terça-feira, 24 de março de 2020

Covid-19. Primeira vítima nos Açores faz aumentar mortes em Portugal para 30


É o balanço mais recente da Direção-Geral da Saúde. São mais 302 casos e mais sete mortes do que na segunda-feira. Já há 22 pessoas recuperadas.

ortugal tem 30 mortes e 2362 casos de infeção por covid-19. Foram confirmados nas últimas 24 horas e comunicados em conferência de imprensa ao final da manhã pelo secretário de Estado da Saúde, António Sales.São mais 302 casos e mais sete mortes do que na segunda-feira.

Já recuperaram 22 pessoas em Portugal.

A notícia da 30.ª vítima mortal chegou através do boletim da Direção-Geral da Saúde, já depois da conferência com o secretário de Estado, na qual tinha sido avançado um número inicial de 29 vítimas mortais.

A conferência não contou desta vez com Graça Freitas, a diretora-geral da Saúde, que esteve presente na reunião de alto nível que começou às dez da manhã e que contou com as presenças do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, todos os líderes partidários, e as mais altas figuras ligadas à saúde pública. Uma reunião que decorreu à porta fechada na sede do Infarmed em Lisboa.

Segundo os dados divulgados pelo boletim diário da DGS, os Açores registaram a primeira morte associada à Covid-19.

Os dados da DGS indicam que estão confirmadas nove mortes na região Norte, 11 na região Centro, oito na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve, revela ainda o boletim epidemiológico diário.

O boletim regista 2.362 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (mais 302 do que ontem), a grande maioria (2.159) está a recuperar em casa e 203 estão internadas (mais dois), 48 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos (mais uma).

Desde 1 de janeiro foram registados 15.474 casos suspeitos, dos quais 1.783 aguardam resultado laboratorial. Houve ainda 11.329 casos em que os testes não confirmaram a infeção e 22 doentes que já recuperaram.

A Direção-Geral da Saúde estabeleceu uma cadeia de prioridades para um cenário em que "não seja possível testar todos" os suspeitos: doentes para internar, recém-nascidos, grávidas e profissionais de saúde sintomáticos são as prioridades para a realização de testes ao novo coronavírus, no caso de não ser possível avaliar todos, estabelece a DGS.

Frisando que "os doentes com suspeita de covid-19 devem ser submetidos a teste laboratorial", a DGS fixa, na Norma 004/2020, uma cadeia de prioridades para um cenário em que "não seja possível testar todos" os suspeitos de estarem infetados.

Nesse caso, a DGS determina a seguinte prioridade: primeiro, os doentes com critérios de internamento hospitalar; segundo, os recém-nascidos e as grávidas; e terceiro, os profissionais de saúde sintomáticos.

Cadeia de prioridades entra em vigor a partir da meia-noite de 26 de março

O dirigente assinalou que apenas se consegue fazer a identificação de todas as pessoas contagiadas com a covid-19 através de testes.

Na cadeia de prioridades determinada na Norma 004/2020 seguem-se doentes com comorbilidades (como asma, insuficiência cardíaca ou diabetes), doentes em situações de maior vulnerabilidade, como residência em lares e unidades de convalescença, e, finalmente, doentes com contacto próximo com as pessoas anteriormente referidas.

Na Norma 004/2020, emitida na segunda-feira, a DGS refere ainda que a cadeia de prioridades entra em vigor a partir da meia-noite de 26 de março.

"Atendendo ao alargamento progressivo da expressão geográfica da pandemia covid-19 em Portugal, urge planear as medidas que garantam uma resposta adequada, atempada e articulada de todo o sistema de saúde", justifica a DGS.

A atual fase de mitigação tem como objetivo atenuar os efeitos da doença, nomeadamente diminuindo a taxa de mortalidade, e limitar a sua propagação.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15 100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos).

Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).

Paula Freitas Ferreira | Diário de Notícias

Imagem: Boletim epidemiológico da DGS desta terça-feira, 24 de março

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