quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Hong Kong, a história que não irá ler


Uma parte da opinião pública já aprendeu a ser céptica em relação aos fluxos de “notícias” transmitidas pelos media dominantes. Mas trata-se infelizmente de uma pequena parte. Tudo o que possa ser feito para contrapor factos concretos às campanhas mediáticas é necessário, sejam elas sobre ”armas de destruição massiva” no Iraque sejam sobre os “combatentes da liberdade” em Hong Kong.


Nunca referir a versão da outra parte no terreno e limitar-se a repetir a mesma história, sem o mínimo aprofundamento, tornaram-se as regras seguidas pelos media dominantes para abordar os factos internacionais. Quer se trate de China, Venezuela, guerras, massacres ou catástrofes, de cada vez que se tem de informar recorre-se a uma fórmula pré-confeccionada. Que coincide regularmente com os interesses dos proprietários dos media, dos governos ocidentais e dos 0,1% que tentam governar as coisas do mundo.

Para quebrar esta corrupção mediática, que retira sentido ao discurso democrático e nos coloca nas mãos de uma plutocracia cada vez mais restrita, precisamos de mergulhar no caos das fontes alternativas de informação ou fundar jornais independentes. Ou ser-se prémio Nobel como Paul Krugman. Que pode permitir-se, nas colunas do New York Times, elencar as formas através das quais os 0,1% distorcem a seu favor as prioridades públicas. E produzem, acrescentamos, a comunicação hiper-simplificada, falsa e omissa da qual somos vítimas. Eis a lista de Krugman: 1) Corrupção hard: suborno em dinheiro de políticos e jornalistas. 2) corrupção soft. Isto é as “portas giratórias” entre governo e negócios, subsídios para périplos de conferências, integração em clubes exclusivos. 3) Contribuições eleitorais. 4) Definição da agenda política através da propriedade dos media e dos think tanks, de modo a fazer prevalecer prioridades que frequentemente são contrárias à razoabilidade e ao bem comum (P. Krugman, NYT 22.6.2019). Quando os 0,1% decidem que um país deve ser atacado - seja porque não tem armas nucleares e é rico em recursos naturais, ou porque está em condições de competir no plano económico e geopolítico, ou porque assume posições hostis à finança neoliberal, ou por um combinação destas razões - um ataque coordenado ao seu governo é desencadeado. As outras prioridades da política externa desaparecem e avança a cruzada mediática. Como vivemos uma época de aversão generalizada à guerra, o pretexto preferido para agredir um país tornou-se o “humanitário” e a “violação dos direitos humanos”.

EUA, a cultura que celebra a violência


Quando se trata de massacres em massa, os Estados Unidos têm números recordes; houve mais tiroteios neste país do que em qualquer outro lugar do mundo


Jordan e Andre Anchondo foram às compras em uma loja Walmart em El Paso, Texas. Eles queriam comprar material escolar para seus três filhos. Estavam no estabelecimento quando um jovem entrou armado com um rifle de assalto e começou a atirar contra as pessoas. Jordan e Andre morreram tentando proteger seu bebê de dois meses com seus corpos.
Mais de 20 mortos em poucos minutos foi o saldo. Menos de 24 horas após este incidente, outro tiroteio em massa, desta vez na cidade de Dayton, Ohio, deixou nove fatalidades; a tragédia parece interminável.

Quando se trata de massacres em massa, os Estados Unidos têm números recordes; houve mais tiroteios neste país do que em qualquer outro lugar do mundo. A diferença fundamental é que esses eventos não ocorrem em uma zona de guerra, perto de quartéis ou bases militares, acontecem em escolas, centros de recreação, em locais de culto religioso, em uma praça pública, em qualquer dia, o mais quieto e pacífico dos dias.

Os EUA são um país que incorporou desde o seu nascimento, como parte fundamental de sua construção como nação, a cultura da crueldade, da barbárie, da espoliação e da morte, a cultura norte-americana é uma cultura que celebra a violência.

Hong Kong | Retirada da lei da extradição é positiva mas insuficiente, protestos continuam


Hong Kong, China, 04 set 2019 (Lusa) -- A porta-voz do movimento pró-democracia que tem liderado os maiores protestos em Hong Kong disse à Lusa que as manifestações vão continuar apesar do Governo ter anunciado hoje a retirada formal da lei da extradição.

