sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O Brasil está cheio de cristãos com olhos para o próprio umbigo


José Soares*

Cristãos que lotam templos e igrejas, preenchendo apenas uma cadeira a mais. No entanto, seus gestos e atos passam por longe do verdadeiro cristianismo;

Cristão que defendem armas, já que carecem delas para eliminar pretos, pobres e periféricos, suas maiores ameaças;

Cristãos que vibram quando pobres, pretos e periféricos são exterminados nas favelas por aqueles que deviam lhes dar proteção;

Cristãos que vão ao êxtase ao saberem que, determinada comunidade, em baile funk, foi cercada na madrugada deixando um saldo de nove mortes. Afinal a festa não era de brancos, ricos e “homens e mulheres de bem”;

Cristãos que se deleitam no seu bem-estar, pouco se ligando se seus semelhantes fizeram pelo menos uma refeição diária. Para tais cristãos vale somente a frase: eu tenho o meu, o outro que se “exploda”;


Cristãos cheios de direitos, mas totalmente avessos aos direitos dos menos favorecidos, das minorias sofridas;

Cristãos que têm no seu meio familiar gays, lésbicas, drogados, corruptos, assassinos… Mas fazem parte da “família de bem” e não são pretos, pobres e periféricos;

Cristãos libertos, de cor branca, de mesa farta… Pouco lhe importa se o pobre, o preto e o periférico sofre as consequências da escravidão, do desprezo;

Cristãos que aplaudem governantes que esmagam, que massacram, que destroem direitos de pretos, pobres e periféricos, desde que os seus direitos sejam mantidos e aumentados;

Enfim, um país cheio de cristãos que clamam, que oram em voz alta, que se ajoelham nos altares para aparecerem “na foto”, enquanto suas mentes e corações vagueiam com a ausência do verdadeiro Deus e do verdadeiro Cristo.

Verdades sejam ditas!

Em Pátria Latina | opinião de José Soares, Maceió, 09/12/2019

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