quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Portugal | O respigar de algumas propostas programáticas Eleitorais do BE



Observações em relação ao programa eleitoral do Bloco de Esquerda e que conjuntamente com o do PCP, serão os únicos que me poderão fazer perder o meu tempo, e interessar analisar, já que as tendências políticas... apesar dos tempos modernos... ainda nos permitem ver e compreender o que é esquerda e direita... e porque em política o centro, nada ter a ver com virtude, e nomeadamente em termos de justiça social.

As técnicas de dar por um lado... de um dado momento alto da luta dos trabalhadores, para aliviar a pressão de luta de classe, e tirar por outro... e quando se adormece... e não luta suficientemente com determinação, organização, esclarecimento e inteligência para manter a pressão... sobre o inimigo de classe e do poder seu aliado... passam a ser conquistas de efeito apenas efémero... já que vivemos em economia capitalista interdependente... e do tipo mais canceroso... o neoliberal.

É como a luta entre o gato e o rato... Inconciliável.

Não se pode nunca, deixar de ter em conta a natureza de classe dos vários poderes nacionais e internacionais e saber com a força somada da esquerda e do movimento sindical e popular... até onde podemos ir...

A luta de classes é permanente e perpétua, até que uma classe submeta e oprima a outra. E as regras do jogo, são aquelas que o capitalismo permite... não se confunda democracia formal e representativa e o direito a alternâncias, com as possibilidades de alternativa do poder à esquerda.

A geringonça foi uma espécie de meio-termo e conseguido em resultado das contradições político eleitorais no centro direita… e pela sagacidade e capacidade de perceber o contexto e de uma saída mais democrática… só possível à esquerda sugerido pelo PCP.

- Um PS de maioria absoluta, não será igual... será a repetição de mais do mesmo… dos 40 anos anteriores à geringonça.

O PS na altura, colou-se à ideia do PCP… porque não foi o partido mais votado.

Portugal | Aprovada redução do prazo de garantia do subsídio social de desemprego


O Conselho de Ministros aprovou hoje o decreto-lei que reduz de 180 para 120 dias o prazo de garantia para acesso ao subsídio social de desemprego dos contratos a prazo sem renovação ou que tenham terminado no período experimental.

"Em cumprimento do acordo alcançado com os parceiros sociais no âmbito de um conjunto de medidas para proteção dos trabalhadores, este diploma reduz de 180 para 120 dias o prazo de garantia para acesso ao subsídio social de desemprego inicial para os trabalhadores cujo contrato de trabalho tenha cessado por caducidade do mesmo, sem que tenha havido renovação, ou tenha sido denunciado por iniciativa da entidade empregadora durante o período experimental", lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

O subsídio social de desemprego é atribuído a quem não reúna as condições para receber o subsídio de desemprego. Para ter direito, o beneficiário tem de cumprir a condição de recursos, ou seja, não pode ter património mobiliário (contas bancárias, ações, fundos de investimento) no valor superior a 104.582,40 euros e cada elemento do agregado familiar não pode ter rendimento mensal superior a 348,61 euros.

A BOMBA QUE PODE ARRASAR O BRASIL


Paulo Guedes acumula forças e segue plano para demolir soberania nacional. Já prepara novas contrarreformas, como a Tributária; anuncia privatizações de todas as estatais e insiste nos cortes de gastos. Conseguiremos brecar o desastre?

Paulo Kliass* | Outras Palavras

Ao que tudo indica, a estratégia adotada por Paulo Guedes para se impor como chefe absoluto da economia está sendo exitosa. Desde que se cogitou de seu nome para ocupar o comando da área, ainda na campanha do então ex-capitão/deputado federal, aquele que já foi um Chicago boy de segundo escalão busca confirmar seu programa maximalista na implementação do Estado mínimo no Brasil.

No início, essa possibilidade não era muito levada a sério. Em primeiro lugar pela subestimação generalizada que se fazia da candidatura de alguém que se propunha a ser o candidato galvanizador das forças da direita, em um contexto em que se apresentavam figuras tidas como mais “sólidas”, a exemplo de Henrique Meirelles ou Geraldo Alckmin. Em segundo lugar, em razão das conhecidas posições de Bolsonaro a respeito da economia ao longo de sua vida de parlamentar – ele sempre se manifestara em um tom meio nacionalista, deixando transparecer uma posição favorável à presença do Estado na economia.