"Os 'slogans' que têm sido entoados nas ruas são claros. 'Cinco exigências: nem uma a menos'", disse Bonnie Leung, que é também vice-coordenadora da Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH) que reúne mais de uma dezena de partidos e organizações não governamentais.

"Esta [a lei da extradição] era a mais simples de responder, mas as outras quatro são igualmente importantes", sublinhou, defendendo que "seria também simples aceitar a criação de uma comissão de inquérito independente para averiguar a atuação da polícia" que é acusada de usar força excessiva.

Itália | Meio sem querer, o centro-esquerda retorna


Sem programa claro, e a mínima sombra de seu passado, o PD, cujas origens remontam ao Partido Comunista Italiano, voltou ao governo — agora aliado ao estranhíssimo PVS. Retorno impede triunfo da ultradireita, mas por quanto tempo?

Steven Forti *| Outras Palavras | Tradução: Rôney Rodrigues

Não estava morto, estava festejando. Ou talvez não. Melhor: estava vivendo um dia após o outro, segundo alguns, ou agonizando, segundo outros. Da série It’s an Uphill Climb to the Bottom, como cantava Walter Jackson. Seja como for, ele retornou. Pelo menos, é isso que parece. Refiro-me ao Partido Democrático (PD), fruto da unificação, em 2007, dos pós-comunistas (os Democratas de Esquerda, DS) e os pós-democratas-cristãos progressistas (a Margarita), na época sustentando o frágil e heterogêneo governo liderado por Romano Prodi. O PD foi a aposta de Walter Veltroni (secretário-geral entre 2007 e 2009 e ex-prefeito de Roma) que imaginou o casamento entre as duas principais famílias da política italiana, comunistas e católicos, após a longa travessia que começou com o fim da Guerra Fria e foi até o colapso da Primeira República com o escândalo de Tangentópoli [também conhecida como Operação Mãos Limpas, que descobriu licitações irregulares e o uso do poder público em benefício particular e de partidos políticos].

Foi com o intuito de converter a recém-fundada Segunda República em um sistema majoritário [na Itália, os congressistas são eleitos de forma direita, que, por sua vez, elegem o primeiro-ministro], com uma centro-esquerda e uma centro-direita – então liderada por um Berlusconi ainda não-inflamável – ao estilo anglo-saxão. A aposta não avançou para além da simpatia que um projeto assim poderia despertar. Não tanto porque Veltroni – que com a criação do PD fizera uma oferta interna a Romano Prodi – perdera as eleições de 2008 para Cavaliere [O Cavaleiro, apelido de Silvio Berlusconi], mas porque o sistema majoritário, que por si só já era extremamente sui generis, devido também às leis eleitorais, veio abaixo por nada. Ou melhor, demonstrou ser um sonho úmido que pouco tinha a ver com a realidade política transalpina.

Nas eleições de fevereiro de 2013, de fato, depois do parêntese do governo técnico de Mario Monti, entrou em cena com força o Movimento Cinco Estrelas (M5E). Começa-se a falar na tripolaridade: por um lado, a direita ainda liderada por Berlusconi, mesmo que estivesse cada vez mais em declino físico e político; por outro, a centro-esquerda do PD e, no meio, um objeto político não-identificado, a criação populista do ex-comediante Beppe Grillo. O que o PD planejava para essa nova situação? Que projeto tinha para essa nova fase? Viu-se em seguida. Primeiro, com a intenção frustrada de Pierluigi Bersani (secretário do partido e candidato a presidência) de chegar a um pacto com o M5E e, em seguida, firmando um acordo com o arqui-inimigo Berlusconi para “furar o bloqueio”: o governo de grande coalização de Enrico Letta, patrocionado pelo presidente da República Giorgio Napolitano. Na oposição, restaram apenas os grillini [partidários de Beppe Grillo], Liga Norte [de extrema-direita], já a ponto de desaparecer, a direita dos Irmãos da Itália e a esquerda da Esquerda, Ecologia e Liberdade (SEL), de Nichi Vendola.

Na rota das contra-revoluções "coloridas"


Daniel Vaz de Carvalho [*]

As ações contra-revolucionarias do imperialismo que diretamente não usam meios militares, ditas por perverso eufemismo necessário à manipulação, "revoluções coloridas" levam-nos a colocar as clássicas questões do: "quem, como, quando, onde e porquê". É este o tema que nos propomos abordar. 

