocidental do pós-guerra. O principal interesse é o domínio americano no Ártico, opina Oliver Sallet.

O presidente dos Estados Unidos é um famoso cético quando se trata de alterações climáticas provocadas pelo homem. No entanto, o atual derretimento do gelo na Groenlândia pode estar aquecendo seu coração. Isso porque a maior parte da Groenlândia está no Ártico, uma das poucas regiões subdesenvolvidas do mundo com grande potencial econômico.

Quando ele se oferece para comprar a Groenlândia, parece óbvio que o que interessa ao presidente são os recursos naturais do lugar. A mudança climática e o derretimento das massas de gelo levam a crer que estes serão em breve mais fáceis de serem alcançados. Até mesmo Trump, o negador da mudança climática, sabe disso – e não faz questão alguma de esconder que os EUA querem estar na vanguarda da corrida pelo Ártico no futuro.

Os países árticos incluem não apenas os EUA, o Canadá, a Noruega e a Dinamarca, mas também o rival geopolítico de Trump, a Rússia. Até mesmo a China, que na verdade não possui territórios árticos, está inequivocamente tentando justificar sua reivindicação na região polar, descrevendo-se como um país "em grande proximidade" do Ártico.

Reino Unido | O que Johnson espera de encontro com Merkel?


Primeiro-ministro do Reino Unido exige a reabertura de negociações com a UE sobre o Brexit. Por trás da reunião com a chanceler federal alemã pode estar esperança de obter concessões e tentativa de mostrar esforço aos britânicos.

Quando, nesta quarta-feira (21/08), o chefe de governo britânico, Boris Johnson, se encontrar com sua homóloga alemã, Angela Merkel, em Berlim, para discutir o impasse do Brexit, dois mundos distintos entrarão em colisão.

De um lado, está o comportamento impulsivo, muitas vezes desastrado, do inglês, associado a sua retórica populista e tendência de ser econômico com a verdade. Do outro, a democrata-cristã que é a própria encarnação de uma abordagem metódica, analítica e sem firulas para lidar com situações difíceis.

Mesmo nos melhores tempos, seria necessário um grande esforço para imaginar os dois encontrando muito campo comum. Devido à natureza agressiva e turbulenta das discussões sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, contudo, uma reaproximação parece mais distante do que nunca.

Primeiro-ministro renuncia e coloca fim a governo na Itália

PM italiano, Giuseppe Conte, chamou de irresponsável seu vice, Matteo Salvini (esq.)
Em discurso no Senado, Giuseppe Conte anuncia que vai deixar o cargo e acusa seu vice, Matteo Salvini, por crise na coalizão de governo. Presidente deve decidir sobre convocação de novas eleições.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou sua renúncia nesta terça-feira (20/08), afirmando, em discurso no Senado, sua intenção de informar no mesmo dia o presidente italiano, Sergio Mattarella de sua decisão. Ele atribuiu a culpa pelo fim do governo populista, que durou 14 meses, ao ministro do Interior e vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini.

"Estou dando fim aqui a essa experiência de governo", disse Conte, chamando Salvini de "irresponsável" por provocar uma crise do governo.

O primeiro-ministro criticou severamente as recentes demandas de Salvini por um eleição antecipada, para que, segundo ele, pudesse ganhar "plenos poderes" e conquistar o posto de primeiro-ministro.

Brasil | Os ‘famosos’ que se arrependeram do apoio a Bolsonaro


Altamiro Borges,  São Paulo | Correio do Brasil | opinião

A edição da revista Veja desta semana traz uma curiosa reportagem sobre “as celebridades arrependidas pelo apoio a Bolsonaro”. Assinada pela repórter Mariana Zylberkan, a matéria lista alguns “famosos” da mídia que já desembarcaram do jet-ski tresloucado do “capetão”, entre eles, o “humorista” Danilo Gentili, o “roqueiro” Lobão e o músico Fagner. 

“Desiludidos”, eles passaram a fazer críticas ao presidente e viraram alvo da fúria dos bolsominions. Após ajudarem a chocar o ovo da serpente fascista, a exemplo da asquerosa Veja, eles agora temem por suas vidas.

