quarta-feira, 25 de setembro de 2019

A união nacional na Síria e na Venezuela


Thierry Meyssan*

Como sozinhos o anunciávamos no início do mês, um passo decisivo para a paz foi dado simultaneamente na Síria e na Venezuela, a 16 de Setembro. As duas nações já não se forçam mais a negociar com terroristas, mas os seus governos decidiram construir um novo regime em colaboração com a sua oposição patriótica.

O futuro da Síria e da Venezuela joga-se simultaneamente e em paralelo. O que é bastante normal, já que a origem destes conflitos não é local, mas resulta da estratégia do Pentágono de destruição das estruturas estatais, primeiro no «Próximo-Oriente Alargado», depois na «Bacia das Caraíbas» (doutrina Rumsfeld/Cebrowski [1]).

A situação e as capacidades dos dois Estados são muito diferentes, mas a sua resistência ao imperialismo global é idêntica. Hugo Chávez (presidente de 1999 à 2013) foi o porta-voz dos povos da periferia face às ambições das sociedades transnacionais. Desapontado pelo Movimento dos Não-alinhados, no qual certos membros se tornaram vassalos dos Estados Unidos no fim da Guerra Fria, ele havia considerado junto com o Presidente Bashar al-Assad refundá-lo sobre novas bases : o Movimento dos Aliados Livres [2]. Aos que se interrogavam sobre o tempo necessário para concretizar este desejo, o Presidente venezuelano respondera antecipando que o seu homólogo sírio lhe sucederia na cena internacional. Havia, assim, acrescentado, no plano quinquenal de 2007-2013, que escreveu pelo seu punho, instruções a todas as administrações do seu país para apoiar este aliado político longínquo : a Síria [3].

A guerra lavra há dezoito anos o Médio-Oriente Alargado, e desde há oito anos na Síria. O Afeganistão, o Iraque e a Líbia já foram destruídos. O Iémene está submetido à fome. Em relação à Síria, um governo no exílio foi reconhecido pelos Estados Unidos e por um punhado dos seus aliados. Todos os activos do país no Ocidente foram apreendidos. Um governo alternativo substituiu o governo constitucional na Liga Árabe. E os vassalos regionais do Pentágono colocaram-se às ordens da OTAN.

Putin reitera a Maduro apoio às "autoridades legítimas" na Venezuela


O Presidente russo, Vladimir Putin, reiterou hoje ao homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, o seu apoio a "todas as autoridades legítimas" da Venezuela, manifestando o seu apoio ao diálogo entre o Governo e a oposição.

"A Rússia apoia consistentemente todos os órgãos de poder legítimo da Venezuela, incluindo a sua Presidência e o seu Parlamento. E sem dúvida apoiamos o diálogo que você, senhor Presidente e o Governo mantêm com as forças da oposição", indicou Putin no início do seu encontro com Maduro no Kremlin.

"Qualquer renúncia ao diálogo consideramos irracional, prejudicial para o país e constituiria uma ameaça ao bem-estar da população", argumentou o Presidente russo.

Nicolás Maduro, por sua vez, salientou que Moscovo e Caracas "mostraram que podem superar qualquer dificuldade juntos".

"Apoiamos a cooperação em várias áreas. Em maio passado, foi realizada uma reunião da comissão intergovernamental de alto nível e muitos dos assuntos que se discutiram nessa comissão foram resolvidos com sucesso. Trata-se de várias áreas: alimentação, saúde, energia e outras áreas", explicou.

Uruguai anuncia retirada do Tratado Interamericano de Assistência (TIAR)


O Uruguai anunciou que iniciará o processo para sair oficialmente do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) e que o vai denunciar por abrir a possibilidade de uma intervenção armada na Venezuela.

O anúncio foi feito pelo ministro uruguaio dos Negócios Estrangeiros, Rodolfo Nin Novoa, durante uma conferência de imprensa em Montevidéu, depois ter sido aprovada, na segunda-feira, a reincorporação da Venezuela, a pedido da oposição deste país.

