segunda-feira, 18 de novembro de 2019

EUA | A violência fascista e a política racial e do racismo


Joseph Kishore*

Os tiroteios em massa nos Estados Unidos no final de semana, segundo a manchete da edição de segunda-feira do New York Times, abalaram “uma nação perplexa em seu âmago”. Os massacres em El Paso, no Texas, e Dayton, em Ohio, “foram suficientes”, continuou o Times, “para deixar o público atordoado e abalado”.

Não está claro como os editores do Times puderam determinar, em poucas horas, o humor de 340 milhões de pessoas. Pode haver, é claro, certo grau de confusão e perplexidade, como sempre acontece em meio a eventos tão chocantes. Mas a “perplexidade” está longe de ser a única resposta, e muito menos a dominante. Houve muitos assassinatos em massa nas últimas duas décadas para que os cidadãos ficassem apenas perplexos. Há muita raiva e indignação. As pessoas estão cansadas de ouvir os políticos responderem a esses assassinatos em massa com os discursos de sempre. Na noite de domingo, os participantes de uma vigília em Dayton gritavam para o governador republicano de Ohio, Mike DeWine, “fazer alguma coisa!” em relação aos assassinatos em massa.

Em qualquer caso, na medida em que há “perplexidade” – isto é, confusão quanto às razões para essa enorme quantidade de assassinatos –, o New York Times e o resto da mídia fizeram tudo o que puderam para desorientar e enganar o público.

Ao invés de realizar um exame sério do ambiente social e político que levou ao ressurgimento da violência fascista, o Times e os setores mais influentes da mídia capitalista afirmam que a causa essencial dos assassinatos em massa encontra-se em um difundido e orgânico racismo, que é um componente quase inato e impossível de se erradicar da identidade “branca”.

Na manchete de seu principal editorial de segunda-feira, o Times declarou: “Temos um problema terrorista nacionalista branco”. O termo “nacionalista branco” ou “nacionalismo branco” aparece 20 vezes em um editorial que exige uma campanha como aquela da “guerra ao terror”. No entanto, há apenas uma referência passageira e acidental ao fascismo e ao nazismo. Uma avaliação racialista da causa da violência toma o lugar de uma explicação política.

EUA | Mais de 100 mil crianças estão em centros de detenção para imigrantes - diz ONU


Mais de 100 mil crianças estão atualmente retidas pela imigração dos Estados Unidos, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (18).

O autor principal do Estudo Global das Nações Unidas sobre os Menores Privados de Liberdade, Manfred Nowak, afirmou que os números se referem às crianças migrantes atualmente sob custódia que chegaram desacompanhadas à fronteira com os Estados Unidos, bem como às detidas com parentes e menores separados de seus pais antes da detenção.

"O número total atualmente detido é de 103 mil", disse Nowak à AFP. O número é uma estimativa "conservadora" e baseada em fontes "muitos confiáveis", afirmou. 

Globalmente, pelo menos 330 mil crianças em 80 países estão detidas por motivos relacionados à migração, de acordo com o estudo global, o que significa que os EUA respondem por quase um terço dessas detenções.

O PREÇO DA TRAIÇÃO: UM MILHÃO DE DÓLARES

O general boliviano que exigiu a renúncia do Presidente Evo Morales recebeu um milhão de dólares do Encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos em La Paz, sr. Bruce Willianson, juntamente com um visto de residência permanente nos EUA (para onde foi viver). 

Trata-se do general Williams Kaliman, que anteriormente fora adido militar da Embaixada da Bolívia em Washington. No seu curriculum conta-se uma passagem pela School of Americas, em Fort Bennings, Georgia, destinada a formar militares e polícias latino-americanos. 

O general Kaliman assumira o cargo de chefe das Forças Armadas Bolivianas em 24/Dezembro/2018. Anteriormente estivera no comando do Exército. Quando se dirigia ao Presidente Evo Morales chamava-o de "irmão".

