Políticos, cantores e artistas
juntam-se no reconhecimento e homenagem ao incontornável músico português que
morreu na terça-feira, aos 77 anos. As cerimónias fúnebres de José Mário Branco
começam esta quarta-feira, a partir das 17h00, no salão nobre da Voz do
Operário, em Lisboa, sendo o funeral na quinta-feira à tarde.
José Mário Branco morreu esta terça-feira aos 77 anos mas a sua arte
ficará para sempre. Esta é a mensagem que políticos, partidos, cantores,
autores e artistas quiseram deixar no dia em que um dos mais importantes cantautores da
música portuguesa partiu, fazendo referência à resistência e à convicção que
sempre demonstrou.
Marcelo Rebelo de Sousa reagiu, ainda na manhã de ontem, na
antena da RTP, à morte de José Mário Branco. "Consternação,
reconhecimento e gratidão" foram as palavras que o Presidente da
República usou para se referir ao autor, acrescentando que tentou que este
fosse condecorado em vida, "mas ele, com a sua independência, sempre
recusou". Agora, é algo que dependerá da vontade "da
família", fez sobressair o Chefe de Estado.
Por sua vez, o primeiro-ministro
António Costa lembrou o cantautor, recordando o
"grande militante político" que traduziu na música essa militância e
expressão. Já no Twitter, o líder do Governo tinha escrito: "Não
esqueceremos a sua música, a sua inquietação."
O
Partido LIVRE lamentou a morte do músico, afirmando que
para artistas da sua dimensão "a morte nunca existirá" e que
"resistir é vencer". "Para figuras da dimensão de José
Mário Branco, a morte nunca existirá", sublinhou em comunicado.
Artes choram partida de José
Mário Branco.
O contrabaixista Carlos Bica,
defendeu que José Mário Branco "foi e continua a ser um dos melhores
compositores portugueses de todos os tempos", referindo que guardará
"para sempre", na memória e no coração, "a pessoa excecional que
ele foi".
Cristina Branco, Linda Martini, Carlão, João Pedro Pais,
os Amor Electro, os Anaquim, os Lavoisier, Elísio Donas e os
artistas de hip hop Capicua, Nerve, Virtus, Mundo Segundo e Cálculo, foram
outros dos nomes do panorama musical que juntaram as suas vozes no tributo ao
artista.
Entre as muitas homenagens e
testemunhos deixados por figuras e instituições públicas nas redes sociais
contam-se ainda os do escritor Francisco José Viegas, do argumentista Filipe
Homem Fonseca, do jornalista Carlos Vaz Marques, do psiquiatra Júlio Machado
Vaz, do festival Iminente, do Museu do Fado, da Direção-Geral do Livro e
das Bibliotecas (DGLAB), do fotojornalista João Pina, do artista
Alexandre Farto (Vhils), do ator Nuno Lopes e dos humoristas Nuno Markl e
Bruno Nogueira.
José Mário Branco é um dos mais
importantes autores da música portuguesa e deixa um legado de 50 anos de música
de inquietação, interventiva e militante.
Exilou-se em França, em 1963,
depois de perseguido pela PIDE, a polícia política da ditadura, militante
comunista que se opôs ao regime ditatorial de Salazar e a uma participação na
guerra colonial, e só regressou a Portugal depois da Revolução de Abril.
As
cerimónias fúnebres do músico começam hoje, decorrendo
no salão nobre da Voz do Operário das 17h00 às 22h30 e amanhã a partir das
11h00. O funeral parte para o cemitério do Alto de São João pelas 17h30 de
amanhã.
Notícias ao Minuto com Lusa |
Imagem: Lusa