sábado, 18 de abril de 2020

ÁFRICA REGISTA MAIS DE 1.000 MORTES POR COVID-19


Chefe de Gabinete do Presidente nigeriano está entre as vítimas. Mallam Abba Kyari, um dos políticos mais importantes do país, faleceu na sexta-feira (17.04). Casos registados em São Tomé dão negativo em novo teste.

Um dos políticos mais importantes da Nigéria morreu de Covid-19, informou a Presidência, este sábado (18.04).

Mallam Abba Kyari, chefe de gabinete do Presidente Muhamadu Buhari, faleceu na sexta-feira (17.04), vítima da doença.

"Que Deus aceite a sua alma", lê-se na declaração.

O político tinha viajado para a Alemanha no mês passado, "tinha dado positivo à devastadora Covid-19 e vinha recebendo tratamento", disse Femi Adesina, assessora especial do Presidente, na declaração.

Mallam Abba Kyari anunciou a sua doença no mês passado.

"Organizei eu mesmo os meus cuidados para evitar sobrecarregar ainda mais o sistema público de saúde, que enfrenta tantas pressões", afirmou.

O político foi criticado por não se ter isolado aquando do seu regresso à Nigéria e acusado de infetar outros altos funcionários governamentais.

Kyari era considerado por alguns como a figura mais poderosa do Governo da  Nigéria. Os nigerianos críticos de Buhari consideravam Kyari como o gestor do Governo.

Mais de 1.000 mortes em África

África registou mais de 1.000 mortes por Covid-19, segundo dados divulgados pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África), este sábado (18.04).

Um total de 52 dos 54 países africanos comunicaram infeções por coronavírus, com um número global de casos superior a 19.800.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) registou um aumento de 51% nos casos em África e um salto de 60% nas mortes.

Mas o chefe da OMS alertou que, devido à escassez de testes "é provável que os números reais sejam superiores aos reportados".

A Nigéria registou 493 casos de infeções por coronavírus e 17 mortes.

A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 150 mil mortos e infetou mais de 2,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 483 mil doentes foram considerados curados.


Covid Nos PALOP

Entre os países africanos lusófonos, Cabo Verde lidera em número de infeções, com 56 casos e uma morte.

A Guiné-Bissau contabiliza 50 pessoas infetadas pelo novo coronavírus e Moçambique tem 34 casos declarados da doença.

Angola soma 19 casos confirmados de covid-19 e duas mortes e São Tomé e Príncipe, o último país africano de língua portuguesa a detetar a doença no seu território, teve quatro casos confirmados que agora foram testados negativos.

Na Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estão confirmados 51 casos positivos de infeção.

Casos em São Tomé testam negativo em novos testes

Na sexta-feira (17.04), o primeiro ministro são-tomense anunciou que os quatro casos que testaram positivo para a infeção pelo novo coronavírus, no início da semana passada, tiveram agora resultados negativos num novo teste, realizado num laboratório da Guiné Equatorial. 

Estes quatro casos, que tinham dado positivo após testes realizados no Gabão, fazem parte de um lote de 80 amostras enviadas pelo Governo de São Tomé e Príncipe para a Guiné Equatorial, das quais 79 deram agora resultado negativo, havendo um teste inconclusivo e que "carece de repetição".

"Informo que os quatro casos confirmados anteriormente no laboratório da Franceville [Gabão] foram repetidos e integram este lote", explicou o chefe do Governo, Jorge Bom Jesus, numa declaração à imprensa.

Estes quatro eram, até agora, os únicos casos identificados no país como positivos.

O ministro da Saúde, Edgar Neves, disse, por seu lado, que, tendo os resultados sido negativos, os quatro cidadãos saem da quarentena obrigatória a que estavam submetidos durante as últimas três semanas, podendo "fazer a sua vida normal".

Estado de emergência prorrogado

O primeiro-ministro anunciou também que, apesar deste resultado, o seu Governo remeteu ao Presidente da República, Evaristo Carvalho, "um pedido" para uma nova prorrogação do estado de emergência por mais 15 dias.

Bom Jesus justificou o pedido com "o facto de muitas ações não estarem concluídas para garantir respostas consistentes e eficazes perante uma pandemia que continua a evoluir na nossa sub-região". 

O primeiro-ministro são-tomense sublinhou que "está a ser montado um hospital de campanha", com capacidade para 100 camas, doados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O governante referiu ainda que no âmbito do programa para evitar o alastramento da pandemia da covid-19 em São Tomé e Príncipe, o seu Governo comprou 3.000 testes rápidos, ventiladores, concentradores de oxigénios, botijas de reserva, materiais de proteção, consumíveis e medicamentos diversos, e que "se encontram em Portugal aguardando confirmação do embarque".

O executivo concluiu ainda a instalação de um centro de isolamento na Região Autónoma do Príncipe.

Por outro lado, a OMS enviou para São Tomé um especialista proveniente da Guiné Equatorial para montar o laboratório e espera-se, na capital do país, dentro dos próximos dias, a chegada de um epidemiologista cubano, que "já se encontra em Luanda".

Apesar dos resultados feitos na Guiné Equatorial darem praticamente todos negativos, o Governo diz que vai continuar com o programa de "desconcentração da população e distanciamento social e saneamento do centro da capital do país".

Deutsche Welle | AFP, AP, DPA, Agência Lusa, cvt

Leia em O País (mz)

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