No entanto, aquele antigo estereótipo do militar de direita e nacionalista parece não encontrar mais espaço no tabuleiro das ideias e da disputa ideológica em nosso País, inclusive no interior das Forças Armadas. Bolsonaro conseguiu se aproximar de grupos importantes do empresariado tupiniquim e se credenciou a penetrar com força no interior do financismo, principalmente a partir de sua passagem para o segundo turno no pleito de outubro passado.

“Democracia brasileira está sendo golpeada”, diz representante da OAB na ONU


A Ordem dos Advogados do Brasil foi até sede da ONU, em Genebra, para denunciar o que qualifica de ‘retrocesso político’ brasileiro

A Ordem dos Advogados do Brasil decidiu utilizar seu espaço de foro consultivo na Comissão de Direitos Humanos da ONU para denunciar o que qualifica de “retrocesso político” brasileiro.

Um documento apresentado nesta quarta-feira (11) em Genebra explica o que a instituição considera um desvio antidemocrático do governo de Jair Bolsonaro. Em entrevista à RFI Brasil, Hélio Leitão, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, explica a iniciativa.

Por que a OAB está veio a Genebra denunciar Bolsonaro?

Hélio Leitão – A OAB tem status consultivo na Comissão de Direitos Humanos da ONU, uma entidade não governamental que antes nunca tinha usado desse espaço na ONU. Um espaço, um foro internacional importante de discussão, de debate, de reflexão e de denúncia. Hoje participamos de um painel, de um evento paralelo, no jargão das Nações Unidas, no qual vamos discutir os retrocessos na agenda brasileira no que se refere às políticas de memória, verdade e justiça.

O que temos visto no Brasil é um esforço de tentar negar-se a existência da ditadura e de seus crimes. Busca-se um revisionismo e negacionismo histórico. Chega-se ao extremo de se negar fatos que já foram reconhecidos pelo próprio Estado brasileiro: mortes, torturas, assassinatos, banimentos, perseguições, na tentativa de fazer as pazes com a própria história. E agora aponta uma política na contramão, no sentido contrário.

A OAB também denuncia a apologia da ditadura, vista na resposta do presidente Bolsonaro à Alta Comissária da ONU, Michelle Bachelet, no qual o chefe de Estado enaltecia a figura do ditador Pinochet.

Esse é um outro ponto de extrema relevância que nos preocupa na Ordem dos Advogados – o enaltecimento de uma ditadura e de seus crimes, o enaltecimento da figura de um ditador, hoje reconhecido como perpretador de crimes contra a humanidade, o ditador Augusto Pinochet, e que parece servir de referência positiva ao nosso presidente. Com esses temas, queremos provocar a consciência cívica nacional e internacional. Este é um primeiro encaminhamento, a primeira vez que estamos aqui para suscitar esse debate. Na sequência, com o impacto da nossa presença aqui, nós iremos avaliar. É uma primeira provocação. Nós estamos provocando as instâncias internacionais através do Conselho de Direitos Humanos para que avalie, analise, debata e faça um possível encaminhamento. Essa questão será tratada com o professor Fabian Salvioli, relator para a Verdade, Memória e Justiça da ONU. Com isso, queremos levar a questão brasileira ao nível internacional, chamar a atenção da consciência cívica internacional, consciência democrática internacional pelo retrocesso por que passa o Brasil.

Brasil | STF e a república vaza a jato



João Feres Júnior | GGN

A revelação por parte do The Intercept Brasil das gravações de questionável legalidade das conversas de Lula com políticos, que se deram em datas próximas à conversa telefônica entre ele e a ex-presidente Dilma Rousseff, vazada pelo então juiz Sergio Moro à Rede Globo, confirma de maneira escancarada algo que já deveria ser claro, pelo menos para aqueles que compreendem minimamente como deveria funcionar um sistema democrático constitucional.

A diferença entre moral e direito é fundamental para o entendimento correto da dinâmica e estrutura desse sistema. Infelizmente, alguns advogados e juristas brasileiros, muito influenciados pelo positivismo jurídico, frequentemente confundem essas duas esferas reduzindo a moral à lei positiva. Para eles, o que não está nas leis não está no mundo. Ora, basta nos libertamos desse formalismo idealista para notarmos que a moral é uma instância anterior à lei e é só por meio dela que a lei se justifica e também é modificada. No processo democrático, só criamos novas leis ou alteramos as existentes por meio de uma discussão acerca do “dever ser’, isto é, do debate moral. Ademais, as leis existentes para serem legítimas devem se assentar sobre um consenso moral.