1 - QUEM 

Não esqueço uma frase de um filme francês de 1958, que vi ainda adolescente, num cinema de bairro, intitulado "As grandes famílias" (segundo o romance homólogo de Maurice Druon). Num diálogo entre dois donos de uma fábrica, dizia um deles (Jean Gabin) para o irmão (Pierre Brasseur): "Eu sou de direita para defender os meus interesses, tu és de direita porque odeias os operários."

Esta frase, define muito de "quem" lidera e apoia, sobretudo financeiramente, movimentos contra-revolucionários. Para além destes juntam-se as massas do lumpen proletariado, os contaminados pelo anticomunismo, os que seduzidos pela propaganda da direita se revoltam contra o que percecionam como males, a maioria das vezes causados pelas políticas de direita e acham necessário "dar uma volta a isto tudo" sob a liderança do poder hegemónico transnacional "pois são os que vão dar dinheiro", outras camadas seguem a forma como se movimenta maioritariamente o meio em que se inserem.

Podemos questionar como foi possível um troglodita político como Bolsonaro ter-se tornado Presidente de um país como o Brasil, cujas tradições revolucionárias não devem ser esquecidas sobretudo neste momento crítico da sua História. Como foi possível um títere como Macron, ser Presidente da França. Como foi possível nulidades políticas como Cavaco Silva ou Passos Coelho serem erigidos em líderes da direita e ocuparem funções das mais elevadas do Estado, etc, etc. 

TEMPOS DUROS NUNCA ACABAM? VÊM AÍ MAIS NOITES DE DIAS DIFÍCEIS


O Curto, do Expresso balsemanista, bildeberguiano (que palavrão) e tudo que mais queiram a respeitar a diplomacia recomendada para o tio… Balsemão, que é Francisco como o rei do Vaticano.

Posto isto podemos dizer que começamos bem, com os Beatles. Olhem e oiçam-nos aí em cima, no merecido pódio. Foram os maiores, são os maiores, passadas tantas décadas… Adiante.

Posto isto, que é 'lana caprina', ou que não interessa para nada, vamos manter este nada. Porque não é nada estes tiques dos jornalistas e afins, por nada, esparramarem títulos e outras expressões de conteúdo em inglês quando estamos e os jornais são de Portugal, para portugueses ou para quem saiba ler em português independentemente da nacionalidade. Não é só nos jornais mas também nas rádios e nas televisões. Pois, jornalistas de agora…

No caso, Pedro Cordeiro, que nos serve este Curto explica o seu tique anglófono. Coisas compreensivas da juventude. Quem não as teve. Veja no final do Curto. Quente e bom. Ele sabe tirar cafés saborosos. Obrigado.

E assim temos no Expresso mais um título em inglês que vai direitinho aos tempos difíceis que anunciam. Mais uma crise. Tempos duros ou noites difíceis de dias difíceis. É o que se queira. Aquelas expressões que mais parecem tiques, que não são nada (cá está o nada) já foram classificadas pelos plebeus, a maioria dos portugueses de “caganeirices”. Dirão: mas agora muita gente em Portugal já sabe inglês. Sim. Verdade. Mas antes também e não se via essas tais “caganeirices”. Ou quando se via caía o Carmo e a Trindade sobre o “caganeiroso” que se tinha esparramado no tal tique, que não é nada. Recordo que até o Raul Solnado dizia frequentemente que os portugueses, principalmente os de Lisboa, eram bons no inglês. Flavam-no fluentemente e sem complexos. O inglês do Cais do Sodré. Aliás, a própria Hermínia Silva usou-o num fado. Aquilo é que era inglês… que todos entendiam e riam ou ao menos sorriam. Agora, com estes tiques do editores, jornalistas e afins, também dá para rir ou sorrir. Produzir títulos assim não é nada, mas é moderno. Tudo bem. Nem merece mais daqui, um parágrafo tão grande.

Pelo visto e dito vem aí mais uma crise. Vem? Mas já estamos nela. Ainda não saímos dela, da crise. Desta última e das anteriores! Quando parece que saímos é porque o pastor consegue adormecer o rebanho em prol das vantagens dos lobos. E o pastor agora é o António Costa, os lobos são aqueles que sistematicamente comem o rebanho, os Salgados e tantos outros que já o estão a substituir e são de facto donos disto tudo. Os tais 1% nacionais. Pior. Agora até já temos dos 1% internacionais. Portugal está mais rico em termos de exploradores esclavagistas e em vigaristas dos capitais globais e outras ilhargas que tais…

Portugal | A senhora dona Cristas não presta!