“Danilo Gentili costumava inflamar a tropa bolsonarista com suas piadas e pregações marcadas pelo antipetismo e grande afeição às ideias do presidente. Por essa fidelidade, ganhou uma boa recompensa: em 30 de maio, Jair Bolsonaro se tornou o primeiro chefe do Executivo a aceitar ser entrevistado por Gentili em seu programa, The Noite, no SBT.

A conversa rolou em clima de camaradagem. Mas o humor bolsonarista mudou depois que Gentili iniciou uma escalada de críticas ao presidente, principalmente em razão da decisão de indicar o filho ao posto de embaixador em Washington… Eduardo reagiu, eles trocaram farpas pelo Twitter e o exército bolsonarista nas redes sociais se inflamou contra o apresentador”.

Como registra a revista, em tom de crítica à intolerância fascista da famiglia Bolsonaro, “o episódio acabou por engrossar a lista das celebridades arrependidas do apoio dado ao presidente.

Um dos mais barulhentos fãs de Bolsonaro na época das eleições, o roqueiro Lobão pulou fora da tropa em meados de maio, fazendo também um grande barulho em torno disso. ‘Não tem capacidade intelectual para gerir o Brasil’, declarou em uma entrevista.

De uns tempos para cá, passou a chamar o presidente de ‘Bolsomico’ e se dispôs até a trabalhar pelo impeachment. Mais discreto, o cantor Fagner, que diz ter apoiado Bolsonaro porque desejava ‘mudança’, assumiu publicamente o arrependimento em entrevista ao programa Conversa com Bial, da Globo, em junho. ‘Parece que ele continua na campanha. Passa uma impressão de amadorismo’, afirmou”.

Desiludidos

A revista Veja garante que a legião dos desiludidos está crescendo rapidamente. Ela cita grupos que expressam seu descontentamento nas redes sociais e inspiram os memes de perfis no Twitter como “Jair Me Arrependi” (140 mil seguidores) e “Bolsominions Arrependidos” (95 mil).

“A desilusão encontra eco em pesquisas, na última, feita em julho pelo Datafolha, 61% responderam que Bolsonaro ‘fez pelo país menos do que se esperava’. Assim como Danilo Gentili, não estão achando mais graça alguma no governo”. Que pelo menos aprendam a votar no futuro e deixem de ser midiotas!

*Altamiro Borges, é jornalista.

O Brasil está sem dinheiro porque está sem governo


“O Brasil está sem dinheiro / os ministros estão apavorados / estamos aqui tentando sobreviver”. Dessa vez Jair Bolsonaro não mentiu, mas não é bem como disse. O Brasil está sem dinheiro porque está sem governo. E sem governo não há país que sobreviva como algo que seja ainda considerado país.

Janio de Freitas*

Faltam dinheiro e governo porque, com a produção industrial em queda contínua, o comércio em queda, queda até nos serviços e o crescente desemprego, a arrecadação de impostos e outras contribuições não alcança o mínimo necessário. Colapso a que Paulo Guedes, Bolsonaro e os militares retornados assistem com indiferença imobilizadora há quase nove meses. A solução que Guedes pesca em sua perplexidade é o seu apelo por dois ou três anos de paciência.

Em economia não existe o conceito de paciência. Na vida dos países, muito menos. Muito diferente foi o assegurado aos eleitores na campanha, pelo candidato, por Guedes, por consultorias e jornalistas do apoio a Bolsonaro. Durante meses, ouviu-se que já neste primeiro ano de governo o crescimento econômico seria de 3%, se não mais. Desde o primeiro mês de 2019, no entanto, as previsões foram submetidas a sucessivos cortes mensais. Ainda a quatro meses e meio do fim de ano, já estão em 0,8% ou menos, havendo quem admita 0% no final.

Esse resultado às avessas não se explica pelo mau legado de Henrique Meirelles e Temer, que, de fato, nada fizeram pela reativação da economia. Era por haver conhecimento geral daquela insanidade que o bolsonarismo buscava seduzir com os prometidos 3% de crescimento já. Além do golpe da internet, portanto, o estelionato eleitoral, na expressão criada por Delfim Netto.

