Paulo Baldaia | TSF | opinião
No Ministério Público, que não
aceita uma maioria de não magistrados no Conselho Superior, ninguém se entende
e a hierarquia parece começar e acabar no sindicato. A substituição da
procuradora-geral correu mal e o processo político que levou ao afastamento de
Joana Marques Vidal deixou Lucília Gago sob suspeita. Na investigação faltam
meios e faltam pessoas. Há juizes que estão sob suspeita por aldrabar a justiça
e funcionários acusados por violarem o Citius. Quando se trata de julgar
poderosos, há mais condenações nos jornais do que nos tribunais. Podemos
continuar a fazer de conta que, ainda assim, a justiça se recomenda, mas todos
sabemos que só por interesses político-partidários é que não se faz a
necessária reforma da justica.
Na primeira abertura do ano
judicial deste mandato presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa desafiou os
operadores de justiça a entenderem-se entre si para apresentarem o esboço de
uma grande reforma que obrigasse os partidos políticos a avançar. O líder da
oposição, Rui Rio, insiste que esta é uma das reformas mais importantes para o
país, o líder do PS, António Costa, está sempre a lembrar-nos a velha máxima:
"à justiça o que é da justiça, à política o que é da política". Como
é à política que compete zelar para que a justiça seja justa, mal se percebe
porque não se faz esta reforma. Ontem, já era tarde!
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