"O Uruguai tomou a decisão de votar contra esta resolução, não para favorecer o Governo da Venezuela, mas a favor do Direito Internacional e da paz", explicou o ministro.

Rodolfo Nin Novoa adiantou que "conforme o artigo 25.º do TIAR, o Governo uruguaio decidiu denunciar esse tratado, cujos efeitos remete à Secretaria-Geral da Organização de Estados Americanos [para] a notificação formal desta decisão".

Dezasseis dos 19 países membros do TIAR decidiram, na segunda-feira, ativar aquele tratado e reincorporar a Venezuela para "atuar coletivamente" perante a crise política, económica e social que tem provocado o êxodo de venezuelanos, anunciou o ministro de Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Holmes.

O Uruguai votou contra a resolução, Trinidad e Tobago absteve-se e Cuba não esteve presente no encontro, que decorreu em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.

Brasil na ONU | Liderança indígenas: “É Bolsonaro quem ainda parece viver nas cavernas”


Representantes de comunidades indígenas de todo o Brasil afirmaram que Bolsonaro foi ofensivo, racista e que os indígenas não querem exploração. Jovem levada na comitiva só tem o apoio de sua própria família, disseram

Lideranças indígenas reconhecidas por toda a comunidade indígena do Brasil repudiaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro, na Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (24), na qual adotou o teor de exploração e desenvolvimento da Amazónia e das reservas indígenas: “ofensivo”, “racista” e “paranóico”, descreveram os líderes.

Os autores desta reação são os líderes da Associação do Território Indígena do Xingu (Atix), da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), da Associação Floresta Protegida (AFP) e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A primeira destas, inclusive, não reconhece Ysani Kalapalo, a jovem indígena que integrou a comitiva de Bolsonaro na ONU e que teria escrito a carta lida pelo mandatário.

Kapalo integra uma comunidade do Xingu, e não somente as lideranças da própria região Norte do país não a reconhecem como representante dos povos indígenas, como todas lideranças espalhadas pelo Brasil, que mantêm o respeito ao cacique Raoni Metaktire. Os líderes ouvidos pela BBC Brasil relataram outra realidade, muito distante da narrada por Bolsonaro no palco da ONU ontem.

Eles afirmaram, por exemplo, que o mandatário brasileiro usou dados que destoam das informações oficiais. Ele citou, por exemplo, 225 povos indígenas e 70 tribos isoladas. Mas segundo o IBGE e a Funai, há 305 povos indígenas no Brasil e o registo de 107 povos isolados.

Brasil | Especial Bolsonaro na ONU



Notícias internacionais sobre o Brasil, especial ''Bolsonaro na ONU''; Notícias do Mundo; e Artigos

Carlos Eduardo Silveira | Carta Maior

Brasil na ONU | Na fala de Bolsonaro, um Mussolini de arrebalde



Na Assembleia da ONU, um provincianismo muito além do previsível. Nada sobre as crises globais – mas críticas ao petismo e elogios a Moro e às PMs… Arrogância de líder de direita e horizonte de sindico tacanho

Gilberto Maringoni | Outras Palavras

Há que se reconhecer: Jair Bolsonaro foi ousado em seu discurso de abertura na Assembleia Geral da ONU. Numa sessão em que o presidente dos Estados Unidos evoca o termo “mundo livre”, jargão da Guerra Fria, o mandatário brasileiro mostrou suas garras, sem mediações ou elipses. Mostrou-se de corpo inteiro.

Bolsonaro não se colocou para o mundo, mas para a extrema-direita mundial em uma fala lida – e mal construída, do ponto de vista do discurso, com inúmeros vai-e-vens – e meditada previamente. Seu objetivo parece ser claro; colocar-se como condutor da onda conservadora mundial.

Logo de saída, mostrou a que veio: atacou os governos que desejavam levar o Brasil “ao socialismo”, com seu rastro de “corrupção e crimes”, denunciou “a ditadura cubana” e seus médicos “sem qualificação”, arremessou diatribes contra a Venezuela, denunciou o “monopólio do cacique Raoni”, investiu contra reservas indígenas “que têm ouro, diamantes e outras riquezas no subsolo”, elogiou nominalmente o “patriotismo” do juiz Sergio Moro, e – entre variadas menções à política doméstica – assegurou que a Amazónia não está em chamas. Tudo faz parte do “sensacionalismo da mídia”.