Resistir.info

Pescador e artesão encontrado morto na costa na zona nobre de Díli


Díli, 18 nov 2019 (Lusa) -- Um pescador e artesão timorense da ilha de Ataúro foi hoje encontrado morto junto à costa na zona nobre de Díli, com as autoridades a investigarem as circunstâncias da morte, confirmou a polícia.

O corpo de Alcino Pereira, que em janeiro cumpria 32 anos, foi encontrado junto à costa em frente à embaixada da China, na Avenida de Portugal, ao inicio da manhã de hoje.

As autoridades estão a investigar as causas da morte, estando o corpo a ser sujeito a autópsia na morgue do Hospital Nacional Guido Valadares,

Amigos do pescador explicaram à Lusa que não se sabe ainda o que causou a morte do homem, confirmando apenas que tinha vários ferimentos na cabeça.

O homem era um conhecido pescador e membro da comunidade de artesãos de Ataúro.

ASP // FST

Empresa estatal indonésia planeia fábrica de explosivos em Timor-Leste

Díli, 18 nov 2019 (Lusa) - A empresa estatal indonésia PT Dahana (Persero) anunciou planos de construir uma fábrica de explosivos em Timor-Leste em 2020, no âmbito do processo de expansão na região, noticiou este fim de semana ?aagência de notícias Antara.

O presidente diretor da Persero, Budi Antono, disse que se tratava de uma "boa oportunidade" para a empresa, permitindo alcançar novos mercados.

A fábrica representa um investimento de cerca de 15 mil milhões de rupias (cerca de 965 mil euros) e poderá gerar produtos destinados à exportação para a Nova Zelândia e Austrália.

Antono explicou à agência indonésia que Timor-Leste se comprometeu a fazer um cais para a fábrica e que os explosivos serão utilizados também no país, nomeadamente no processo de eventuais construções de túneis.

O responsável da empresa não revelou o local de construção da fábrica que demorará um ano a estar pronta e que terá uma capacidade anual de cerca de mil toneladas.

A PT Dahana é uma empresa estatal que opera na indústria de explosivos e também em equipamentos militares.

ASP // FST

China não ficará parada se situação em Hong Kong se descontrolar


O embaixador da China em Londres, Liu Xaoming, alertou hoje, durante uma conferência de imprensa, que o Governo chinês não ficará sem fazer nada se a situação em Hong Kong se descontrolar.

"Penso que o Governo de Hong Kong está a fazer todos os esforços para manter a situação sob controlo, mas se a situação sair de controle, o Governo central certamente não ficará sem fazer nada", disse o diplomata, acrescentando que a China tem "suficiente determinação e poder para pôr fim ao levante".

As manifestações em Hong Kong, que já duram há mais cinco meses, atingiram na semana passada uma fase mais radical e violenta e a preocupação, neste momento, é sobre a possibilidade de intervenção chinesa para resolver esta crise política sem precedentes.

Hoje, centenas de manifestantes estavam entrincheirados no campus universitário e cercados pela polícia.

No sábado, soldados chineses da guarnição local do Exército de Libertação Popular saíram às ruas para remover barricadas, uma aparição extremamente rara e altamente simbólica.

"Eles (soldados) estão lá para mostrar a soberania chinesa e com objetivo de defesa", disse o embaixador chinês, durante a conferência de imprensa em Londres.

China, Hong Kong | Por um fio


José Carlos Matias | Plataforma, opinião

Não pode haver meias palavras. A violência tem de parar. Já. Perante o abismo foi dado o passo em frente em Hong Kong. Cada dia que passa a pérola financeira vizinha aproxima-se de um ponto sem retorno. As feridas abertas diariamente são tão profundas que se torna impossível vislumbrar uma solução no curto-prazo. É todavia urgente evitar uma catástrofe de dimensões imprevisíveis. Para isso é crucial que os manifestantes radicais parem imediatamente com os atos absolutamente intoleráveis e inaceitáveis de vandalismo e violência.

Paralelamente, a polícia terá que mudar de atitude e exercer a força com mais contenção e proporcionalidade, nomeadamente quando lida com cidadãos ou jornalistas que nada têm a ver com os protestos violentos.

