sábado, 5 de outubro de 2019

Rússia está pronta para ajudar Cuba a criar indústria de energia nuclear


Moscovo está disponível para se tornar parceiro estratégico de Havana no uso pacífico da energia atómica se Cuba assim decidir, disse o primeiro vice-chefe do escritório do governo russo, Sergei Prikhodko.

O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, visitou Cuba nos dias 3 e 4 de outubro, com uma ampla agenda de cooperação bilateral.

"Como informam os colegas cubanos, eles não planeiam criar a indústria de energia nuclear no país. Mas se essa decisão for revista, é claro que a Rússia estará pronta para se tornar o parceiro estratégico de Cuba nessa área", declarou Priikhodko a jornalistas, na véspera da viagem do primeiro-ministro russo. 

73 presos palestinianos morreram devido a torturas em cadeias israelitas


O número foi apontado num relatório do Clube dos Prisioneiros Palestinianos. Em Ramallah, manifestantes entraram na sede da Cruz Vermelha em protesto contra o estado de saúde de Samer Arbid, «devido à tortura».

Num informe publicado na terça-feira (1.10), o Clube dos Prisioneiros Palestinianos (CPP) afirma que 73 presos perderam a vida, desde 1967, depois de serem submetidos a várias formas de tortura por parte dos agentes israelitas que os interrogavam nos centros de detenção.

As autoridades israelitas recorrem a vários métodos de tortura, tanto física como psicológica, contra os presos palestinianos, humilham a sua personalidade e, acima de tudo, pressionam-nos para que assinem confissões arrancadas durante os interrogatórios, diz o relatório do CPP, citado pela agência palestiniana Shehab e noticiado pela PressTV.

O grupo palestiniano de defesa dos direitos humanos sublinha que o conceito de tortura não se limita ao «uso da violência sobre os presos palestinianos durante a detenção e o interrogatório», mas se refere a «todos os tremendos procedimentos que eles enfrentam no interior dos centros de detenção», que passam pelo isolamento, a privação do sono durante interrogatórios que duram até 20 horas, o encarceramento em condições sem o mínimo de condições sanitárias, transferências em condições duras ou a política de negligência médica.

5 de Outubro: A Implantação da República Portuguesa


Um novo partido, que surge ainda no século XIX, vai aproveitar o descontentamento dos diferentes grupos sociais e, através de uma revolta, instaurar a República em 1910. Os Portugueses passaram a ser governados de outra forma.

Razões da Queda da Monarquia

1 – A maior parte da população vivia mal
2 – Atraso do desenvolvimento agrícola e industrial
3 – Humilhação sentida pela cedência ao Ultimato
4 – O País tinha grandes dívidas
5 – Promessas do Partido Republicano
6 – Grande agitação e falta de liberdade

O Mapa Cor-de-rosa

A Conferência de Berlim decidiu que os territórios africanos pertenceriam aos países que os ocupassem efetivamente.

Portugal exigia o seu direito em ocupar os territórios compreendidos entre Angola e Moçambique – mapa cor-de-rosa.


O Ultimato Inglês

Em 11 de Janeiro de 1890, a Inglaterra enviou ao rei D. Carlos um Ultimato: ou os Portugueses desocupavam os territórios situados entre Angola e Moçambique ou o governo inglês declarava guerra a Portugal.

O Governo viu-se obrigado a aceitar o Ultimato, o que provocou manifestações de descontentamento. Em 14 de Janeiro de 1890, o Partido Republicano Português organizou uma grande manifestação em Lisboa, acusando o rei D. Carlos e o Governo de terem traído os interesses dos Portugueses em África.

O Partido Republicano

Os republicanos achavam que à frente do País não devia estar um rei, o qual nem sempre tinha as capacidades necessárias para o cargo, mas sim um presidente eleito pelos Portugueses e que governasse só durante alguns anos. Consideravam, portanto, que a forma de governo do País tinha de ser alterada. A monarquia devia ser substituída por uma república.

Portugal | Além da campanha


Manuel Carvalho da Silva | Jornal de Notícias | opinião

Após uma campanha que começou serena e depois azedou um pouco com as habituais dramatizações - desta vez foi o processo de Tancos - e com as teatralizações encenadas em ruas, feiras e vielas, convém, no momento de decidir o voto, abstrair dos incidentes e pensar no que realmente importa.