DESAMPARADO(S) REI(S)


 Martinho Júnior, Luanda

Oito anos volvidos depois de se erguer a bandeira da monarquia do rei Idris numa caótica Líbia, é a própria monarquia arábica, de há tantas décadas semeadora de ventos de caos, de terrorismo e de desagregação, que prova o desamparo. (http://pagina--um.blogspot.com/2011/04/inevitabilidades.html).

Jamais o cisma entre sunitas-wahabitas e xiitas alcançou um patamar tão radicalizado de tensão e confrontação, pelo que um conflito de maiores proporções pende sobre os horizontes mais próximos por todo o Médio Oriente alargado e África, quando o alinhamento de uns e de outros se implica nas disputas globais em curso, dando azo a mais um episódio do âmbito da tão “transversalmente sistémica” quão “híbrida”, IIIª Guerra Mundial. (http://paginaglobal.blogspot.pt/2015/11/iii-guerra-mundial.htmlhttps://tudoparaminhacuba.wordpress.com/2016/10/17/iiia-guerra-mundial/).

Nos mares em redor (Golfo Pérsico e Golfo de Omã no Índico Norte), as frotas de uns e de outros medem-se em exercícios e exercícios de força (https://www.fort-russ.com/?p=73201?utm_medium=ppc&utm_source=wp&utm_campaign=push&utm_content=new-article).

Angola | João Lourenço insiste em "reforma profunda" da ONU


Presidente angolano defende reformulação da composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas, propondo a entrada de representantes africanos e sul-americanos em nome do "justo equilíbrio geoestratégico mundial".

Falando na Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorre esta semana em Nova Iorque, o Presidente angolano, João Lourenço, defendeu uma "reforma profunda da ONU para melhor competir com as grandes responsabilidades que tem na gestão e resolução de conflitos e prevenção das guerras" e vincou a necessidade de reformular o Conselho de Segurança.

"Reiteramos a necessidade de alargar os membros permanentes do Conselho de Segurança para contemplar África e a América do Sul, pelo facto de a atual composição que colocou as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial já não refletir a necessidade de um mais justo equilíbrio geoestratégico mundial", vincou o chefe de Estado angolano.

ANGOLA “NAMORA” INVESTIDORES AMERICANOS


Para exploração de diamantes, ferro e fosfatos

Nova Iorque - No prosseguimento da sua ofensiva para atrair investimentos americanos para Angola, representantes do governo angolano têm hoje um encontro em Nova Iorque com potenciais investidores no sector mineiro do país.

Isto ao mesmo temo que a nível político os dois países intensificam os seus contactos agora directamente com a Casa Branca.

O ministro dos negócios estrangeiros angolano Manuel Augusto, que faz parte da delegação angolana avistou-se com Elizabeth Erring Walsh, responsável para África no Conselho Nacional de Segurança na Casa Branca.

Desconhecem-se pormenores concretos do encontro mas os media angolanos disseram que no encontro Walsh elogiou as reformas levadas a cabo pelo presidente João Lourenço e frisou que os Estados Unidos querem aprofundar as suas relações com Angola.

Novela Trump, Boris, mentiras eleiçoeiras, Tancos e a fartura de animais


Curto com Martim Silva na banca redatorial, propriedade do tio Pinto Balsemão, Chico para os amigos. Os EUA estão em vantagem no que vai ler. Tem mais parágrafos dedicados ao país dos guerreiros e maiores assassinos dos povos do mundo – direta ou indiretamente. Desta feita é outra vez Trump e a sua destituição que vem à baila. Lana caprina, já se sabe. Mas vai fazer muita tinta nos jornais, horas infindas nas televisões e rádios… O habitual. Depois vai dar em nada.

