José Soares*
Cristãos que lotam templos e
igrejas, preenchendo apenas uma cadeira a mais. No entanto, seus gestos e atos
passam por longe do verdadeiro cristianismo;
Cristão que defendem armas, já
que carecem delas para eliminar pretos, pobres e periféricos, suas maiores
ameaças;
Cristãos que vibram quando
pobres, pretos e periféricos são exterminados nas favelas por aqueles que
deviam lhes dar proteção;
Cristãos que vão ao êxtase ao
saberem que, determinada comunidade, em baile funk, foi cercada na madrugada
deixando um saldo de nove mortes. Afinal a festa não era de brancos, ricos e
“homens e mulheres de bem”;
Cristãos que se deleitam no seu
bem-estar, pouco se ligando se seus semelhantes fizeram pelo menos uma refeição
diária. Para tais cristãos vale somente a frase: eu tenho o meu, o outro que se
“exploda”;
Cristãos cheios de direitos, mas
totalmente avessos aos direitos dos menos favorecidos, das minorias sofridas;
Cristãos que têm no seu meio
familiar gays, lésbicas, drogados, corruptos, assassinos… Mas fazem parte da
“família de bem” e não são pretos, pobres e periféricos;
Cristãos libertos, de cor branca,
de mesa farta… Pouco lhe importa se o pobre, o preto e o periférico sofre as
consequências da escravidão, do desprezo;
Cristãos que aplaudem governantes
que esmagam, que massacram, que destroem direitos de pretos, pobres e
periféricos, desde que os seus direitos sejam mantidos e aumentados;
Enfim, um país cheio de cristãos
que clamam, que oram em voz alta, que se ajoelham nos altares para aparecerem
“na foto”, enquanto suas mentes e corações vagueiam com a ausência do
verdadeiro Deus e do verdadeiro Cristo.
Verdades sejam ditas!
Em Pátria Latina | opinião de José
Soares, Maceió, 09/12/2019
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