Salvini, a voz da “nova” ultradireita europeia


Como o vice-primeiro-ministro italiano explora o medo de parte da população diante dos imigrantes para posar de paladino da ordem e crescer eleitoralmente. Seus trunfos: a crise da velha política, uma comunicação baseada em fake news e as hesitações da esquerda

Matteo Pucciarelli, no Le Monde Diplomatique | em Outras Palavras

A Itália tem um novo homem forte. Na opinião de muita gente, até um novo salvador. Em Roma, o verdadeiro chefe do governo não é o presidente do Conselho, Giuseppe Conte, nem o vencedor das últimas eleições gerais, o líder do Movimento Cinco Estrelas (M5S), Luigi Di Maio. O verdadeiro chefe do governo é o ministro do Interior, Matteo Salvini. É como se, de um dia para o outro, um obscuro vereador de Milão, militante de longa data da formação separatista Liga Norte, tivesse se tornado a personalidade mais poderosa do país. Em suas mãos, um partido que parecia uma relíquia transformou-se no principal agente da política italiana e talvez europeia.

As raízes dessa incrível transformação chegam muito longe, não no tempo, mas no espaço. Desde 2014, as guerras e a pobreza levaram milhões de habitantes da África e do Oriente Médio a atravessar o Mediterrâneo em busca de trabalho, liberdade e paz em uma Europa rica, antiga, porém cada vez mais desigual. A resposta do Velho Continente resumiu-se ou a fingir que não via, ou a explorar os fantasmas do desespero alheio: em vez de ajudar, identificar um inimigo e lançar um concurso de humilhações. Os últimos e os penúltimos dos abandonados do planeta foram jogados uns contra os outros, e os mais favorecidos foram deixados em paz. Na Itália, Salvini iniciou a revolta dos penúltimos. Com certo talento, aprendeu a comunicar-se com suas necessidades.

A Liga Norte foi fundada em 1991, às vésperas da implosão dos três partidos de massa – o democrata cristão, o comunista e o socialista – que dominavam a Itália desde a Segunda Guerra Mundial. Apresentando-se como “nem de esquerda nem de direita”, ela nasceu da fusão entre a Liga Lombarda de Umberto Bossi, surgida em meados dos anos 1980, e algumas forças regionalistas que operavam no norte do país. Sua articulação se dava em torno de um objetivo particularista: a independência da Padânia, uma nação imaginária que se estenderia ao redor do Pó, uma vez que o norte, próspero e trabalhador, estaria cansado de pagar pelo sul, atrasado e dependente. Assim, cada um deveria seguir seu próprio destino.

Os partidos democrata cristão e socialista, na época, estavam ruindo por causa do escândalo Tangentopoli.1 O divisionismo reinava, e o Partido Comunista Italiano (PCI) abandonou qualquer referência ao comunismo após a queda do Muro de Berlim. A Liga conseguiu seu primeiro avanço nas eleições gerais de 1994, obtendo 8,7% dos votos em nível nacional e mais de 17% na Lombardia. Depois, participou do governo de centro-direita de Silvio Berlusconi. Mas, irritado com seu papel subalterno, Bossi, um franco-atirador truculento, não tardou a deixar a aliança, derrubando de passagem Berlusconi. Bancando o cavaleiro solitário nas eleições seguintes, a Liga ganhou 10% dos votos em 1996, caindo depois para 4,5% nas eleições europeias de 1999.

Os banqueiros misantropos por detrás do «New Deal» Verde


Ninguém que conheça como se comporta o capitalismo pode deixar de desconfiar do actual empenho “verde” da oligarquia, directamente ou através da promoção mediática de figuras e organizações de fachada. Uma observação documentada dos bastidores, como a que este texto faz, ajuda a esclarecer alguma coisa.


Uma vasta mudança radical em direção a uma “economia verde” está agora a ser impulsionada por forças que podem deixar um cidadão educado bastante desconfortável.

Evidentemente, os noticiários mostram diariamente o bravo movimento jovem de “eco-guerreiros” liderado pela sueca Greta Thunberg, de 16 anos, ou pelo norte-americano Jamie Margolin, de 17 anos, que se tornou uma força em toda a Europa e os EUA dirigindo movimentos como Extinction Rebellion, This is Zero Hour, Sunrise Movement e a eco-cruzada das Crianças. A jovem face de Alexandria Ocasio-Cortez vende diariamente a ideia de que a única maneira de substituir as forças capitalistas ultrapassadas que há décadas atormentam o mundo é impor um New Deal Verde que dê prioridade à descarbonização como uma meta para a humanidade em vez de continuar a permitir que as irresponsáveis forças dos mercados determinem nosso destino.