Outros assuntos vêm à baila neste Curto do Expresso, até futebol e cultura. Para além da campanha eleitoral cá pelo cantinho à beira-mar prostrado, fixado numa alienação profunda que é contágio da Europa Raramente Unida.

Fixe esta, dita pelo PR Marcelo a propósito das armas roubadas de Tancos e onde gentalha grada parece estar envolvida: “… é bom que fique claro que o presidente não é criminoso". Pois claro, se ele o diz… E outros amigos.

Por aqui somos nós cúmplices… em dar olhos ao Expresso Curto e partilhá-lo consigo. Às vezes ficamos a saber coisas…

Bom dia. Cuidado com os dejetos caninos e os cães que mordem ou que pelo menos ladram e ameaçam (assustam) os transeuntes nos passeios pedestres. E os donos(as) felizes, assim como o PAN, sem preocupações que a exponencial fertilidade das cadelas esteja a preparar-se para invadir o país com aquela espécie de animais domésticos que nos presenteia a toda a hora com cagalhotos nos passeios e nos sítios menos convenientes.

Dos gatos já não podemos tanto reclamar, são mais caseiros e discretos – ainda não pegou a moda de passear os felinos com trela e “ornar” os passeios pedestres também com dejetos, urinas e vomitados de bolas de pêlos. Claro que aos amigos não se fecha a porta. Venham mais amigos de quatro patas que para os de duas já não há pachorra nem confiança. O PAN aplaude, apesar de falta de educação e civismo dos donos desses nossos amigos. E até quer SNSaúde para eles, apesar de muitos humanos lusos serem vítimas do descalabro do SNSaúde que tantos tentam (conseguindo) arrasar, decapitar, morder, despedaçar...

Adiante. Siga para o Curto, que já são horas.

CT | Redação PG

Portugal | Os debates acabaram? Logo agora que fomos buscar as pipocas


Anselmo Crespo | TSF | opinião

Foi a chamada despedida em beleza. Mas que deixa água na boca. Quase um mês depois do início dos debates para as Legislativas de 2019, o melhor estava, claramente, guardado para o fim. O último encontro televisivo entre os seis líderes partidários com assento parlamentar foi um misto de debate com ajuste de contas entre dois dos partidos que fizeram parte da geringonça. Catarina Martins e António Costa travaram-se de razões e a conversa aqueceu. Os restantes quatro participantes - Rui Rio, Assunção Cristas, Jerónimo de Sousa e André Silva - só tiveram que se recostar para trás e pedir mais pipocas.

Se não conseguiu ver, pode ler aqui o resumo, até porque duas horas de debate deram para uma espécie de duas rondas. É que antes de Catarina Martins se meter com António Costa, já Assunção Cristas tinha andado a moer. E, não fosse a líder do Bloco partir a louça toda da geringonça, Cristas tinha mesmo conseguido levar a taça da adversária política do PS que mais conseguiu irritar Costa. O minuto a minuto do debate está aqui. É longo, mas esclarecedor.

Tancos | Afinal quem é o "papagaio-mor" do reino? "Não metam o Presidente nisto"


Ricardo Sá Fernandes não quer que fique qualquer dúvida no ar, e diz-se mesmo "absolutamente perentório de que o major Vasco Brasão não tem nenhuma indicação ou suspeita de que o Presidente da República (PR) tivesse conhecimento do que quer que fosse".

“Não metam o PR nisto, porque ele não tem nada a ver com isso." O pedido é feito pelo advogado Ricardo Sá Fernandes, em declarações à TSF. O jurista que representa Vasco Brazão, antigo porta-voz da Polícia Judiciária Militar apanhado numa escuta a referir-se ao "papagaio-mor do reino", afirma mesmo que Marcelo Rebelo de Sousa não tinha conhecimento de qualquer roubo de armas em Tancos até à sua recuperação.

