O PCP condenou hoje a morte do
general iraquiano Qassem Soleimani e desafiou o Governo português a
"condenar de forma clara este ato de guerra e escalada de
provocação", exigindo também a retirada das tropas portuguesas no Iraque.
"O PCP condena os
ataques militares no Iraque e o assassinato de um dos mais altos responsáveis
militares do Irão perpetrados pelos EUA, o que constitui um inequívoco ato
de guerra cujos desenvolvimentos podem ter consequências profundamente
negativas para os povos do Médio Oriente e repercussões em todo o mundo",
lê-se numa nota de imprensa hoje divulgada.
Na nota, os comunistas desafiam o
Governo português a, "de forma clara, condenar este ato de guerra e
escalada de provocação, sob pena de se tornar cúmplice dos crimes de guerra de
Trump e Netanyahu e associar ainda mais Portugal às políticas
incendiárias e criminosas do imperialismo".
No comunicado, o PCP diz
que "este ataque militar representa um gravíssimo passo na escalada de
tensão, provocação e agressão protagonizada pelos EUA e
Israel no Médio Oriente -- em que se integra a violação pelos EUA do
'Acordo Nuclear sobre o Irão' e a ofensiva contra este país --, visando impor a
hegemonia do imperialismo norte-americano em toda a região".
Lamentando a falta de condenação
do ataque feito na semana passada pelos EUA pela União Europeia, os
comunistas argumentam que "os recentes acontecimentos comprovam a justeza
das reiteradas posições do PCP de não envolvimento de forças
militares ou militarizadas portuguesas em agressões e intervenções contra
outros povos, contrárias ao interesse e à segurança nacional" e concluem:
"Neste sentido, o PCP considera urgente a retirada do
contingente militar português estacionado no Iraque".
O general Qassem Soleimani morreu
na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao
aeroporto internacional de Bagdad, e que o Pentágono declarou ter sido
ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.
No mesmo ataque morreu também o
'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis,
conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis
pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois
de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas
terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio
Oriente.
O ataque já suscitou várias reações,
levando quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das
Nações Unidas -- Rússia, França, Reino Unido e China -- a alertarem para o
inevitável aumento das tensões na região e a pedirem às partes envolvidas que
reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são
os Estados Unidos.
No Irão, o sentimento é de
vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e
"outras nações livres da região" vão vingar-se dos Estados Unidos.
Do lado iraquiano, o
primeiro-ministro demissionário, Adel Abdel Mahdi, advertiu que este
assassínio vai "desencadear uma guerra devastadora no Iraque" e o
grande ayatollah Ali al-Sistani, figura principal da política iraquiana,
considerou o assassínio de Qassem Soleimani "um ataque
injustificado" e "uma violação flagrante da soberania iraquiana".
Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Global Imagens
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