Há uma gradação na intensidade desses consensos que sustentam as leis. As mais básicas, os princípios constitucionais, são as mais difíceis de ser mudadas, pois sua alteração abalaria a estrutura mesmo do sistema democrático constitucional. Os direitos básicos são um bom exemplo. A abolição ou mesmo mitigação forte de qualquer desses direitos teria um efeito deletério sobre todo o sistema.

No sistema democrático liberal, esses direitos básicos não são todos iguais. Um deles é de longe o mais importante: o direito político. Ele é a base do elemento democrático desse sistema, mas também o é para a proteção dos direitos liberais clássicos (propriedade, ir e vir, de credo etc.), pois, em última instância, é somente por meio da participação política democrática que tais direitos são protegidos do abuso autoritário.

Merkel: EUA não vão mais defender a Europa de maneira automática


A Europa e os EUA compartilham valores comuns há décadas, mas os europeus não deveriam contar mais com a assistência militar americana e deveriam procurar outros centros de poder, argumentou a chanceler alemã Angela Merkel.

Faz 30 anos que o final da Guerra Fria revelou "uma nova narrativa da distribuição global de energia", declarou Merkel a parlamentares em Berlim.

"Existe uma superpotência militar e económica, os EUA", com a qual a Europa foi ligada "através de um sistema de valores", ponderou a chanceler alemã.

Apesar de todas as diferenças, "ainda existe a semelhança entre nós", admitiu ela, mas alertou contra o estabelecimento de expectativas muito altas quando se trata do futuro dos laços EUA-Europa.

"Os EUA não desempenharão mais automaticamente o papel de defensor da Europa, como durante a Guerra Fria", sentenciou.

Merkel acrescentou que "devemos fortalecer o vínculo transatlântico" e gradualmente avançar para gastar 2% do PIB em defesa, exatamente o que o governo Trump deseja da Alemanha e de outros aliados da OTAN.

Não está claro se o apelo é um sinal de que Merkel está se curvando à pressão dos EUA. Washington sempre exigiu que a principal economia da Europa aumente seus gastos militares, com o embaixador dos EUA Richard Grenell tentando empurrar Berlim para intervenções no Oriente Médio ou ameaçando realocar tropas americanas baseadas na Alemanha para a Polónia.

A chanceler alemã há muito tempo defende a redução da dependência da Europa dos EUA, pelo menos em termos de política externa e de defesa. No ano passado, ela disse que é hora das nações europeias "tomarem seu destino com suas próprias mãos", ao se unir ao presidente francês Emmanuel Macron, que também defende maior soberania para a União Europeia (UE).

Os principais membros do bloco estão cada vez mais descontentes com a maneira como o governo Trump trata de uma variedade de questões, desde o acordo nuclear do Irão em 2015 até o acordo com a China. Merkel, por sua vez, não parece ter estabelecido um forte vínculo pessoal com o presidente dos EUA.

Sputnik | Foto: © AP Photo / Evan Vucc

A luta independentista saiu à rua em Barcelona mas está a perder força


Cerca de 600 mil pessoas celebraram o La Diada, o Dia da Catalunha, e voltaram a apelar à independência catalã. Foi uma das marchas com menor participação. Houve alguns confrontos entre manifestantes e a polícia.

O dia 11 de Setembro marca a a queda de Barcelona para as forças espanholas em 1714. Conhecido como o La Diada, o Dia da Catalunha, é marcado por uma marcha em Barcelona desde 2012 que serve para comemorar a data. Desde essa altura é um momento para apoiar a pretensão independentista catalã.

Este ano cerca de 600 mil pessoas saíram à rua, muitas delas com a la senyera ou a l’estelada na mão (as duas bandeiras da Catalunha) e com t-shirts com as suas cores. A moldura humana foi impressionante, mas os números demonstram que esta foi uma das mais baixas participações em oito anos.

RU | Brexit sem acordo pode trazer pânico e desordem, prevê Reino Unido


Após moção no Parlamento, governo britânico divulga documento sobre o pior cenário previsto caso país deixe a UE sem acordo. Falta de alimentos e remédios, filas em aeroportos e protestos estão entre problemas listados.

Desordem pública, aumento nos custos de eletricidade, interrupções no fornecimento de alimentos e remédios e longos atrasos nas travessias do Canal da Mancha. Estes são alguns dos cenários previstos em um documento do governo britânico referente ao caso de um Brexit sem acordo entre o Reino Unido e a União Europeia (UE).