A presidente da UE, Ursula von der Leyen, atacou até a Iniciativa Cinturão e Estrada da China (que, ironicamente, representa um verdadeiro New Deal do século XXI) dizendo que “alguns estão a comprar influência investindo na dependência em relação a portos e estradas”… mas “que nós seguimos o caminho europeu”. O que é o “caminho europeu”? Não os planos de desenvolvimento de Charles De Gaulle ou Konrad Adenauer, que encaravam como positivos o crescimento industrial e o aumento da população, mas antes um Green New Deal. Von der Leyen disse em 17 de Julho que “eu quero que a Europa se torne o primeiro continente do mundo neutro em CO2 até 2050! Vou apresentar um New Deal Verde para a Europa nos meus primeiros 100 dias no cargo… ”

Atacando as “irresponsáveis forças do mercado” e as estruturas de poder do capitalismo não são coisas más de fazer … mas porque devemos descarbonizar? A re-regulamentação de bancos grandes demais para cais já está muito atrasada, mas porque supõem tantos que um “New Deal Verde” não irá apenas capacitar as mesmas forças que devastaram o mundo nos últimos cinquenta anos e apenas causar mais morte e fome do que já foi sofrida sob a Globalização?

Pode até pensar-se em fazer essas perguntas confrontando primeiro o desconfortável facto de que por detrás destas figuras recortadas em cartão como Thunberg, Margolin, Cortez ou o Green New Deal estão figuras que ninguém de forma alguma associaria ao humanitarismo.

Vem aí nova crise? Só os muitos distraídos ignoravam essa realidade do mercado


O Curto ao pequeno almoço desta terça-fira que se prevê quente e com a deflagração de fogos. Uns pelo aumento da temperatura climática outros causados por doidos varridos que gostam de ver as chamas gigantescas que provocam, estando-se nas tintas para as vidas que podem afetar negativamente e até as mortes. Há ainda os que são pagos para incendiar aqui e ali por conveniências que só as autoridades policiais e judiciais podem provar e concluir isso mesmo na acusação. O que é muito difícil de provar. É que há os que lucram com os incêndios que provocam por encomenda ou de moto próprio. Crime, dizem eles, os da polícia e os da justiça. La Palice não diria melhor.

Agora por polícia e justiça... Os agentes da polícia andam abandonados e furiosos com o estado seu patrão – que os ignora e maltrata. Eles são a nossa segurança mas os governos estão-se borrifando. O que é que aqueles homens e mulheres têm de fazer para recuperarem as condições que lhes devemos e assim operarem sem a carteira e a dignidade desrespeitadas? Como no salazarismo, estes pseudo democratas dos poderes consideram-nos carne para canhão?

Na justiça também a indiferença alastra. Os profissionais estão carecas de alertar para as péssimas condições em que têm de trabalhar… Que não há dinheiro, alegam os que querem, podem e mandam (até um dia) nos poderes. Mas há dinheiro (nosso), dos contribuintes (até dos que compram somente arroz, feijão e batatas) para sustentar vigaristas do estilo Ricardo Salgado e trupes idênticas, ou pagar cerca de 17 mil euros mensais ao dito governador do Banco de Portugal que de regulador tem somente a classificação – porque é um adorno caríssimo, que deixa passar em pretensa ignorância operações que estão na cara pertencerem à família dos cambalachos e de desonestidades características dos tais dos "colarinhos brancos". Assim, impunemente.

Melhor seria declararem: “Não há dinheiro a não ser para uns quantos". Para os do costume, os que até fazem “doações” aos partidos e aos candidatos, e aos dos lobies, e aos que defendem as cores dos cifrões acima de qualquer outros interesses que não sejam a gula, a ganância e a exploração pura e dura que lhes permite vidas faustosas sustentadas pelos que realmente produzem e têm por estigma serem muito mal remunerados.

