sábado, 5 de outubro de 2019

O PAI E A MÃE DA DEMOCRACIA PORTUGUESA SÃO OS PORTUGUESES


Mário Motta | opinião

Faleceu Freitas do Amaral. A perda de uma vida é sempre de lamentar. Quem mais sente a ausência de um ente querido são os familiares e os amigos próximos. Companheira e filhos ainda muito mais que todos. Merecem todo o respeito.

Quis o exagero dos da média corporativa e mercenária, aliados a uns quantos adeptos da desinformação ou publicidade enganosa, elaborar títulos e textos que identificavam o falecido Freitas do Amaral como "pai da democracia". Estamos para saber onde foram buscar tal informação, de onde a colheram. É que na realidade foram e são os portugueses os verdadeiros progenitores da revolução de 25 de Abril de 1974 e da democracia que se lhe seguiu. Não Freitas do Amaral, não Mário Soares... Ninguém mais, além do povo português. O próprio Freitas do Amaral, Mário Soares e outros referidos pela publicidade enganosa da média corporativa e mercenária, compreenderiam isso.

É certo que Freitas fez o caminho da democracia e democratizou-se o quanto é possível na sua classe social e académica, não sendo menos certo que em 25 de Abril de 1974 era  mais um dos que viu o regime com que colaborava ser derrubado. E a apreensão, o temor, invadiu-o, como a banqueiros, como a pouco mais de meia dúzia de famílias a quem Portugal pertencia...

Essa foi, é, a realidade. Também realidade é o lamento da sua morte, como ser humano. Mas um ser humano à parte da maioria dos portugueses que sofrem as agruras da vida neste país de mais umas quantas famílias e corporações (algumas bastante mafiosas) do que em 24 de Abril de 1974. Esses tais que têm pugnado por instalar o mais possível a falsa democracia, a falsa justiça, o falso socialismo democrático. Os "maiorais" do neoliberalismo (ante-câmara do fascismo), das vantagens a uns quantos e exploração selvagem e desumana que vitima milhões de portugueses. 

Milhões de portugueses vítimas. Esses tais, o povo, que são indiscutivelmente os progenitores da democracia em Portugal, os obreiros de uma luta incessante em defesa dos valores de Abril de 1974,  da justiça e da democracia, constantemente atacadas por políticos em conluio com uns quantos da alta-finança nacional e internacional.

Nem pais nem mães os denominados o são, como Freitas do Amaral. Nem mesmo que se ponham em bicos de pés será justo considerá-los padrastos e madrastas da democracia. Da falsa e enfezada democracia que os neoliberalistas, falsos socialistas, falsos democratas fizeram sua em prejuízo da humanidade e dos portugueses em Portugal.

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