De acordo com Ricardo Sá Fernandes, o que foi concluído da fase de inquérito em nada envolvia o chefe de Estado. "Já Vasco Brasão foi ouvido pelo Ministério Público durante o inquérito sobre essa escuta, e teve oportunidade de esclarecer os pontos que interessavam: primeiro, que não visava o senhor Presidente da República; segundo, que não tenho nenhum elemento que indique que o Presidente da República estivesse a par do que tinha acontecido em Tancos, aquando da recuperação das armas."

O advogado não quer que fique qualquer dúvida no ar e diz-se mesmo "absolutamente perentório de que o major Vasco Brasão não tem nenhum elemento ou indicação ou suspeita de que o senhor Presidente da República tivesse conhecimento do que quer que fosse". Ricardo Sá Fernandes considera estas suspeitas infundadas e afiança que simplesmente "não são verdade".

Catarina Maldonado Vasconcelos com Paula Dias | TSF | Foto: © Nuno Pinto Fernandes/ Global Imagens

Chefes de governo escocês e galês defendem demissão de Boris Johnson


Os chefes dos governos autónomos escocês e galês apelaram hoje à demissão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na sequência de decisão do Supremo Tribunal declarar "ilegal" a suspensão do parlamento.

A primeira-ministra escocesa, e líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), Nicola Sturgeon, considerou que a prioridade do parlamento deve ser bloquear um 'Brexit' sem acordo, fazendo respeitar a lei que impõe um novo adiamento da data de saída, a 31 de outubro, por três meses, ate 31 de janeiro.

"Em segundo lugar, se Boris Johnson não fizer a coisa decente e honrada, penso que o parlamento tem o dever de se unir para forçá-lo a sair o cargo através de uma moção de censura", acrescentou, em declarações à BBC.

Também o primeiro-ministro galês, líder do Partido Trabalhista naquela província britânica, Mark Drakeford, considerou a decisão unânime dos 11 juízes como "a última gota", em declarações comunicadas através da rede social Twitter.

Na sua opinião, "qualquer primeiro ministro normal - como uma questão de honra - apresentaria a sua demissão após um veredicto tão unânime do mais alto tribunal do Reino Unido".

O Supremo Tribunal britânico decidiu que a suspensão do Parlamento decidida pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, até duas semanas antes do prazo para o Reino Unido sair da União Europeia ('Brexit') foi "ilegal".

Macron defende o "regresso da coragem" para vencer desafios mundiais


O Presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu nas Nações Unidas o "regresso da coragem" dos líderes mundiais, para atacar os grandes desafios na área da segurança, da saúde e do clima.

Macron considera que este é o tempo de assumir a coragem de construir a paz e a coragem de assumir responsabilidades, dizendo que não basta "defender causas", durante a sua intervenção no debate geral da 74.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que começou hoje e decorre até 30 de setembro com a presença de cerca de 150 chefes de Estado e de Governo, incluindo do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

"Temos conhecimento, temos financiamento, temos capacidade de inovação. Então o que é que nos falta?", interrogou-se o Presidente francês, fazendo um diagnóstico dos riscos que se colocam a um mundo em "mudanças rápidas" e perante "desafios perigosos".

"Falta-nos coragem! Muita! Muitas vezes!", respondeu logo de seguida, dividindo o conceito em duas componentes: a coragem de construir a paz e a coragem da responsabilidade, explicando que ambas devem regressar ao espírito dos líderes mundiais.

Câmara dos Representantes anuncia processo para destituição de Trump


A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, anunciou hoje a abertura de um processo que visa a destituição do Presidente, Donald Trump.

"Os atos do presidente até hoje violaram a Constituição", acusou a presidente da Câmara dos Representantes.

"Hoje, anuncio que a Câmara dos Representantes abre um inquérito oficial com vista a um processo de destituição", disse Pelosi.

Este procedimento tem, contudo, poucas possibilidades de levar à destituição do Trump, devido à maioria republicana no Senado, partido do Presidente norte-americano.

A investigação vai centrar-se no eventual abuso de poder por parte de Trump, ao procurar ajuda de um governo estrangeiro para a sua reeleição, o que Pelosi já considerou "uma traição ao seu juramento de tomada de posse", acrescentando: "Ninguém está acima da lei".

