Segundo a agência Lusa, José
Eduardo dos Santos confirmou que deu orientações ao antigo presidente do BNA
relativamente a uma transferência de 500 milhões de dólares ao estrangeiro:
Tudo no "interesse público".
O ex-Presidente de Angola, José
Eduardo dos Santos, confirmou esta terça-feira (18.02) que deu orientações ao
antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA) relativamente a uma
transferência de 500 milhões de dólares, garantindo que tudo foi feito no
interesse público. A informação é da agência Lusa.
A confirmação do ex-Presidente
angolano foi dada através de uma carta com a qual José Eduardo dos Santos
respondeu ao Tribunal Supremo de Angola onde decorre o julgamento do chamado
caso "500 milhões".
A solicitação para ouvir José
Eduardo dos Santos sobre a tese de que teria orientado a referida operação foi
feita no início do julgamento, a 9 de dezembro de 2019, pela defesa do arguido
Valter Filipe, ex-governador do BNA.
Entenda o caso
Filipe está a ser julgado
juntamente com o filho do ex-presidente "Zenu" dos Santos, antigo
presidente do Fundo Soberano de Angola; Jorge Gaudens Sebastião, empresário
angolano, e António Bule Manuel, diretor do Departamento de Gestão de Reservas
do BNA.
O processo envolve uma suposta
transferência indevida do Estado angolano para um banco no estrangeiro. Os réus
são acusados de diversos crimes. Sobre "Zenu" e Sebastião pesam as
acusações de burla por defraudação, branqueamento de capitais e tráfico de
influência. Bule Manuel e Filipe são julgados por suposta defraudação,
branqueamento de capitais e peculato.
O caso remonta ao ano de 2017,
altura em que Sebastião apresentou a José Filomeno dos Santos uma proposta para
o financiamento de projetos alegadamente estratégicos para o país, que
encaminhou ao Executivo, por não fazer parte do pelouro do Fundo Soberano de
Angola. A proposta previa a constituição de um Fundo de Investimento
Estratégico, que captaria para o país 35 mil milhões de dólares [28.500 milhões
de euros].
O negócio envolvia como
"condição precedente", de acordo com um comunicado do Governo
angolano, emitido em abril de 2018, que anunciava a recuperação dos 500 milhões
de dólares, a capitalização de 1.500 milhões de dólares (1.218 milhões de
euros) por Angola, acrescido de um pagamento de 33 milhões de euros para a
montagem das estruturas de financiamento.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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