Global Research, | 18 de
Fevereiro, 2020 | ilmanifesto.it
O “Orçamento para o futuro da
América”, apresentado pelo Governo dos EUA, mostra quais são as prioridades da
Administração Trump no orçamento federal para o ano fiscal de 2021 (que inicia
em 1º de Outubro deste ano).
Antes de tudo, reduzir as
despesas sociais: por exemplo, corta 10% à atribuição pedida pelo Departamento
de Saúde e Serviços Humanitários. Enquanto as mesmas autoridades da Saúde
comunicam que só a gripe provocou nos USA, de Outubro a Fevereiro, cerca de
10.000 mortes confirmadas numa população de 330 milhões. Notícia silenciada
pela comunicação mediática de destaque, a qual lança o alarme global para as
1.770 mortes causadas pelo coronavírus na China, um país com 1,4 bilião de
habitantes que foi capaz de tomar medidas excepcionais para limitar os danos da
epidemia.
Não pode deixar de haver a
suspeita sobre a verdadeira finalidade da campanha mediática massacrante, a
qual semeia o terror sobre tudo que é chinês, quando, na motivação do Budget
USA, se lê que “a América enfrenta o desafio proveniente dos Estados nacionais
rivais ressurgentes, em particular, a China e a Rússia”.
A China é acusada de “travar uma
guerra económica com armas cibernéticas contra os Estados Unidos e contra os
seus aliados” e “querer moldar à sua própria semelhança a região Indo-Pacífica,
crítica para a segurança e para os interesses económicos USA”. Para que “a
região seja libertada da má influência chinesa”, o Governo USA financia com 30
milhões de dólares o “Centro para o Desenvolvimento Global para combater a
propaganda e desinformação da China”.
No contexto de “uma concorrência
estratégica crescente”, o Governo USA declara que “o Budget dá a
prioridade ao financiamento de programas que aumentam a nossa vantagem bélica
contra a China, contra a Rússia e contra todos os outros adversários”. Para
esse fim, o Presidente Trump anuncia que, “para garantir a segurança interna e
promover os interesses USA no exterior, o meu Orçamento necessita de 740,5
biliões de dólares para a Defesa Nacional” (enquanto requer 94,5 biliões para o
Departamento de Serviços de Saúde e dos Serviços Humanitários).
A atribuição militar
compreende 69 biliões de dólares para operações bélicas no exterior,mais
de 19 biliões para 10 navios de guerra, 15 biliões para 115 caças F-35 e
outros aviões, 11 biliões para melhorar as armas terrestres.
Para os programas científicos e
tecnológicos do Pentágono, são solicitados 14 biliões de dólares, destinados ao
desenvolvimento de armas hipersónicas e de energia directa, sistemas espaciais
e redes 5G.
Estes são apenas alguns elementos
de uma longa lista da despesa (com dinheiro público), que compreende todos os
sistemas de armas mais avançados, com lucros colossais para a Lockheed Martin e
para outras indústrias de guerra.
Ao orçamento do Pentágono,
juntam-se várias despesas de carácter militar inscritas nos orçamentos de
outros departamentos. No ano fiscal de 2021, o Departamento de Energia
receberá 27 biliões para manter e modernizar o arsenal nuclear.Departamento de
Segurança Interna também terá 52 para o seu próprio serviço
secreto. Departamento de Assuntos dos Veteranos receberá 243 biliões (10%
a mais do que em 2020) para os militares aposentados.
Tendo em conta estes e outros
elementos, a despesa militar dos EUA superará, no ano fiscal de 2021, 1 trilião
de dólares. A despesa militar dos Estados Unidos exerce um efeito motriz sobre
a dos outros países que, no entanto, permanecem em níveis muito mais baixos.
Mesmo tendo em conta só o orçamento do Pentágono, a despesa militar dos EUA é
3/4 vezes mais elevada do que a da China e mais de 10 vezes superior à da
Rússia.
Deste modo, “o orçamento assegura
o domínio militar USA em todas os sectores bélicos: aéreo, terrestre, marítimo,
espacial e cyber-espacial”, declara a Casa Branca, anunciando que os Estados
Unidos estarão, dentro em breve, capazes de produzir em duas
instalações, anualmente, 80 ogivas nucleares novas.
“O futuro da América” pode
significar o fim do mundo.
Manlio Dinucci
Artigo original em italiano:
il manifesto, 18 de Fevereiro de 2020
Tradutora: Maria Luísa de
Vasconcellos
The original source of this
article is ilmanifesto.it
Copyright © Manlio Dinucci, ilmanifesto.it, 2020
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