Pensemos em dois objetivos cruciais que os portugueses precisam de tomar em mãos: (i) alterar qualitativamente o perfil da economia; (ii) melhorar a matriz de desenvolvimento da sociedade e do país.

Poderá dizer-se que estes objetivos mexem com a política toda e é verdade, mas há prioridades e áreas estruturantes.

É decisivo para o nosso futuro próximo saber se a retribuição e os direitos no trabalho vão recuperar, nem que seja de forma faseada. É que, vem-se consolidando uma injusta distribuição da riqueza em desfavor dos trabalhadores quando é imperiosa a subida geral dos salários. Acresce que, a parte relativa dos lucros que vai para investimento, é cada vez menor.

Portugal | Milhares de professores marcham em Lisboa em protesto


Alguns milhares de professores concentraram-se, este sábado ao início da tarde, na rotunda do Marquês de Pombal em Lisboa e desceram a avenida da Liberdade rumo ao Rossio. Os bombos e as gaitas de foles marcaram o ritmo.

O dia é de celebração pelo Dia Mundial de Professor e, em véspera de eleições, os slogans devem ser contidos. Um regime especial de aposentação é das reivindicações mais pedidas, pelo rejuvenescimento da classe e pela qualidade do ensino, dizem.

"Vive-se um drama com a falta de professores e muitos desistiram de dar aulas", começa por dizer João Dias de Silva, líder da Federação Nacional de Educação (FNE), antes do início da marcha. O número de aposentações disparou este ano, já sendo superior ao de reformas em 2018 e até o número mais alto desde 2016.

Contra o envelhecimento da classe a FNE propõe, no seu roteiro para a legislatura, que nos próximos quatros em que devem aposentar mais de dez mil professores, que se atinja o objetivo de entrarem no sistema 10% de docentes com menos de 30 anos. Ou seja, cerca de dez mil professores. Neste momento são cerca de mil - menos de 1%. Enquanto os professores com mais de 60 anos são quase 13 mil.

"Estou cá para dizer que existo e que precisamos que olhem para nós". A recuperação integral do tempo de serviço congelado (nove anos, quatro meses e dois dias), defende, "pode parecer populista mas traria qualidade ao ensino". Permitiria a aposentação de muitos, o rejuvenescimento da carreira e professores mais motivados. "Precisamos de paz e de terminar a carreira com dignidade", defende.

O PAI E A MÃE DA DEMOCRACIA PORTUGUESA SÃO OS PORTUGUESES


Mário Motta | opinião

Faleceu Freitas do Amaral. A perda de uma vida é sempre de lamentar. Quem mais sente a ausência de um ente querido são os familiares e os amigos próximos. Companheira e filhos ainda muito mais que todos. Merecem todo o respeito.

Quis o exagero dos da média corporativa e mercenária, aliados a uns quantos adeptos da desinformação ou publicidade enganosa, elaborar títulos e textos que identificavam o falecido Freitas do Amaral como "pai da democracia". Estamos para saber onde foram buscar tal informação, de onde a colheram. É que na realidade foram e são os portugueses os verdadeiros progenitores da revolução de 25 de Abril de 1974 e da democracia que se lhe seguiu. Não Freitas do Amaral, não Mário Soares... Ninguém mais, além do povo português. O próprio Freitas do Amaral, Mário Soares e outros referidos pela publicidade enganosa da média corporativa e mercenária, compreenderiam isso.

É certo que Freitas fez o caminho da democracia e democratizou-se o quanto é possível na sua classe social e académica, não sendo menos certo que em 25 de Abril de 1974 era  mais um dos que viu o regime com que colaborava ser derrubado. E a apreensão, o temor, invadiu-o, como a banqueiros, como a pouco mais de meia dúzia de famílias a quem Portugal pertencia...

Essa foi, é, a realidade. Também realidade é o lamento da sua morte, como ser humano. Mas um ser humano à parte da maioria dos portugueses que sofrem as agruras da vida neste país de mais umas quantas famílias e corporações (algumas bastante mafiosas) do que em 24 de Abril de 1974. Esses tais que têm pugnado por instalar o mais possível a falsa democracia, a falsa justiça, o falso socialismo democrático. Os "maiorais" do neoliberalismo (ante-câmara do fascismo), das vantagens a uns quantos e exploração selvagem e desumana que vitima milhões de portugueses. 