Da Caixa de Pandora, saíram demónios que agora ameaçam abrir as portas do inferno, infestando o ambiente com intolerância, vandalismo, extremar de posições, desinformação, abusos em nome da liberdade e abusos de poder. O recurso à violência é uma escolha consciente destes jovens, por muito que os grupos radicais venham argumentar que não têm outra opção. A banalização da violência alimentou um ciclo vicioso e doentio.

América Latina: Povo sem pernas, mas que caminha


Nas linhas tortas da História, um caminho pavimentado pela violência colonial: chicotes, pobreza e desumanidades. Com ultradireita, vive nova encruzilhada. Mas novas revoltas sugerem: hora é de recuperar o sabor da resistência

Luís Felipe Machado de Genaro | Imagem: Joaquín Torres García, Construtivo en cinco tonos (1945)

Por vezes me pego refletindo, entre agonias e desilusões, sobre o mapa invertido da América Latina do artista uruguaio Joaquin Torres García, que o teria rabiscado em meados da primeira metade do século passado.

Há neste mapa uma porção de significados simbólicos que olhando ao nosso redor, neste cenário histórico-político aterrador, parece, em alguns poucos momentos, me encher de esperança, enquanto em outros permaneço incrédulo e estático – não há transformação possível, penso. Como inverteríamos este mapa? Torres García imaginava um continente unido em oposição radical aos interesses do Norte global. Nas palavras do artista:

“Nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, para nós, senão por oposição ao nosso Sul. Por isso agora pomos o mapa ao revés, e então já temos a exata ideia de nossa posição, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América, desde agora, prolongando-se, assinala insistentemente o Sul, nosso Norte”.

Que comece logo o processo da nova Constituição do Chile


O fato de o governo e a oposição terem concordado em abrir o caminho para uma nova Carta Magna é algo histórico, mas o processo deve ser iniciado bem mais rapidamente, opina Uta Thofern*.

O Chile deverá, finalmente, ter uma nova Constituição, trinta anos após o fim da ditadura de Augusto Pinochet. Uma Constituição que seja democraticamente legitimada, uma Constituição que seja modelada e apoiada por ampla maioria.

Este é um êxito inacreditável dos protestos de massa das últimas semanas e deve ser, de fato, motivo de comemoração. Mas, se observarmos os pormenores, isso já bastará para que as comemorações se transformem em apenas um menear de cabeça.

Os chilenos deverão votar em abril para decidir se querem uma nova Constituição e de que forma a Assembleia Constituinte deverá ser composta. Em abril! Isso é daqui a seis meses. Os constituintes deverão ser eleitos em setembro, o que fará com que os trabalhos sejam iniciados apenas daqui a dez meses.

O país está em convulsão há semanas porque uma ampla maioria está simplesmente farta de tudo, da desigualdade, da falta de perspectivas e da falta de responsabilidade social do estado, assegurada pela velha Constituição. A paciência das pessoas está, obviamente, quase esgotando. Pelas ruas ecoa o grito que diz "o Chile acordou", mas a política ainda permanece no vagão dormitório.

Evo Morales saúda mediação europeia para crise na Bolívia


Asilado no México, o ex-presidente elogia ofertas da Espanha e União Europeia para mediar o conflito boliviano. Morales revela ter "muito medo de uma guerra civil" no país sul-americano.

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou-se neste domingo (17/11) a favor de que o governo da Espanha e outros membros da União Europeia participem como mediadores, a fim de acabar com a grave crise que atravessa seu país.

"Como seria bom se a Espanha, ou [o ex-presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez] Zapatero, um especialista em mediação, Pepe Mujica, ou outros governos se juntassem à mediação para a pacificação", afirmou, em entrevista à agência de notícias Efe, de seu asilo na capital do México.

O ex-mandatário boliviano afirmou não ter contato com diplomatas espanhóis, nem de outros países europeus, desde sua renúncia, em 10 de novembro, mas que considera positivo o envolvimento da Espanha ou de algumas nações da UE. Por outro lado, criticou "alguns países da União Europeia que se posicionaram", referindo-se ao apoio do Reino Unido ao novo governo interino.