A chamada Operação Yellowhammer foi divulgada nesta quarta-feira (12/09), dois dias após uma moção aprovada no Parlamento obrigar o governo a tornar pública a sua estratégia.

O plano intitulado "Premissas Razoáveis de Planejamento para o Pior Cenário" foi elaborado no dia 2 de agosto, nove dias após o primeiro-ministro Boris Johnson assumir o cargo com uma proposta de formalizar a saída do país da UE no prazo previsto, que se encerra no dia 31 de outubro, com ou sem um acordo com os europeus.

EUA | Os críticos de Trump são silenciados


Com partida de John Bolton, um militarista inconsequente deixa Casa Branca. Isso pode ser um bom sinal para diplomacia, mas também mostra que Trump não tolera vozes discordantes no seu círculo, opina Oliver Sallet*.

Com partida do assessor John Bolton, um militarista inconsequente deixa Casa Branca. Isso pode ser um bom sinal para diplomacia, mas se cala uma das últimas vozes críticas no entorno de Trump, opina jornalista Oliver Sallet.

Após um ano e meio no cargo, foi uma saída memorável para o assessor de Segurança Nacional John Bolton. Um reconhecido "falcão", ele era um linha-dura na política externa, que sempre exigiu abertamente ataques militares e que foi, acima de tudo, decididamente contra qualquer forma de diplomacia com opositores políticos.

Por mais difíceis que fossem suas posições, John Bolton também foi alguém que sempre conteve a impulsividade de Donald Trump. Sem ele, outra voz crítica se cala no círculo de Trump e provavelmente será substituída, como já aconteceu em outros casos, por uma figura submissa ao presidente americano.

Resposta do Hezbollah faz recuar Israel


Richard Lavébière

O secretário-geral do Hezbollah prometeu e cumpriu: uma semana depois de Israel ter morto dois técnicos do grupo num ataque contra a Síria e de ter atacado os arredores de Beirute chegou a anunciada represália. Os mísseis disparados pela organização de resistência libanesa não se limitaram a liquidar o alvo e a obrigar o exército de Israel a recuar e a abandonar uma base militar no norte do país; puseram termo a uma escalada de violência ao nível de 2006 e demonstraram uma nova capacidade do movimento libanês para por Israel em respeito e atingir qualquer região deste país. A notícia não correu mundo, mas a relação de forças está diferente: o potencial balístico do Hezbollah revela um caminho para a paridade táctica com o Estado sionista.

A fronteira sul do Líbano com Israel acaba de ser palco de uma escalada militar que se prolongou por vários dias. No dia 1 de Setembro, o Hezbollah disparou dois mísseis anti-tanque contra um blindado israelense situado nas imediações da base militar israelense de Avivim (no extremo norte do país).

Esta operação realizou-se como represália pela morte de dois peritos em drones do Hezbollah, mortos durante um ataque aéreo israelense contra a Síria, em 24 de Agosto, e dois dias depois do sobrevoo e da explosão de dois drones israelenses sobre os arredores sul de Beirute. Represálias formais da represália: o exército israelense respondeu lançando bombas de fósforo para uma zona fronteiriça não habitada.

Retirada sionista

O receio de uma escalada militar semelhante à ocorrida em Julho de 2006, que desencadeou a "guerra dos trinta dias", foi rapidamente afastado; o exército israelense evacuou toda uma região com uma profundidade de várias dezenas de quilómetros. Segundo fontes de serviços de informações militares europeus e árabes, "o exército israelense não está absolutamente pronto para repetir uma operação convencional contra o Líbano num contexto regional e operacional que mudou muito em seu desfavor…"

O último ataque da Resistência (expressão utilizada pelos partidários do Hezbollah para designar esta organização político-militar libanesa) foi filmado por operadores no terreno. Na sequência de imagens transmitida pela cadeia Al-Manar (televisão do Hezbollah) podem ver-se nitidamente os dois mísseis partir simultaneamente de dois pontos de tiro diferentes antes de atingirem o mesmo alvo com alguns segundos de intervalo. A distância percorrida foi calculada entre 1,5 e dois quilómetros.

As armas utilizadas são mísseis pesados do tipo Kornet guiados a laser. Ao serviço do exército russo desde 1998, estes engenhos são exportados sob a designação Kornet-E. Utilizados pelo Hezbollah durante a guerra de 2006, os Kornet permitiram neutralizar numerosos tanques Merkava e helicópteros de combate. Em 6 de Dezembro de 2010, um Kornet foi disparado da Faixa de Gaza contra um tanque Merkava, que ficou com a blindagem esventrada.