Milhões de portugueses vítimas. Esses tais, o povo, que são indiscutivelmente os progenitores da democracia em Portugal, os obreiros de uma luta incessante em defesa dos valores de Abril de 1974,  da justiça e da democracia, constantemente atacadas por políticos em conluio com uns quantos da alta-finança nacional e internacional.

Nem pais nem mães os denominados o são, como Freitas do Amaral. Nem mesmo que se ponham em bicos de pés será justo considerá-los padrastos e madrastas da democracia. Da falsa e enfezada democracia que os neoliberalistas, falsos socialistas, falsos democratas fizeram sua em prejuízo da humanidade e dos portugueses em Portugal.

Nasceu o neoliberalismo climático


Salvar o planeta de quê? Das alterações climáticas, de que mais haveria de ser? Haverá mais coisas assim tão ameaçadoras com que tenhamos de nos preocupar?

José Goulão* | opinião

Salvar o planeta! Ora aí está uma causa nobre, por certo não fracturante, à medida do mainstream, padronizada segundo as normas da opinião única, enfim polémica quanto baste porque os seus opositores são encabeçados por figuras que estão de passagem, como Donald Trump, por certo uma excepção na tão recomendável classe bipartidária e monolítica dos Estados Unidos da América. Atentemos nos casos de Obama, de Hillary Clinton, consabidamente tão amigos do planeta e do ambiente.

Salvar o planeta de quê? Das alterações climáticas, de que mais haveria de ser? Haverá mais coisas assim tão ameaçadoras com que tenhamos de nos preocupar?

Na verdade, parece não haver coisa mais necessário na sociedade global em que vivemos do que mobilizar-nos no urgentíssimo e justíssimo combate contra a degradação do ambiente e as mudanças climáticas dela decorrentes.

Mobilizemo-nos, pois. Sigamos as marchas juvenis e coloridas inspiradas algures nos meandros onde se move essa tão carismática como recatada figura de George Soros, conhecido como «filantropo», um verdadeiro papa do globalismo, do neoliberalismo, reconhecido patrono ou mesmo proprietário da democracia autêntica.

Sigamos Greta Thurnberg lamentando os seus «sonhos perdidos», juntemo-nos ao Eng.º Guterres, a quem as aflições do clima proporcionaram uma energia interventiva até agora desconhecida, sobretudo desde que se tornou secretário-geral da ONU; acompanhemos Obama, Mark Zuckerberg, Al Gore, Richard Branson e outros patronos do movimento de Greta Thurnberg; desfilemos de braço dado com o benemérito Bill Gates, agora dedicado à causa dos negócios da geoengenharia a bem do ambiente, com as comissárias e os comissários europeus, os generais da NATO, os poluidores e as suas vítimas, todos irmanados nesta imensa vaga regeneradora que a muitos parece cativar e verdadeiramente não tem inimigos pois todos habitamos nesta Terra e 2030, «o ponto de não retorno», é já amanhã.

Além disso, «não há planeta B», como muito bem recordou o prof. Marcelo mesmo que, desta feita, a autoria do sound bite não lhe pertença.

Assim surgiu o protofascismo contemporâneo


Resgate de um fenômeno político dramático: o avanço da ultradireita, após a crise de 2008. Pobreza da maiorias. Rios de dinheiro aos bancos. Arrogância dos liberais. Paralisia da esquerda. Os ingredientes que criaram o monstro e como vencê-lo

Serge Halimi e Pierre Rimbert, no Le Monde Diplomatique (edição inglesa)  | Outras Palavras | Tradução: Felipe Calabrez

Budapeste, 23 de maio de 2018. Vestindo uma jaqueta um pouco grande para ele e uma camisa roxa, Steve Bannon dirigiu-se a uma audiência de húngaros proeminentes: “O pavio que iluminou a revolução Trump começou em 15 de setembro às nove da manhã [em 2008, quando] o Lehman Brothers foi levado à falência”. Bannon, ex-estrategista-chefe de Donald Trump, também havia sido banqueiro de investimentos no Goldman Sachs e sabia que a crise havia atingido a Hungria com força: “As elites se libertaram, socializaram totalmente o risco. O cidadão comum conseguiu um socorro como esse”? Embora muitas de suas atividades políticas atuais tenham sido pagas por fundos de hedge, ele ataca um “socialismo para os ricos” que provocou “uma revolta realmente populista” em todo o mundo. “Em 2010, Viktor Orbán foi votado de volta ao poder na Hungria”: Orbán foi “Trump antes de Trump”.