AMNISTIA AOS CRIMINOSOS DAS FUGAS DE CAPITAL

É o que se diz dos mentirosos, “que não prestam”. Assunção Cristas não é exceção. A razão da afirmação está em baixo, retirada de Ladrões de Bicicletas (mais vale roubar bicicletas que os bolsos dos portugueses). 

A senhora dona Cristas mentiu, pretendia ocultar a verdade. E a verdade foi que o governo de Passos Coelho, de Paulo Portas e também dela, com Paulo Núncio à mistura, protegeu, amnistiando, os criminosos que fizeram sair capitais fraudulentamente do país. E quem foram esses privilegiados? Ora, os ladrões e vigaristas do costume!

Eis a prova de que a “menina” Cristas não presta. É uma mentirosa, como tantos(as) outros(as) daquela estirpe. 

Já agora, apesar de não ser do seu tempo a dirigir o CDS/PP, a senhora dona Cristas tem mais alguma mentira nova sobre os famosos submarinos, o tal quase um milhão de euros (salvo erro) em que existiu um "doador" Capelo Rego e outros? Se tem, venha ela (a mentira nova).

Redação PG | CT


Paulo Núncio desmente Assunção Cristas

Assunção Cristas, no debate eleitoral de ontem com Catarina Martins, negou ser verdade que o secretário dos Assuntos Fiscais do Governo PSD/CDS ao tempo da troica, o dirigente do CDS Paulo Núncio, tivesse concedido uma amnistia a quem tinha feito sair capitais fraudulentamente do país.

Mas por incrível que possa parecer, acabou por ser desmentida pelo próprio Núncio que, por sua vez, já tinha sido desmentido por si próprio. Ler aqui.

Aquando da aprovação dessa amnistia em 2012, Paulo Núncio desmultiplicou-se em telefonemas para as redacções dos meios de comunicação social a desmentir que se tratasse de uma amnistia. Mas esquecera-se que, ele próprio, já assim a classificara numa newsletter do seu escritório de advogados -  um dos mais conceituados do país - dirigida aos seus clientes e potenciais clientes.

Ele há coisas que são realmente difíceis de aceitar. Às vezes, mesmo pelos próprios.

João Ramos de Almeida | Ladrões de Bicicletas

Portugal | PS pode alcançar maioria absoluta com 39% dos votos


O diretor da Eurosondagem, Rui Oliveira e Costa, considera que o PS pode atingir a maioria absoluta com 39% dos votos, ou seja, menos cinco pontos percentuais do que necessitava em anteriores sufrágios.

"A obtenção da maioria para o PS baixou 5%, passando de 44% para 39%. É a mais profunda alteração do sistema político português desde 1974", sustentou Oliveira e Costa, em declarações à agência Lusa.

De acordo com a tese do diretor da Eurosondagem, a fasquia mais baixa para a maioria absoluta do PS poderá implicar uma reconfiguração partidária à direita.

"Se esta minha tese se confirmar, tal como se confirmaram teses passadas, pode trazer alterações na reconfiguração partidária em Portugal, principalmente à direita", argumentou.

Portugal | Políticos com pensões douradas - parte II


Manuel Molinos | Jornal de Notícias | opinião

Em outubro passado, questionava, neste mesmo espaço, quem eram os ex-políticos que recebiam subvenções vitalícias. A pergunta colocava-se porque o Governo tinha suspendido a publicação da lista onde figuravam os 332 nomes com direito a pensão dourada, usando o escudo do novo Regulamento Geral de Proteção de Dados.

A resposta demorou quase um ano. Antes, o Governo recuou, deixou cair a tese de que era preciso uma nova lei que tornasse a publicação da lista obrigatória e aprovou, em agosto, o decreto para a sua disponibilização. Mas, a perplexidade mantém-se. E a pergunta muda de direção. Porque é que antigos primeiros-ministros, deputados, ministros, autarcas e juízes do Tribunal de Constitucional ainda beneficiam destes privilégios, que vão desde os 883,59 euros até aos 13 607 euros?