"Não gostei, mas se vocês aceitarem esta posição [de mediadores], serão bem-vindos." Morales, que aceitou o asilo oferecido pelo governo mexicano, também elogiou a Espanha e a UE, por agirem sem nada pedir em troca, "ao contrário da ajuda oferecida pelos EUA, que é sempre condicional".

Armada lusitana vai defender o título: As notas do Luxemburgo-Portugal


Seleção Nacional venceu o Luxemburgo, por 2-0, e garantiu presença na fase final do Euro 2020 onde vai defender o título conquistado em 2016.

Foi difícil, mas o passaporte está carimbado. Portugal venceu este domingo o Luxemburgo por 2-0 e garantiu presença no Campeonato da Europa de 2020. A equipa liderada por Fernando Santos vai, assim, defender na competição que decorre no próximo ano o inédito título conquistado há três anos em França graças a um golo de Éder no Stade de France.

O que no início pareceu uma miragem, dado os empates em casa frente a Ucrânia e Sérvia, os adversários mais complicados deste grupo B, passou depois a ser uma realidade com uma vitória determinante na Sérvia por 4-2.

Depois dos três primeiros jogos, a formação das quinas ficou a depender de si própria para garantir a qualificação no primeiro lugar do grupo. A vitória na Ucrânia era essencial para subir à liderança, mas a armada lusa tropeçou em Kiev e ficou ‘obrigada’ a vencer Lituânia e Luxemburgo para não ser ultrapassada pela Sérvia.

Portugal | Os médicos e o serviço público


Inês Cardoso* | Jornal de Notícias

O meu médico de família tem sempre tempo e um sorriso para os seus doentes e está disponível para os atender em vários canais fora do horário de trabalho.

Apesar de não ter ligações ao concelho, instalou-se numa pequena vila de quatro mil habitantes e dedica-se a tempo inteiro ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). É, a julgar pelo que mostram as estatísticas, um caso cada vez mais raro e que tende a ser pouco seguido pelos jovens médicos.

É num contexto de dificuldades em fixar os especialistas no SNS que o Governo inscreve no seu programa a promessa de criar um regime de permanência no serviço público para todos os que terminem o período de especialização. Não se sabe ainda como, nem por quantos anos. Apenas se fala num "pacto" com os profissionais, o que pressupõe uma negociação e contrapartidas para essa dedicação.

O problema é que não se trata apenas de oferecer mais dinheiro. Não faltam profissionais que se dedicam ao serviço público, mesmo perdendo rendimentos em relação a colegas que fazem carreira no privado. A questão é que os hospitais deixaram de ter condições de trabalho e os médicos sentem-se muitas vezes de mãos atadas pelas limitações na resposta dada aos doentes. Há um problema de recursos humanos, sim, mas profundamente ligado à degradação dos próprios serviços.

A saúde é o exemplo mais gritante das consequências da falta de investimento acumulado nos últimos anos. Primeiro por causa da troika, depois porque o equilíbrio das contas públicas tem vindo a ser feito à custa de cativações e equilibrismos. Não adianta entrar num discurso político que responsabiliza os profissionais pela falta de recursos - seja na saúde ou na educação, onde dificuldades de outra natureza dificultam a fixação estável de professores. Se houver serviços públicos de qualidade e políticas globais que os valorizem, o mais simples será atrair profissionais.

*Diretora-adjunta

Explosão do negócio privado da saúde em Portugal


Esta é a terceira parte de um estudo com o título “O agravamento das dificuldades do SNS, a falta de medidas no programa do atual Governo, o aumento das despesas das famílias com a Saúde e a explosão do negócio privado de saúde em Portugal à custa do SNS, da ADSE e das famílias”.

Estudo –  3.ª Parte 

A explosão do negócio privado da saúde em Portugal, o seu financiamento pelo SNS e pela ADSE e a concentração crescente no setor privado da saúde que aposta, para se consolidar, na degradação do SNS

O negócio privado da saúde explodiu em Portugal nomeadamente nos últimos anos. Entre 2007 e 2017, o número de hospitais privados aumentou de 99 para 114, representando neste último ano já  50,7% do número total de hospitais existentes no país.

