sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

“Nova” ultradireita, filha dos neoliberais


Eles esvaziaram a democracia, para afirmar a soberania dos mercados. E espalharam ressentimentos, ao concentrar riquezas. Surgiu um Frankenstein — a quem recorrem, sempre que seus super privilégios são ameaçados…

Daniel Zamora e Niklas Olsen, em Jacobin| Outras Palavras | Tradução: Felipe Calabrez

No turbulento ano de 1968, o economista de Chicago e vencedor do Prêmio Nobel George J. Stigler apontou algumas idéias sobre como introduzir o “sistema de preços” no processo da democracia. Stigler era um dos amigos mais próximos de Milton Friedman e fazia parte de seu “pensamento coletivo” neoliberal desde o início. Os dois homens participaram do primeiro encontro da sociedade Mont Pèlerin em 1947, um dos eventos fundadores do movimento neoliberal. Nas décadas seguintes, os dois economistas de Chicago fizeram contribuições vitais para o que, segundo a cientista política Wendy Brown, tornou-se o objetivo principal da agenda neoliberal mundial: “a economização de todas as características da vida”, um projeto que buscava substituir, pelo sistema de preços, as formas mais políticas de tomada de decisão coletiva.

George Stigler propôs um modo específico para essa “economização”. Ele já havia fornecido modelos de custo / benefício para, por exemplo, investigar a taxa “ideal” de acidentes de carro ou perguntar se seria mais vantajoso bombardear o Japão “continuamente” ou “descontinuamente” em tempos de guerra. Desse ponto de vista, não devemos também ver a própria democracia como um sistema que tem um “custo”, e precisa ser “gerido” da maneira mais eficiente? O custo de eleições periódicas, pensava Stigler, era geralmente muito alto e “perturbador”, com todas as suas “campanhas desnecessárias”. Ao contrário de uma empresa privada, os termos de emprego dos representantes eleitos eram limitados no tempo. “Os custos de ‘recontratar’, argumentou, seriam excessivos e supérfluos, se os eleitores estivessem satisfeitos com seus “funcionários”. Talvez surpreendentemente, o “abandono de eleições periódicas” tenha se tornado para Stigler uma maneira mais racional de organizar a representação política, aproximando-a mais da “vida econômica ordenada”. Era sempre “dispendioso descobrir, examinar e treinar um novo trabalhador, e o trabalhador acha caro descobrir, explorar e mudar para um novo emprego ”, prossegue Stigler. Por que não, como no setor privado, “adotar a regra da posse indefinida?” Com um mandato presidencial entendido como um simples contrato de trabalho, um presidente poderia permanecer no poder enquanto seus empregadores – leia-se cidadãos – o quisessem lá. Stigler propôs que os eleitores pudessem convocar uma eleição por meio de uma petição exigindo que um décimo do eleitorado assinasse. Nos termos demográficos de hoje, isso representaria, no Brasil, mais de 15 milhões de eleitores.

Além disso, para evitar um excesso de eleições (a democracia “excessiva” poderia facilmente degenerar em totalitarismo), Stigler acrescentou que “os peticionários de uma nova eleição pagariam seus custos ao Estado”. Essa “introdução do sistema de preços” no processo democrático permitiria “torná-lo responsivo aos desejos do eleitorado e aos custos das eleições”. A implementação de tal sistema implicaria, é claro, uma contenção muito estrita de política e da democracia, dificultando a organização de eleições; considerando o “custo” de uma eleição, somente os ricos ou as empresas teriam recursos para contestar os funcionários eleitos. A “Política”, no sentido clássico, seria, para entender a expressão de Hayek, “destronada”, tornando a grande maioria dos cidadãos incapazes de moldar a ordem social coletivamente.

Após seu estudo anterior sobre o neoliberalismo (Undoing the Demos, 2015), o mais novo livro da teórica política Wendy Brown, In the Ruins of Neoliberalism (Nas Ruínas do Neoliberalismo, editora Politeia), enfoca esse esforço neoliberal para desmantelar o político e o social, e como esse projeto lançou as bases para a ascensão da política antidemocrática no Ocidente.

