O primeiro-ministro deposto por
Umaro Sissoco Embaló pediu às forças de defesa que restaurem a legalidade
constitucional, depois de o porta-voz das Forças Armadas afirmar que não estão
a intervir na crise política.
Numa carta enviada ao chefe de
Estado-Maior General das Forças Armadas, general Biaguê Na Ntan, Aristides
Gomes congratula-se com as afirmações
do porta-voz das forças de defesa e "solicita o apoio das Forças
Armadas para em conjunto com as forças da Ecomib" (força de interposição
da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) promoverem uma série
de ações para a "restauração da legalidade constitucional e
democrática".
Entre as várias ações, Aristides
Gomes propõe a desocupação do Supremo Tribunal de Justiça, do Palácio do
Governo e de vários edifícios onde estão instalados ministérios e secretarias
de Estado, que considera estarem "ocupados por quadros estranhos às previsões
constitucionais".
Aristides Gomes pede também a
"proteção física ao Presidente interino Cipriano Cassamá e aos demais
quadros da política que cumprem a Constituição da Guiné-Bissau" e que a
operação seja iniciada segunda-feira para o país voltar à "normalidade
constitucional e democrática".
O porta-voz das Forças Armadas
guineenses, coronel Ussumane Conaté, disse na sexta-feira (06.03) que a
instituição não tem qualquer intervenção na crise política no país e desmentiu
que tenha existido alguma ordem no sentido de desalojar os membros do Governo
demitido.
Desde há uma semana que o
primeiro-ministro do Governo deposto, Aristides Gomes, tem feito relatos de
membros da sua equipa a serem desalojados à força ou impedidos de aceder aos
seus gabinetes por militares.
Para Ussumane Conaté, a existir
alguma ação do género, poderá ser através do batalhão afeto ao Palácio da
Presidência, ocupado desde 27 de fevereiro por Umaro Sissoco Embaló, que se
autoproclamou Presidente da Guiné-Bissau.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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