Uma adenda: Os GOE – polícias do grupo de operações especiais – exigem do Estado uma indemnização de 300 mil euros, processo em tribunal. Daquele grupo especial da polícia há homens que foram destacados para países que são considerados teatro de guerra e que não receberam o que a lei destina aos que se arriscam em tais cenários… Calotes inadmissíveis, pespegados por desprezíveis governantes que na realidade não o mereciam ser. Indivíduos desprovidos de consideração pelos que dignificam o país no seu trabalho, nas suas profissões. Indivíduos de papo cheio, com a designação de políticos, mas que não vão além de ações e mentalidades parasitárias, de cambalachos e ganâncias para se servirem nos seus interesses, de familiares, amigos e correlegionários. Não por acaso são esses os que conspurcam com má fama os políticos honestos e competentes. Levando as populações a medir tudo pela mesma cana naquela classe e nas de suas redondezas: uns aldrabões, vigaristas, ladrões… Uma floresta em que existem árvores sãs sem que se dê por elas ou só muito raramente tal se torne possível.

Não se queixe ou se achar por bem o desabafo faça-o. É que este arremedo de entrada ao Curto devia de conter outros tratos e ser realmente breve. Desculpe, distraímo-nos. Há tanto para abordar.

Só mais uma: reforma laboral. Numa curta frase avancemos com a apreciação adequada e comprovada de que os trabalhadores mais uma vez têm de baixar mais as calças… Nada mais prejudica os que trabalham do que aqueles que nada fazem. La Palice não diria melhor. Governos? De quem?

Se não forem os portugueses a salvarem-se mais ninguém o fará. Depende de todos os que por isto e aquilo sofrem na pele, no seu âmago, situações que nada têm que ver com uma República Democrática. Sem justiça não é possível existir democracia.

Falam de nova "crise". Já sabemos. Leia no PG: Assim arma-se a próxima crise financeira.

Só os muito distraídos ignoravam essa realidade do tal "mercado", fabricada pelos próprios interessados... E os povos que se lixem, porque prevalece a ganância dos feios, porcos e maus. Assim como dos seus servidores, nos governos, nos poderes...

Bom dia, boas férias, se as tiver. Só uma ínfima parte de portugueses podem afirmar que tiveram e gozaram férias. Mas a ilusão continua a ser propagandeada. O país real vive e sobrevive em circunstâncias bem diferentes, em más condições e/ou carências que são minimizadas ou mesmo ocultadas.

Pule para o Curto, a seguir, do Expresso. Lavrado pelo jornalista Filipe Santos Costa.

Bom dia.

Redação PG | MM

Portugal | Em dia 'D' para o fim do conflito, eis as reivindicações dos motoristas


Está agendada para esta terça-feira uma reunião entre o sindicato dos motoristas de matérias perigosas e a entidade que representa as empresas, no Ministério das Infraestruturas, que será decisiva para o progresso das negociações entre as duas partes.

A reunião desta terça-feira do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) no Ministério das Infraestruturas pode ser decisiva para o fim do conflito com a associação patronal ANTRAM, que esteve na origem da greve.

No domingo, dia 18, o SNMMP anunciou a desconvocação da greve iniciada no dia 12, por tempo indeterminado. Porém, ameaçou com novas paralisações, desta feita às horas extraordinárias, aos fins de semana e aos feriados, caso a Antram "demonstre uma postura intransigente" na reunião desta terça-feira, com início marcado para as 16h00, no Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa.

Eis os pontos essenciais das reivindicações do SNMMP e do que já foi acordado entre a Fectrans e a Antram:

1. Aumentos para os motoristas

O acordo finalizado no dia 14 de agosto, à noite, entre a ANTRAM e a Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes determinou aumentos mínimos de 140 euros para motoristas indiferenciados e 266 euros para motoristas de matérias perigosas, a entrarem em vigor no próximo ano.

Três dias depois, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) recusou, em comunicado, os termos acordados numa reunião com os patrões, que durou 10 horas.

"A proposta abria mão do desdobramento para 2021 e 2022, centrando-se num plano de ganhos inferior aos 900 euros de salário base pelos quais nos batemos", de acordo com a estrutura sindical.

Os representantes dos motoristas pretendiam, numa primeira fase, um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que, com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

Mas num plenário antes do início da greve, a reivindicação passou para os 900 euros de salário base já em janeiro, exigência mantida pelo SNMMP.

2. Reconhecimento da especificidade da profissão

Ainda que o acordo entre a Fectrans e a ANTRAM determine que os motoristas de matérias perigosas terão um aumento superior aos restantes profissionais, o SNMMP defende que as negociações não asseguram o reconhecimento da especificidade da carreira.