O Brasil está cheio de cristãos com olhos para o próprio umbigo


José Soares*

Cristãos que lotam templos e igrejas, preenchendo apenas uma cadeira a mais. No entanto, seus gestos e atos passam por longe do verdadeiro cristianismo;

Cristão que defendem armas, já que carecem delas para eliminar pretos, pobres e periféricos, suas maiores ameaças;

Cristãos que vibram quando pobres, pretos e periféricos são exterminados nas favelas por aqueles que deviam lhes dar proteção;

Cristãos que vão ao êxtase ao saberem que, determinada comunidade, em baile funk, foi cercada na madrugada deixando um saldo de nove mortes. Afinal a festa não era de brancos, ricos e “homens e mulheres de bem”;

Cristãos que se deleitam no seu bem-estar, pouco se ligando se seus semelhantes fizeram pelo menos uma refeição diária. Para tais cristãos vale somente a frase: eu tenho o meu, o outro que se “exploda”;

Maduro diz que armas roubadas das Forças Armadas da Venezuela estão no Brasil


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que as armas que foram roubadas das Forças Armadas de seu país no último domingo estão no Brasil e exigiu que o governo de Jair Bolsonaro capture os responsáveis.

“As armas venezuelanas foram roubadas em um ataque terrorista, Sr. Jair Bolsonaro, e essas armas, neste momento temos informações que estão no território brasileiro. Exigimos que as autoridades brasileiras capturem os agressores que estão no território brasileiro e retornem as armas das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas”, disse Maduro durante uma reunião de ministros transmitida no rádio e na televisão.

O presidente venezuelano explicou que entre os equipamentos roubados do Batalhão Militar estão nove rifles AK-103 e um lançador de granadas de longo alcance.

No domingo passado, foi registado o roubo no Batalhão de Infantaria da Selva Mariano Montilla, no sul do estado de Bolívar, de 120 rifles de alto calibre e, durante a ação, um soldado que protegia a instalação militar foi abatido.

De acordo com indicações dadas por Maduro, as armas seriam usadas “para banhar o Natal venezuelano com sangue”.

Bolívia | Os recursos da ditadura

A golpista cumprimenta os generais cúmplices
Atilio Boron [*]

A gravíssima situação em vigor na Bolívia tem múltiplas manifestações, cada qual mais aberrante. Todas elas têm um denominador comum: a violação sistemática dos direitos humanos, as liberdades públicas e os direitos e garantias individuais. Estes são os resultados previsíveis de todo regime ditatorial, como o do governo que hoje se apoderou da Bolívia. Trata-se de uma ditadura imposta por um golpe militar à moda antiga e desprezando as ferramentas mais subtis do "golpe suave". Ali o protagonismo não coube a juízes e legisladores corruptos e sim aos polícias e militares que desde há décadas são adestrados e equipados pelos Estados Unidos. Foram eles os verdugos do golpe de estado que destruiu não só um governo como a democracia laboriosamente conquistada na Bolívia.

É óbvio que esta operação estava em gestação desde há muito tempo, como o demonstra a frustrada tentativa de golpe e secessão de 2008. Este projecto nunca foi arquivado e foi actualizado no ano passado em vésperas da eleição presidencial, com a inestimável colaboração dos media – esmagadoramente nas mãos da oposição – que actuaram como ponta de lança do golpismo, criando o "clima de opinião" que justificaria o assalto ao Palacio Quemado pelas hordas fascistas. Mas ao contrário de 2008 desta vez nada ficou entregue ao acaso: Os Estados Unidos jogaram forte e nos princípios de Setembro enviaram nada menos que Ivanka Trump à província nortista argentina de Jujuy num avião carregado de armas, apetrechos para produzir distúrbios e dinheiro – muito dinheiro – para contratar os gangsters que sob o comando de Luis F. "Macho" Camacho assolaram as principais cidades e criaram o caos social requerido para justificar o golpe e sua irrupção no Palacio Quemado a ostentar uma Bíblia, exorcizar a Pachamama e ultrajar a wiphala . A "doação" da Casa Branca foi enviada a Santa Cruz de la Sierra, centro de operações dos supremacistas brancos, racistas até à medula, e dos agentes estado-unidenses a operarem na Bolívia.

Portugal | Essencial das respostas que Costa deu às 65 perguntas dos deputados


ARMAMENTO DE TANCOS

Primeiro-ministro garantiu que só conheceu memorando sobre o achamento do material furtado no dia da demissão de Azeredo Lopes e desconhecer operação paralela da PJM.

Em 20 de Maio, o primeiro-ministro, António Costa, respondeu por escrito a 65 perguntas dos deputados do Bloco de Esquerda, do PSD e do CDS-PP da comissão parlamentar de inquérito a Tancos. Este é o essencial das suas respostas.

