Secretário nacional do Partido
Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde admitiu estar "muito
apreensivo" com a missão da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental por desconhecer os objetivos.
Uma missão de alto nível composta
por peritos constitucionais da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental chega esta segunda-feira (09.03) a Bissau para uma resolução do
contencioso eleitoral, criado após a segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau.
"Eu estou muito apreensivo,
particularmente, e acredito que toda a direção superior do partido também deve
estar neste momento com essa apreensão e começamos a pensar o que é que eles
vão fazer. Mudar as leis, não podem", afirmou aos jornalistas Ali Hijazi,
falando após uma reunião entre a direção do partido, veteranos e antigos
combatentes.
"Talvez venham tentar
negociar, mediar. Não sei, porque, até este momento, não estamos na agenda
deles", afirmou.
Ali Hijazi disse também que na
Guiné-Bissau a "candidatura começa e termina no Supremo Tribunal de
Justiça". "É o Supremo Tribunal que vai avalizar o trabalho final da
CNE (Comissão Nacional de Eleições) e dizer, sim senhor, este candidato é o
vencedor das eleições. A partir daí é que publica no Boletim Oficial e a partir
daí é que se marca o empossamento do candidato e isso não aconteceu",
referiu.
O responsável também questionou o
papel das forças de interposição da CEDEAO (ECOMIB) face à atuação das Forças
Armadas guineenses, que nos últimos dias ocuparam instituições do Estado,
incluindo o Supremo Tribunal de Justiça e o Palácio do Governo.
"Se a Ecomib está aqui na
Guiné-Bissau para defender as instituições, agora perguntamos, onde é que eles
estão? E porquê que estas situações estão a acontecer? Também é a nossa questão
e também não sabemos responder a isso", disse Ali Hijazi, respondendo a
jornalistas sobre a atuação desta força. O responsável salientou que o PAIGC
também é uma instituição pública e precisa de proteção.
A missão da CEDEAO, que vai
permanecer em Bissau até dia 13, é composta por peritos constitucionais e de
regulação interinstitucional e vai trabalhar com a Comissão Nacional de
Eleições e com o Supremo Tribunal de Justiça para ajudar a uma "resolução
rápida do contencioso eleitoral criado após a divulgação dos resultados da segunda
volta das presidenciais".
Na reunião deste sábado entre a
direção do partido, veteranos e antigos combatentes saíram várias
recomendações, incluindo o envio para a Guiné-Bissau uma força de 'capacetes
azuis' (das Nações Unidas) para reforçar a ECOMIB e que as Forças Armadas
cumpram o seu papel republicano e se retirem para os quartéis e deixem de
"amedrontar" a população.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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