Conselho de ministros
extraordinário aprovou legislação de emergência para travar o avanço da
epidemia. Reunião do governo de Giuseppe Conte terminou perto da meia-noite, na
sede da Proteção Civil. Na noite deste sábado, foram confirmados 16 novos
casos. Já há 80 doentes diagnosticados em Itália e dois mortos, zonas
'vermelhas', dez cidades isoladas, jogos de futebol cancelados, universidades
fechadas e forças armadas de prevenção
Governo de Giuseppe Conte aprovou
legislação especial que prevê sanções para quem violar o isolamento das zonas
mais afetadas pela epidemia, na região lombarda e no Venetto.
Numa conferência de imprensa que
começou perto da meia noite em Itália, 23h00 em Lisboa, na sede da Proteção
Civil, o primeiro-ministro Giuseppe Conte, disse que o principal "objetivo
é proteger a saúde dos italianos".
Com o número de infeções
confirmadas a aumentar ao longo do dia deste sábado, Conte, afirmou que a saúde
da população "é o que é mais importante para nós. A saúde ocupa o primeiro lugar na hierarquia ideal de valores
constitucionais".
SANÇÕES PARA QUEM INFRINGIR
PERÍMETRO SANITÁRIO
A violação do "procedimento
de entrada e saída" do epicentro da zona onde foram detetados mais casos
de coronavirus, é passivel de "sanção penal, de acordo com o artigo 650 do Código Penal", escreve o diário
"Corriere della Sera" na edição digital.
As restrições impostas à
circulação de pessoas nas zonas mais atingidas pelo surto, serão
"avaliadas periodicamente".
Perante a escalada do número de
novos casos, foi criado um perímetro de segurança no Venetto e na Lombardia,
que inclui o encerramento de diversos locais de trabalho, escolas e
universidades, eventos públicos, o que inclui o cancelamento dos eventos desportivos
previstos para este domingo, incluindo o jogo entre o Inter de Milão e o Sampdoria.
O efeito prático desta medida é o
isolamento de uma dezena de cidades, em particular na Lombardia (norte).
"Nas zonas consideradas como de surto, não será autorizada nem a entrada
nem a saída, à exceção de autorização particular", declarou aos media o
primeiro-ministro italiano. Giuseppe Conte anunciou ainda o encerramento de
empresas e escolas nessas zonas, e a anulação de todos os eventos públicos
(carnavais, competições desportivas, excursões escolares, entre outros).
O chefe do Governo disse ainda que
as forças de segurança já têm instruções para "agir". Se for
necessário, e a os cidadãos não acatarem as instruções, haverá intervenção das
"forças armadas. Mas temos muita confiança na colaboração dos cidadãos",
esperando que tal não seja necessário, acrescentou.
O Corriere della Sera, escreve que "qualquer área em que morem ou tenham estado pessoas
que testaram positivo, deve ser isolada", criando assim uma "zona
vermelha", interdita à circulação.
"As vias de acesso serão
controladas por carros patrulha e carabinieri, para que ninguém possa entrar ou
sair, a menos que existam necessidades específicas que têm de ser previamente
autorizadas" pelos serviços municipais.
Nesta primeira fase, o
"cordão" de segurança será instalado nos municípios onde as atividades públicas já foram suspensas, escolas e escritórios
fechados. Se a epidemia se espalhar, serão criadas áreas mais alargadas que
poderão incluir mais municípios".
COMO O VÍRUS CHEGOU A ITÁLIA
O principal surto do novo
coronavírus Covid-19 encontra-se em redor de Codogno, a 60 quilómetros de
Milão. Nesta cidade e em nove localidades vizinhas, todos os locais públicos
(bares, câmaras municipais, bibliotecas, escolas), à exceção das farmácias, estão
encerrados desde a noite de sexta-feira.
A maioria dos casos na Lombardia
tiveram origem num quadro empresarial de 38 anos da multinacional Unilever,
hospitalizado desde quarta-feira em Codogno, em cuidados intensivos, e que foi
transferido hoje para um estabelecimento com mais condições em Pavia. A sua
mulher, grávida de oito meses, está contaminada, e ainda um amigo,
frequentadores de um bar, e os médicos que o assistiram de início.
Em conselho de ministros, o
Governo aprovou um decreto-lei que na prática isola esta zona onde se
concentram mais de 50.000 habitantes. Conte indicou que vão ser instalados
postos de controlo e que, se necessário, enviará o exército e todas as forças
de segurança.
Um segundo foco de contágio foi
detetado na povoação de Vo' Euganeo, na Venétia (região de Veneza, nordeste).
Era desta região o primeiro cidadão italiano, e europeu, (78 anos) que morreu
após um teste positivo ao novo coronavírus.
A maioria das novas contaminações
em Itália ocorreram na Lombardia (54 casos) em redor de Codogno, e na Venétia
(17 casos). O chefe da proteção civil, Antonio Borelli, também se referiu a
dois casos em Emília-Romanha, vizinha da Lombardia, e um no Piemonte, que
derivaram do surto de Codogno.
Manuela Goucha Soares | Expresso
| Imagem: Mateo Corner
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A Coreia do Sul anunciou este
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