A demissão e o memorando

Uma das questões formuladas pelos deputados da comissão, cujo âmbito era apurar responsabilidades políticas, teve como centro o memorando do achamento do material entregue a 20 de Outubro de 2017 pelos responsáveis da Polícia Judiciária Militar (PJM), coronel Luís Vieira e major Vasco Brazão, ambos entre os 23 arguidos do Ministério Público, ao tenente-general Martins Pereira, chefe de gabinete do ex-ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes.

No relato aos deputados, o primeiro-ministro assegura, como já o tinham feito em comissão o major-general Tiago Vasconcelos e o seu chefe de gabinete, Francisco André, que só teve conhecimento deste documento a 12 de Outubro de 2018 quando o seu gabinete teve acesso ao mesmo. É naquele dia, que Azeredo Lopes apresenta a sua demissão.

“Fiquei com a convicção de que o ex-ministro da Defesa Nacional nunca o tinha visto anteriormente”, escreve António Costa referindo-se ao memorando. Nas respostas a este tema, não é estabelecida qualquer relação de causa e efeito entre a apresentação do documento e a demissão do antigo ministro.

Aliás, Costa recorda as razões então invocadas por Azeredo Lopes na sua carta de demissão, nomeadamente evitar o desgaste das Forças Armadas pelo ataque político ao ministro da tutela. Aliás, o ex-responsável da Defesa Nacional negou que tivesse conhecimento do encobrimento do achamento do material furtado em Tancos, como é relatado no memorando, e situa a decisão de se demitir após a conclusão da proposta do Orçamento de Estado para 2019.

Portugal | Uma banca de emoções


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

Não têm sido tempos fáceis para o sector da banca. Depois dos escândalos financeiros que levaram à nacionalização do BPN, à falência do BPP, à insolvência/recapitalização/venda do Banif, à intervenção do Estado na CGD e à resolução do BES, a comoção dos depositantes e accionistas não tem parado de crescer ao ritmo das falências, perdas, empréstimos e descapitalizações. Sistema financeiro, Banco de Portugal, regulador, comissões de inquérito, todo um novelo de especulação, falta de rigor, crime, favorecimento e compadrio.

À escala internacional, um assalto de muitos milhões para o bolso de alguns. Para milhões de pessoas, um assalto sem mão armada perpetrado pelas zonas cinzentas e permitida pela desregulação do sector financeiro. Nos dias de hoje, dos bancos e de muitos banqueiros, espera-se muita coisa mas não um vendaval de emoções. Pensávamos nós, incautos depositantes de zero de juro à ordem, que as verdadeiras dificuldades eram sentidas por quem não auferia salário para fazer face a todos os dias do mês. A habitação ou a falta dela, o endividamento ou o desemprego, a fome ou a indignidade. No fundo, a impossibilidade, o quase fado da pobreza. Mas não. Faltava a pequena história lusa, a singela contribuição particular de um homem para contar uma grande história de comoção. Ei-la.

Mulher de banqueiro recebia para dar estabilidade. BdP validou recondução


TRAFULHAS À PORTUGUESA*

Mulher do presidente do Crédito Agrícola recebia 2.000 euros por mês para dar "estabilidade emocional" ao marido. O pagamento foi, entretanto, encerrado, mas Licínio Pina foi reconduzido para um novo mandato com 'luz verde' do Banco de Portugal.

Licínio Pina tem estado no 'olho do furacão' por causa de um alegado pagamento que o grupo do qual era presidente, a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo (CCCAM), pagava à sua mulher para garantir "estabilidade emocional". Por este 'serviço' auferia 2.000 euros, de acordo com o número avançado pelo Jornal de Notícias. Entretanto, o Observador adianta, esta sexta-feira, que o Banco de Portugal (BdP) validou a recondução do banqueiro no cargo, já depois de o pagamento ter sido encerrado.

O Notícias ao Minuto já entrou em contacto com o regulador, aguardando esclarecimentos, bem como já colocou algumas perguntas ao Crédito Agrícola sobre este assunto, mas até ao momento ainda não foi possível obter uma resposta. 

Exército sírio continua a libertar terras na província de Idlib


O Exército Árabe Sírio prossegue a ofensiva no Sudeste da província de Idlib, tendo já esta quinta-feira arrebatado novas terras aos terroristas – cuja imagem continua a ser limpa por alguma imprensa ocidental.