Portugal | O fantasma do caciquismo


Rafael Barbosa* | Jornal de Notícias | opinião

Há seguramente argumentos sérios contra a regionalização do país. E também é natural que não haja unanimidade num tema que representaria um corte profundo com um centralismo político tão arreigado ao longo de séculos.

Sucede que, quando o que está em causa é a implementação desta revolucionária reforma política e administrativa, o argumento mais utilizado é francamente absurdo: o fantasma do caciquismo e da multiplicação dos tachos. Na verdade, é só mais um sinal do complexo de superioridade das elites instaladas (em sentido literal ou figurado) na antiga capital imperial, relativamente aos parolos da província. O fantasma do caciquismo e do dinheiro que assim seria desbaratado é uma forma de afirmar que a democracia, a verdadeira, a pura, a legítima, só é possível se for controlada pelas classes iluminadas pela célebre luz que incide sobre o Terreiro do Paço e arredores. E já se sabe que essas elites, ou já estão em Lisboa, ou vão estar. E aqui não há ironia. É factual.

A sondagem que o JN publicou há dias mostra que há neste momento uma avaliação favorável à regionalização por parte dos portugueses, numa leitura a nível nacional (51% a favor, 39% contra). Mas é simbólico que, entre a população das cinco regiões, apenas a de Lisboa se manifeste maioritariamente contra. Essa recusa, em contraste com a opinião favorável das gentes das províncias, também diz bastante sobre o país assimétrico em que vivemos. Sobretudo se repararmos em "pormenores" como a recusa de que sejam entregues, às futuras regiões, prebendas como a gestão dos milhares de milhões de euros de fundos comunitários que a elas se destinam, coisa que também divide Lisboa do resto do país. Como disse Rui Moreira, citando o pai, já terminada uma entrevista que pode ler hoje no seu JN, e em que também se falou da regionalização, não há ovelha que goste de ser tosquiada.

*Chefe de Redação

Portugal | Cada deputado ganha no mínimo 200 mil euros por mandato


Todos os meses, o Parlamento gasta 835,7 mil euros só com os vencimentos base dos 230 deputados. No final de cada ano, são 11,7 milhões de euros. E, num mandato, atinge-se os 46,8 milhões de euros.

É que, cada deputado aufere 202 mil euros, apenas de vencimento, nos quatro anos de exercício na Assembleia da República. Mas, além do salário, os eleitos têm direito a vários subsídios, o que faz engrossar a folha de vencimento.

Desde 2010, que os deputados têm um corte de 5% no seu vencimento base, o que se traduz numa redução de 190 euros mensais. O corte não se aplica às despesas de representação e cujo valor varia de acordo com as funções desempenhadas. Por exemplo, o presidente da Assembleia da República recebe, todos os meses, 2370,07 euros em despesas de representação, enquanto um deputado em regime de exclusividade 370,32 euros.

Contas feitas, um deputado em regime de exclusividade recebe 3994,73 euros (vencimento base e despesas de representação), que se reflete num vencimento anual de 55,9 mil euros. No final do mandato, são 202 mil euros em salários base e 223 mil euros, com as despesas de representação.


Hermana Cruz | Jornal de Notícias | Foto: José Sena Goulão/Lusa

Portugal | PS e PAN "convergem" em muita coisa. "A divergência começa no exagero"


Chegou a vez de António Costa (PS) e André Silva (PAN) se defrontarem. De um lado, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, do outro o porta-voz e deputado único do PAN. Os dois já piscaram o olho um outro, abrindo caminho à possibilidade de acordo depois do dia 6 de outubro.

"Portugal bom aluno na Europa" foi o primeiro tema discutido entre António Costa e André Silva, com o primeiro-ministro a defender que "não temos de ter a atitude complexada de que estamos aqui a receber lições da Europa" e que devemos bater-nos pelos interesses do país, respeitando as regras. 

André Silva concordou que devemos cumprir os tratados e as regras "porque estamos na UE e assim deve ser". "Mas não temos que ir mais além", disse, sublinhando que o PAN tem uma perspectiva mais conservadora do que o PS apontando para um défice de 0,5%, uma margem de mil milhões para acomodar algum investimento.

Em matéria de ambiente, os dois estiveram de acordo "nos objetivos", mas distanciaram-se nos "ritmos", sendo o encerramento das centrais a carvão um dos exemplos: António Costa é cauteloso e aponta para 2030 para atingir essa meta, André Silva garante que é possível fazê-lo até 2023. 

