Díli, 16 mar 2020 (Lusa) -- As
autoridades timorenses registaram já mais de 10 mil pessoas afetadas pelas
cheias da passada sexta-feira, um número que vai aumentar porque a avaliação
dos danos ainda está em curso, segundo a Proteção Civil.
Os dados mais recentes recolhidos
hoje pela proteção civil e a que a Lusa teve acesso, contabilizam já um total
de 1.664 famílias em 13 sucos, equivalente a freguesias, num total de 10.069
pessoas.
Entre os afetados, há mais de 210
crianças com menos de cinco anos, 76 idosos, 22 grávidas e 44 mulheres que têm
bebés em idade de amamentação.
Entre as zonas mais afetadas
estão os bairros de Bidau Santa-Ana, com 2.621 pessoas, Santa Cruz, com quase
2.100, Becora, com 1.750 e Bidau, com 1.260.
O relatório refere que a
secretaria de Estado da Proteção civil deu já apoio a um total de 128 famílias,
estando em curso outras ações de apoio de emergência.
As cheias que causaram um morto,
uma jovem de 16 anos, afetaram centenas de negócios de toda a dimensão, com
perdas ainda não quantificadas.
A ajuda de empresas e cidadãos,
nacionais e estrangeiros, continua a chegar à Proteção Civil para ser
distribuída por centenas de pessoas que estão atualmente nos três centros de
acolhimento temporário estabelecidos em dois locais da Proteção Civil e na
igreja de Bidau.
Cerca de 300 pessoas,
inicialmente acolhidas em centros temporários, foram agora para perto das suas casas,
ou do que resta delas, para poder receber o apoio.
Nas zonas mais afetadas continuam
a decorrer tarefas de limpeza, com equipamento pesado mobilizado pelo
Ministério das Obras Públicas timorense, a ser utilizado para limpar estradas
e, em particular, as ribeiras afetadas, que ficaram mais assoreadas.
As cheias foram um dos assuntos
da reunião de hoje do Conselho de Ministros que aprovou tolerância de ponto aos
funcionários públicos em Díli, nos próximos dois dias, para que possam ajudar
na limpeza.
Essa tolerância abrange apenas a
região de Díli e exclui os serviços essenciais, nomeadamente a segurança, a
saúde e a proteção civil, entre outros.
"Os ministérios indicarão
expressamente quais os serviços considerados essenciais. Os funcionários
deverão manter-se permanentemente contactáveis, caso sejam necessários ao
serviço", indicou o executivo, em comunicado.
A reunião analisou os danos
materiais causados pelas cheias, "com milhares de pessoas afetadas,
centenas de desalojados, feridos e um morto".
"Foram analisadas as medidas
necessárias para a recuperação dos estragos provocados pelas cheias e os apoios
à população afetada. O Conselho de Ministros analisou também um conjunto de
medidas a curto e longo-prazo para no futuro minimizar os efeitos das chuvas
torrenciais", adiantou.
O assunto tem marcado igualmente
o debate de hoje no parlamento que está centrado também na questão da pandemia
da Covid-19.
ASP // VM
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