A mudança que desponta em Israel


Há cinco anos, o Presidente Obama apoiou a reunião das principais figuras militares israelenses (israelitas-pt) aposentadas para apoiar a política de paz regional. O que deu na criação de «Commanders for Israel Security» [1]. Simultaneamente, apoiava uma aliança de Partidos árabes israelitas. Tratava-se de fazer avançar a «solução de dois Estados».

Essa estratégia falhou nas eleições parlamentares de 2015 face a Benjamin Netanyahu. O líder do Likud, apoiado pelo diário gratuito Israel Hayom), propriedade do dono de cassinos (casinos-pt) norte-americano, Sheldon Adelson, conduziu uma campanha eleitoral denunciando a iminente destruição de Israel. Por fim, conseguiu uma coalizão (coligação-pt) majoritária no Knesset

Nos decurso dos quatro anos seguintes, o Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu multiplicou suas declarações arrasadoras sobre o perigo do Hamas, do Hezbolla e do Irã (Irão-pt), mas evitou, tanto quanto possível, qualquer confronto. De tal modo que os eleitores começaram a se questionar sobre a realidade de iminência dessa ameaça.

A renúncia (demissão-pt) do Ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, que rejeita os termos do cessar-fogo com o Hamas, provocou eleições legislativas em Abril de 2019. O antigo chefe de Estado-Maior, Benny Gantz, funda, então, um Partido com duas personalidades laicas e dois outros antigos Chefes de Estado-Maior. Ele afirma querer, ao mesmo tempo, negociar com os Palestinos, mas sem abrir mão dos ganhos israelenses; e quer fortalecer a democracia, mas sem obliterar a identidade judaica do país. Esta posição ambígua não lhe permite ganhar.

O desafio de Donald Trump face à sua administração


Thierry Meyssan*

O Presidente Trump prometera muito em matéria de relações internacionais durante a sua campanha eleitoral. Pouco fez, exceptuando o fim do apoio dos EUA ao Daesh (E.I.). Apesar da hostilidade da sua própria Administração, ele avança em várias frentes simultaneamente. Espera poder impor o seu ponto de vista e valer-se desta mudança radical para se apresentar perante os eleitores.

Vários elementos se definem quanto à possível mudança de doutrina dos Estados Unidos que eu anunciava, há duas semanas atrás [1]. Desde há três anos, o President Trump tenta impor o seu ponto de vista a uma Administração cujos principais altos funcionários permanecem focados, desde há 18 anos, na doutrina Rumsfeld/Cebrowski de destruição das estruturas estatais de regiões inteiras do mundo não-globalizado. Pelo contrário, para Donald Trump convêm, numa óptica jacksoniana, substituir a guerra pela negociação e o "business", de maneira a dominar o mundo em bom entendimento com a Rússia e a China e não mais contra elas. Ele espera chegar aos seus objectivos até 23 de Setembro, data do seu discurso na ONU, quer dizer, um ano antes da eleição presidencial norte-americana. Poderia assim justificar recandidatar-se fazendo valer o seu balanço positivo.

Os elementos novos que completam o que eu indicava a propósito da Síria e da Venezuela dizem respeito ao Afeganistão, ao Irão e ao Iémene. Mas, o mais evidente sendo, é claro, a demissão do Conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton. Ele não foi convidado a demitir-se, mas louvado pelos seus bons e leais serviços.

- John Bolton não é de forma nenhuma um neoconservador como escreveram alguns média (mídia-br), mas um feroz partidário do «excepcionalismo norte-americano» [2]. Esta escola de pensamento funda-se no mito dos «Pais Peregrinos». Ela recusa aplicar os tratados internacionais no Direito interno; julga os comportamentos dos outros com severidade, mas absolve, por princípio, os Norte-americanos que agem da mesma forma; e recusa que qualquer jurisdição internacional meta o nariz nos seus assuntos internos. Em resumo, ela acha que, por razões religiosas, os Estados Unidos não são comparáveis aos outros Estados e não devem submeter-se a nenhuma lei internacional.

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