Mas é a nível dos grandes grupos de saúde, alguns deles já controlados por entidades estrangeiras, (Grupos Luz, José Mello Saúde, Lusíadas, Trofa, grupo Hospitais Privados do Algarve) que se tem verificado um enorme crescimento (explosão)  os quais têm absorvido/engolido/destruído  os pequenos e médios hospitais, assim como as policlínicas existentes, tornando os consultórios de médicos cada vez mais uma recordação/relíquia do passado, e transformando a maioria dos médicos e outros profissionais de saúde (incluindo os que trabalham também  no setor publico da saúde)  em autênticos “proletários descartáveis” aos quais pagam uma percentagem do preço que cobram ao doente, ou por peça (ex. por cada operação que fazem), sem qualquer vinculo de trabalho permanente.

Esta explosão do negócio da saúde em Portugal, ou melhor, dos grandes grupos de saúde, tem sido feita fundamentalmente à custa do SNS e das suas dificuldades e dos subsistemas públicos de saúde, nomeadamente da ADSE, que os financiam.

O próprio SNS tem financiado em larga escala o setor privado da saúde e fornecido trabalhadores altamente qualificados (médicos e enfermeiros) a preços baratos sem encargos adicionais para os grupos privados de saúde (não têm de suportar encargos sociais nem têm de pagar subsidio de férias e de Natal).

Os subsistemas públicos de saúde, em particular a ADSE, têm tido também um papel fundamental na promoção dos grandes grupos privados de saúde, na medida que lhes concedem um tratamento preferencial em prejuízo dos médios e pequenos prestadores que muito dificilmente conseguem assinar uma convenção com a ADSE e que são engolidos pelos grandes grupos (como membro do conselho diretivo da ADSE eleito pelos representantes dos beneficiários tenho procurado mudar esta realidade mas em vão já que tenho  encontrado uma forte oposição dos dois membros nomeados pelo governo, que constituem a maioria do conselho diretivo)

O quadro que a seguir se apresenta, retirado do relatório e contas divulgado pelo Ministério da Saúde, mostra a enorme dimensão do financiamento do setor privado de saúde pelo SNS.

Eugénio Rosa | Jornal Tornado

“Há dois tipos de tratamento oncológico: o dos que podem pagar e o dos que não podem”


PORTUGAL

Entrevista a Fátima Cardoso, presidente da ABC Global Alliance

O cancro da mama avançado é incurável. Num segundo, dentro de um consultório recebe-se uma sentença de morte: em média mais três anos de vida. Fátima Cardoso, presidente da ABC Global Alliance, é oncologista e considera que as desigualdades no acesso à saúde em Portugal “estão a aumentar assustadoramente”. Hoje é distinguida com o prémio Advanced Breast Cancer Award 2019.

Qual é o trabalho da ABC Global Alliance e porque se fixaram em Portugal?

Criámos esta Aliança para o cancro da mama avançado quando percebemos que os doentes com este tipo de tumor — cerca de um terço — se sentiam abandonados por todos os profissionais de saúde, investigadores, media e mesmo por associações de doentes. Ao mesmo tempo sentiam culpa quando o cancro ressurgia e achavam que tinham feito alguma coisa de mal durante o tratamento. Começámos, então, a lutar pelos direitos deles, nomeadamente, o acompanhamento por uma equipa especializada e multidisciplinar e o tratamento de acordo com as recomendações internacionais de alta qualidade, que também desenvolvemos. A necessidade era tão grande que surgiu um movimento de defesa destes doentes e um lóbi para a mudança de várias políticas e mitos. Em 2016 nasceu a Aliança como iniciativa da Escola Europeia de Oncologia. Cresceu e fez sentido torná-la uma entidade legal e independente como uma organização não-governamental para o desenvolvimento. Devido ao meu envolvimento aceitaram que a sede fosse em Lisboa.

Marta Gonçalves | Expresso

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