As forças de elite da 25. Divisão do Exército sírio intensificaram as operações nas últimas horas, tendo conseguido expulsar os terroristas de pelo menos seis novas terras e quintas na linha que vai de Abu al-Duhur (perto da província de Alepo) para Ma'arat an-Numan, informou a agência SANA.

A mesma fonte revela que os grupos terroristas da Hayat Tahrir al-Sham aproveitaram as más condições climatéricas e o nevoeiro intenso para atacar as posições mais avançadas do Exército nas proximidades da localidade de Abu al-Duhur.

No entanto, segundo fontes militares, o ataque dos terroristas terminou em fracasso, sendo que muitos foram mortos e outros fugiram em debandada.

As localidades agora libertadas vêm juntar-se a outras cuja libertação já fora anunciada pelo Comando Geral do Exército e das Forças Armadas da Síria na terça-feira passada. Então, os militares de Damasco afirmaram ter conquistado aos terroristas 320 quilómetros quadrados de território e mais de 40 localidades desde o início da ofensiva, no dia 19 de Dezembro.

Rússia vai responder aos ataques agressivos dos EUA, diz chanceler russo


Em uma entrevista à Sputnik, o chanceler russo Sergei Lavrov divulgou as suas expetativas para o próximo ano no campo da política exterior e revelou do que dependerá a situação internacional no ano que vem.

Tratado START II

Segundo Lavrov, a posição da Rússia sobre as perspectivas do Tratado START II foi claramente formulada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.

"Somos a favor da prorrogação [do tratado] sem condições prévias […] Não estão estabelecidos prazos limite em relação à prorrogação, mas será necessário completar o processo antes do termo do tratado, em 5 de fevereiro de 2021", explicou Lavrov.

De acordo com ele, a Rússia considera que é conveniente manter o regime do Tratado, que permanece o último instrumento de direito internacional que limita reciprocamente as forças nucleares de duas grandes potências nucleares.

Quanto às perspectivas do diálogo entre a Rússia e os EUA, Lavrov disse que, do lado da Rússia, serão tomadas todas as medidas necessárias à garantia da segurança nacional.

"Da nossa parte, continuaremos a tomar todas as medidas necessárias para garantir a nossa própria segurança, os interesses dos cidadãos e das empresas russas, e responder adequadamente aos ataques agressivos. Ao mesmo tempo, não procuramos o confronto. Estamos abertos à busca conjunta de soluções para os problemas importantes para os nossos países e o mundo", disse o chanceler.

'Planos dos EUA de atingir elites russas por guerra cibernética são ilegais'


A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou nesta quinta-feira (26) que os planos das Forças Armadas dos EUA de atacar dados sensíveis da elite russa são ilegais.

De acordo com uma publicação do Washington Postcitando fontes, o Comando Cibernético dos EUA estaria desenvolvendo táticas de guerra de informação contra altos funcionários e empresários russos, caso Moscovo tente interferir nas eleições de 2020. Os alvos do comando cibernético norte-americano seriam representantes da elite russa.

"Eles não estão nos dizendo nada de novo. É isso que nossos parceiros ocidentais vêm fazendo há muitos anos. Só podemos agradecê-los por admitir e fornecer evidências de suas atividades obviamente ilegais", disse Zakharova.

Os EUA acusaram repetidamente a Rússia de interferir na campanha presidencial de 2016, que terminou com a vitória do atual presidente norte-americano, Donald Trump.

Moscovo, por sua vez, sempre refutou as acusações, afirmando que as alegações dos EUA são invenções usadas como pretexto para a derrota do candidato democrata e para desviar a atenção do público de problemas internos.

Sputnik | Imagem: © Sputnik / Evgeny Biyatov

Leia em Sputnik:

Rússia acusa EUA de praticar "diplomacia de intimidação"


O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, acusou hoje os Estados Unidos de praticarem uma diplomacia de "intimidação" referindo-se ao anúncio de sanções contra o gasoduto que vai ligar a Rússia à Alemanha.

"Uma vez mais os Estados Unidos demonstraram que têm uma diplomacia que se limita à intimidação através de sanções, ultimatos ou ameaças", disse Lavrov perante o Senado, em Moscovo, referindo-se às sanções norte-americanas contra o gasoduto Nord Stream 2.

O gasoduto russo vai abastecer a Alemanha através do Mar Báltico.

Lavrov acrescentou que os Estados Unidos, em matéria de segurança energética, nunca cumprem as promessas nem mesmo quando se trata de aliados.