"Esse reconhecimento, ainda que pago sob a forma imperfeita de complemento salarial, teria a garantia que seria pago pelos empregadores e tributado pelo Estado, tal e qual como acontece com o valor recebido no salário base", adiantou o sindicato no comunicado do dia 17.

O Ministério do Trabalho garantiu, no dia 14, que as empresas de transporte de mercadorias, tal como todas as entidades empregadoras, estão obrigadas a declarar à Segurança Social todas as remunerações sujeitas a descontos, não lhes sendo aplicada "qualquer situação excecional".

3. Trabalho suplementar e ajudas de custo 

José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans, sublinhou que o "memorando de entendimento" com os patrões melhora e valoriza questões como as diuturnidades e ajudas de custo, e muda conceitos de atribuição de regras de ajudas de custo diárias no transporte ibérico e internacional.

Mas o SNMMP garantiu que a ANTRAM não aceitou reconhecer "que o trabalho suplementar tem que ser pago sem recurso a uma carta branca cujo resultado é a normalização de turnos até 16 horas, impostos com regularidade pelos patrões", lê-se na mesma nota, do dia 17 de agosto.

4. Custos aumentam para as empresas

De acordo com a ANTRAM, aos aumentos acordados com a Fectrans "acrescerão os impostos que as empresas terão de suportar", sendo que, "no total, este aumento comporta um custo total de mais de 300 euros por mês por cada trabalhador", referiu em comunicado, depois de firmar este acordo.

"O custo que as empresas suportarão por trabalhador por ano aumenta em mais de 4.000 euros através deste novo acordo", acrescenta a associação.

Considerando que 2020 será "um ano histórico" e que este foi "um dos mais bem conseguidos acordos de que há memória", a Antram adiantou esperar que haja uma "alteração muito elevada no que respeita a tempos de espera/cargas e descargas destes trabalhadores".

Notícias ao Minuto | Lusa

Portugal | E depois da greve?


Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

A greve dos motoristas chegou ao fim, na sequência de um pré-acordo assinado entre a associação patronal e a Fectrans e da reabertura de negociações com o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas. São boas notícias, se esse processo possibilitar um acordo que respeite os direitos até agora negados aos trabalhadores.

É verdade que esta greve, como todas, afetou a vida do país. Mas esse é o seu papel, e o seu poder: dar visibilidade a profissões e abusos que de outra forma não seriam vistos, ouvidos ou reconhecidos. São justas as reivindicações dos motoristas - horários seguros ou salários justos e pagos por inteiro, sem esquemas dos patrões para fugir à Segurança Social - e hoje sabemos que os graves problemas laborais, e mesmo ilegalidades, por eles denunciadas são do conhecimento governamental há anos.

Esteve mal o Governo quando definiu serviços mínimos que não o eram, e na forma desproporcionada como geriu a requisição civil. A pensar nas eleições, o Governo do PS aplicou uma visão restritiva do direito à greve e uma interpretação absurda da lei do trabalho.

Portugal | Marcelo promulga alterações à lei laboral

O presidente da República justifica com uma eventual crise económica internacional com efeitos em Portugal.

O Presidente da República deu "luz verde" às alterações ao Código do Trabalho votadas em julho na Assembleia da República. A abstenção do PSD e do CDS-PP viabilizaram a revisão da legislação laboral que impõe novas regras na contratação a termo e alarga o período experimental, por exemplo.

Marcelo Rebelo de Sousa justifica a promulgação com a "amplitude do acordo tripartido de concertação social", "o esforço de equilíbrio entre posições", mas também os sinais que se esboçam de desaceleração económica internacional e a sua virtual repercussão no emprego em Portugal - nomeadamente no primeiro emprego e no dos desempregados de longa duração", lê-se na nota publicada no site da Presidência da República.

O que muda?

O diploma aprovado a 19 de julho teve origem numa proposta do governo apresentada depois de um acordo com os parceiros sociais, exceto a CGTP que contestou as alterações. Eis os principais pontos:

Período experimental duplica

Para os desempregados de longa duração e jovens à procura do primeiro emprego, o período experimental é alargado de 90 para 180 dias.

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