Uma década após a tempestade financeira de 2008, o colapso econômico global e a crise da dívida pública europeia desapareceram dos terminais da Bloomberg que monitoram os sinais vitais do capitalismo.  Mas suas ondas de choque amplificaram duas grandes revoltas políticas.

A primeira foi a perturbação da ordem internacional neoliberal do pós-Guerra Fria, fundada na OTAN, nas instituições financeiras ocidentais e na liberalização do comércio global. Mesmo que o vento leste ainda não tenha prevalecido sobre o oeste, como Mao prometeu, uma reconfiguração geopolítica está em andamento: quase 30 anos após a queda do Muro de Berlim, a influência do capitalismo de Estado chinês está crescendo. O futuro da economia socialista de mercado da China, impulsionado pela prosperidade de uma classe média crescente, está ligado à globalização do comércio, que danificou as bases de manufatura da maioria dos países ocidentais. Isso inclui os EUA, que Trump prometeu salvar de tal “carnificina” em seu discurso de posse.

Os choques e tremores secundários de 2008 também perturbaram a ordem política, que considerava a democracia de mercado o ponto final da história. A arrogância de tecnocratas de fala mansa em Nova York ou Bruxelas, que impuseram medidas impopulares em nome do conhecimento técnico e da modernidade, abriu caminho para políticos explosivos e conservadores. Em Washington, Varsóvia e Budapeste, Trump, Jaroslaw Kaczyński e Orbán afirmam ser tão capitalistas quanto Barack Obama, Angela Merkel, Justin Trudeau e Emmanuel Macron, mas sua marca de capitalismo é difundida por uma cultura diferente: ela é “iliberal”, nacional e autoritária, e defende os valores do interior sobre a metrópole.

Uma linha falha agora divide a classe política e é dramatizada e ampliada pela mídia, reduzindo o leque de opções políticas a dois irmãos em guerra. A direita recém-chegada ao poder em muitos países compartilha, com seus antecessores, a intenção de enriquecer os ricos. Mas procura fazê-lo explorando o sentimento que o neoliberalismo e a social-democracia inspiram na maior parte da classe trabalhadora, que é nojo misturado com raiva.

Unidade alemã vai ficar para a próxima geração


A Reunificação está concluída depois de quase 30 anos? De forma alguma, opina Kay-Alexander Scholz. Resta também um difícil legado. Cabe aos jovens do Leste e Oeste assumir o desafio para que cresçam unidos.

Kay-Alexander Scholz* | opinião

A divisão alemã atingiu muitas famílias: irmãos foram separados, crianças tinham tias e tios na outra parte do país. A construção do Muro de Berlim, em 1961, significou um drama significativo para os menores.

A maioria dos que sofreram esse drama como adultos já morreu ou está muito idosa. Todos aqueles para quem a "Unidade" sempre foi uma questão pessoal desaparecerão num futuro próximo. Para eles, a divisão era um erro que trouxe sofrimento e precisava ser superado.

Era também grande a disposição de muitos alemães-ocidentais de ajudar os parentes no Leste, economicamente mais fraco. Eles enviaram milhares e milhares de pacotes de café, frutas tropicais, roupas e chocolate através da fronteira interna para a antiga República Democrática Alemã (RDA).

Mas já os filhos dessa geração vivenciaram a divisão alemã nas décadas de 1970 e 1980 como algo normal. Pois eles cresceram ou na República Federal da Alemanha (RFA) ou na RDA comunista, vivendo, portanto, em mundos completamente diferentes.

Negar Holocausto não é liberdade de expressão, decide corte europeia


Em resposta à queixa de ex-deputado da legenda ultranacionalista de direita alemã NPD, Tribunal Europeu de Direitos Humanos decide que negar extermínio de judeus não está contemplado pelo direto à liberdade de expressão.

O Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) rejeitou nesta quinta-feira (03/10) uma queixa do ex-deputado estadual alemão Udo Pastörs, dopartido ultranacionalista de direita NPD.

Conforme decidiram os juízes por unanimidade em Estrasburgo, o fato de Pastörs ter sido condenado por suas declarações sobre o Holocausto não viola seu direito à liberdade de expressão. A sentença europeia confirma decisões anteriores de cortes alemãs.

Segundo o tribunal, durante o seu mandato como deputado no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Pastörs expressou inverdades com a intenção de difamar vítimas judias e negar o Holocausto.

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