Também o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, criticou as sanções dos Estados Unidos contra o Nord Stream 2 afirmando que são "inaceitáveis" e que acredita que Moscovo vai terminar as obras do projeto do gasoduto.

O gasoduto com 1.225 quilómetros está praticamente construído.

Trata-se de um projeto de 100.00 milhões de dólares em que participa um consorcio russo constituído pela Gazprom e pelas empresas europeias OMV, Wintershall Dea, Engie, Uniper e Shell.

Notícias ao Minuto | Lusa

Leia em Notícias ao Minuto: 

Mais de 38 mil mortes devido ao uso de armas de fogo nos EUA este ano


Mais de 38 mil pessoas morreram nos Estados Unidos em incidentes relacionados com armas de fogo em 2019, segundo dados divulgados hoje pela organização Gun Violence Archive (GVA).

O grupo, que documenta incidentes com armas em todo o país, disse que pelo menos 38.730 pessoas foram mortas a tiro, das quais 14.970 foram vítimas de homicídio, assassínio, tiroteios intencionais e uso defensivo, em comparação com 14.789 mortes em 2018.

Às 14.970 mortes resultantes de tiroteios intencionais ou acidentais em 2019 somam-se 23.760 por suicídio com esse tipo de armamento, segundo a GVA, que no ano passado não revelou o número de suicídios com recurso a arma de fogo.

Até à véspera de Natal, um total de 207 crianças menores de 11 anos perderam a vida e 473 ficaram feridas por armas de fogo, tendo também morrido 762 adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, e 2.253 ficaram feridos.

Alemanha está resvalando para a direita?


Sem dúvida que está, opina Jens Thurau. Mas é preciso ver o fenômeno no contexto de uma grande crise de legitimação da democracia. E existe também a outra Alemanha, e essa precisa dizer mais alto o que quer.

Quando, também em 2019, se acenderam os candelabros do Hanuca para a festa das luzes judaica, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, emitiu uma mensagem de saudação: é um milagre, disse, que após a ruptura civilizatória do Shoá, o Holocausto, volte a haver vida judaica na Alemanha; um milagre por que "podemos ser profundamente gratos".

O quadro é bem outro, quando se conversa com concidadãos judaicos. Eles contam sobre agressividade crescente, que não têm mais coragem de andar pelas ruas com o quipá, a cobertura de cabeça judaica. E desde outubro gera horror o ato homicida de um jovem na cidade de Halle, que abateu a tiros dois transeuntes quaisquer, mas na verdade pretendia invadir uma sinagoga lotada, para lá cometer um assassinato em massa.

Após atos como esse, é grande a consternação. Políticos dizem que tal coisa não pode jamais se repetir. Por parte dos cidadãos de fé judaica, a reação é, antes, que há muito já esperavam essa perda de limites, e não se espantam com mais nada.

Quer dizer que a Alemanha está resvalando para a direita? Sem dúvida que está. A esperança de que a cada vez mais descarada orientação nacionalista dos populistas de direita da Alternativa para a Alemanha (AfD) fosse fazer recuar os eleitores foi destruída em todas as eleições estaduais deste ano.

Para alemães, Trump é o líder mundial mais perigoso


Quem representa a maior ameaça à paz mundial? A maioria de 2 mil entrevistados apontou para uma pessoa: o presidente dos EUA, deixando Kim e Putin para trás. Confiança em Merkel também caiu.

Embora tradicionalmente Washington seja um dos aliados mais próximos de Berlim, a confiança da população alemã no parceiro transatlântico erodiu-se consideravelmente sob a presidência de Donald Trump, revelou uma sondagem recente da firma de análise de dados YouGov.

Perguntou-se aos participantes quem é mais perigoso: se o dirigente da Coreia do Norte, Kim Jong Un, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, o chefe de Estado da China, Xi Jinping, seu homólogo russo, Vladimir Putin, ou Trump.

Para cerca de 41%, a escolha recaiu sobre o presidente americano, seguido por Kim (17%), Putin e Khamenei (ambos 8%), e, por último, Xi (7%). Mais de 2 mil cidadãos participaram da enquete encomendada pela agência de notícias DPA. A YouGov realizou uma sondagem semelhante em 2018, porém sem incluir os líderes do Irã e da China. Nela, Trump foi designado por 48%o mais perigoso de todos, à frente de Kim e Putin.

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