António Costa ergueu as bandeiras do caminho traçado durante esta legislatura para alcançar a neutralidade carbónica. André Silva exigiu mais e acusou o primeiro-ministro de hipotecar as gerações futuras e de estar a "transformar o Alentejo num olival intensivo". O socialista havia de rematar concluindo que os dois partidos convergem em muitas matérias, mas até certo ponto. "A nossa divergência começa no ponto do exagero", apontou. 

Portugal | PRIMEIRO AS PESSOAS...


Primeiro as pessoas… Na prática não está a acontecer bem assim. O PAN é radical e parece que os animais estão primeiro, a luta contra as beatas também. Não as beatas que passam a vida na sacristia e chatear os padres e os santos mas sim as que restam de cigarros mal fumados, mal consumidos. 

Até agora parece que ninguém, ou muito poucos, deu por que o PAN – Pessoas, Animais e Natureza, foi eleito com lugar na Assembleia da República e já está a radicalizar-se, a popularizar-se (de populismo), querendo impor regras, leis, para as quais as condições de implementá-las não existem sem prejuízo das pessoas. Proteção aos belos cãezinhos e associados… Muito bem. Mas não às pessoas que chafurdam e escorregam na trampa deixada pelos bons amigos. Beatas no chão, não. E os cinzeiros nas ruas? Há? Não… A não ser nos sítios mais “chiques”. Não em todos. Lá por isso aprova-se a lei numa penada (grande conquista). O PAN é “chique”, longe do quanto de mal acontece às pessoas. Até parece que não passa cartão a ranhosos, aos plebeus. Aos que são escravizados e até vão acabar por não ter beatas no chão para fumar… Vamos ter de andar com um cinzeiro no bolso?

Ah, vejam lá, porque o tabaco faz mal… Pois sim. Também andar de automóvel por essas estradas mata. Também a poluição causada pelos automóveis e motos (entre outros) mata. Também a fome mata. Também a miséria em que sobrevivem milhões de portugueses vai matando… Serviço Nacional de Saúde para os animais? Mas o SNS para as pessoas está um caos e morrem portugueses exatamente por isso. Que saibamos, o carro nunca anda à frente dos bois. A não ser para o PAN e mais uns quantos que passeiam as Fifis com laçarotes e muito bem cheirosas - deixando as poias das ditas nos passeios e as ‘chichocas’ também.

Primeiro as pessoas, é urgente. Primeiro educá-las e assim proteger a natureza, os animais, etc. Sem radicalismos. Sem as atropelar, nem ignorá-las com boas medidas que são exageradas no tempo, porque as confundem e as contundem nas suas vivências de pobreza a imensos níveis e em muitos exemplos a anos-luz do resto da Europa.

A seguir o Expresso Curto, já.

SC | Redação PG

Campanha eleitoral em Moçambique: Comício em Nampula termina em tragédia


A campanha do candidato Filipe Nyusi, da FRELIMO, terminou na quarta-feira (11.09) à noite em tragédia na cidade de Nampula. Pelo menos dez pessoas morreram e mais de 80 foram feridas. A FRELIMO garante apoio às vitimas.

A campanha da FRELIMO, o partido no poder, no estádio 25 de junho na cidade de Nampula, que foi bastante concorrida, começou num ambiente de festa, mas terminou em tragédia.

Segundo Monteiro Luís, um dos guardas do recinto desportivo, tudo começou ‘‘dentro do comício quando o presidente e candidato presidencial discursava, enquanto os outros queriam sair e outros pretendiam entrar no interior [do estádio], e como era única porta e com aquela força outros começaram a cair.’’

A tragédia causou pelo menos dez mortes de membros e simpatizantes do partido FRELIMO, segundo o primeiro secretário do Comite Provincial do partido dos camaradas em Nampula, Agostinho Trinta, em comunicação a imprensa:

‘‘Deste incidente, 95 membros e simpatizantes do partido FRELIMO foram afetados. Destes, 85 ficaram feridos, 74 tiveram alta, estando ainda em cuidados onze pacientes. Infelizmente, registou-se a perda de vida de dez militantes do partido, sendo seis mulheres e quatro homens’’, disse.

O partido não avança efetivamente as reais causas, mas aguarda que as autoridades policiais investiguem e se pronunciem. Contudo, assegura que já foi criada uma comissão para prestar devido apoio às vítimas dos incidentes.

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