A verdade é que todos nós, os contribuintes, pagamos as subvenções vitalícias de políticos cuja conduta de alguns é, como sabemos, muito duvidosa. Este ano custam 7,17 milhões de euros aos cofres do Estado. Nomes, por exemplo, como Armando Vara e Duarte Lima recebem estas pensões. Mas também vamos pagar, para sempre, dois mil euros por mês a José Sócrates. Não é fácil para o comum dos trabalhadores perceber.

Portugal | Centenas de novos crimes vão 'engordar' acusação contra Rui Pinto


As acusações do Ministério Público contra Rui Pinto não se vão limitar ao caso da Doyen / Sporting. As autoridades têm provas de "centenas" de outros crimes de acesso ilegal a e-mails

Cristiano Ronaldo, magistrados do Ministério Púbico - entre eles o anterior diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Amadeu Guerra, e o procurador da República Pedro Verdelho -, escritórios de advogados (como o da Vaz Serra Associados e o da PLMJ, este último que defendeu o Benfica no caso 'E-Toupeira') e funcionários do Ministério da Administração Interna e da PSP estão entre alguns dos alvos da pirataria informática de Rui Pinto, cujos casos o Ministério Público (MP) quer incluir na acusação que terá de concluir até 22 de setembro.

O DN confirmou junto de fonte que está a acompanhar o inquérito, titulado pelo DCIAP, que o processo que começou com o caso da Doyen / Sporting e com o 'hacker' a ser indiciado e detido por acesso ilegítimo, violação de segredo, ofensa à pessoa coletiva e extorsão na forma tentada, pode ter um "considerável crescimento de volume, com parte das centenas de novos crimes entretanto detetados a integrarem o despacho de acusação" - cada acesso ilegal conta como um crime; e há muitos, a vários alvos.

Depois desta acusação, as autoridades vão preparar novos processos para completar a lista de alegados crimes e formularem novas acusações.

Para a maioria dos portugueses a crise não passou

Apesar da enorme descida do desemprego, o emprego, os salários baixos e o custo de vida são as principais preocupações dos portugueses.

Contrariando os números oficiais sobre o crescimento da economia e a queda do desemprego, menos de um terço por portugueses sentem que a crise económica foi ultrapassada e 53,5% estão mesmo convencidos que esta ainda não passou.

A conclusão é de um estudo do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, encomendado pela Missão Continente.

O trabalho revela ainda que o desemprego continua a ser o problema que mais portugueses (38,8%) consideram como o mais importante para o país, seguido, em segundo lugar, dos salários baixos e poder de compra (29,2%), da corrupção (26%) e das falhas do sistema de saúde (24,5%).

A investigadora e coordenadora do estudo, Luísa Schmidt, defende que estes números e a perceção dos portugueses sobre a existência ou não, ainda, de uma crise, mostram que, no fundo, estamos de "ressaca" e que a crise económica de 2008 foi tão forte e afetou tantas pessoas que deixou marcas profundas.

Um exemplo: quando se pergunta aos portugueses o que fariam se tivessem um aumento de rendimentos no topo das prioridades surge a saúde e a poupança, mesmo entre os mais novos, algo que não acontecia antes da crise.

"Ainda há um trauma da crise pois não houve praticamente nenhuma família que não tivesse sido afetada, mantendo-se um receio", acrescenta Luísa Schmidt, que sublinha que o desemprego até pode ter caído muito mas os salários não subiram e os custos de vida, nomeadamente da habitação, disparam.

Nuno Guedes | TSF

RU | Deputados conservadores que votaram contra governo expulsos do partido


Os 21 'tories' que votaram a favor da moção moção para debater e votar o projeto de lei que impõe um novo adiamento do Brexit foram expulsos do Partido Conservador, diz a imprensa britânica

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cumpriu a ameaça que fez anteriormente à votação da moção e expulsou do grupo parlamentar os 21 deputados que votaram no sentido de retirar o processo do Brexit das mãos do Governo para o colocar de novo no Parlamento.

Estes 21 'tories' são, assim, expulsos do partido por ter contrariado a orientação do mesmo. 

A moção, recorde-se, retira ao Governo o controlo sobre a agenda parlamentar na quarta-feira, permitindo apresentar e debater um projeto de lei que impõe um novo adiamento do Brexit caso o governo não chegue a acordo com Bruxelas até 31 de outubro.

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