Chefe de Gabinete do Presidente
nigeriano está entre as vítimas. Mallam Abba Kyari, um dos políticos mais
importantes do país, faleceu na sexta-feira (17.04). Casos registados em São
Tomé dão negativo em novo teste.
Um dos políticos mais importantes
da Nigéria morreu de Covid-19, informou a Presidência, este sábado (18.04).
Mallam Abba Kyari, chefe de
gabinete do Presidente Muhamadu Buhari, faleceu na sexta-feira (17.04), vítima
da doença.
"Que Deus aceite a sua
alma", lê-se na declaração.
O político tinha viajado para a
Alemanha no mês passado, "tinha dado positivo à devastadora
Covid-19 e vinha recebendo tratamento", disse Femi Adesina, assessora
especial do Presidente, na declaração.
Mallam Abba Kyari anunciou a sua
doença no mês passado.
"Organizei eu mesmo os meus
cuidados para evitar sobrecarregar ainda mais o sistema público de saúde, que
enfrenta tantas pressões", afirmou.
O político foi criticado por não
se ter isolado aquando do seu regresso à Nigéria e acusado de infetar outros
altos funcionários governamentais.
Kyari era considerado por alguns
como a figura mais poderosa do Governo da Nigéria. Os nigerianos críticos
de Buhari consideravam Kyari como o gestor do Governo.
Mais de 1.000 mortes em África
África registou mais de 1.000
mortes por Covid-19, segundo dados divulgados pelo Centro de Controlo e
Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África), este sábado (18.04).
Um total de 52 dos 54 países
africanos comunicaram infeções por coronavírus, com um número global de casos
superior a 19.800.
A Organização Mundial de Saúde
(OMS) registou um aumento de 51% nos casos em África e um salto de 60% nas
mortes.
Mas o chefe da OMS alertou que,
devido à escassez de testes "é provável que os números reais sejam
superiores aos reportados".
A Nigéria registou 493 casos de
infeções por coronavírus e 17 mortes.
A nível global, a pandemia de
Covid-19 já provocou mais de 150 mil mortos e infetou mais de 2,2 milhões de
pessoas em 193 países e territórios. Mais de 483 mil doentes foram
considerados curados.
Covid Nos PALOP
Entre os países africanos
lusófonos, Cabo Verde lidera em número de infeções, com 56 casos e uma morte.
A Guiné-Bissau contabiliza 50
pessoas infetadas pelo novo coronavírus e Moçambique tem 34 casos declarados da
doença.
Angola soma 19 casos confirmados
de covid-19 e duas mortes e São Tomé e Príncipe, o último país africano de
língua portuguesa a detetar a doença no seu território, teve quatro casos
confirmados que agora foram testados negativos.
Na Guiné Equatorial, que integra
a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estão confirmados 51 casos
positivos de infeção.
Casos em São Tomé testam negativo
em novos testes
Na sexta-feira (17.04), o
primeiro ministro são-tomense anunciou que os quatro casos que testaram
positivo para a infeção pelo novo coronavírus, no início da semana passada,
tiveram agora resultados negativos num novo teste, realizado num laboratório da
Guiné Equatorial.
Estes quatro casos, que tinham
dado positivo após testes realizados no Gabão, fazem parte de um lote de 80
amostras enviadas pelo Governo de São Tomé e Príncipe para a Guiné Equatorial,
das quais 79 deram agora resultado negativo, havendo um teste inconclusivo e
que "carece de repetição".
"Informo que os quatro casos
confirmados anteriormente no laboratório da Franceville [Gabão] foram repetidos
e integram este lote", explicou o chefe do Governo, Jorge Bom Jesus, numa
declaração à imprensa.
Estes quatro eram, até agora, os
únicos casos identificados no país como positivos.
O ministro da Saúde, Edgar Neves,
disse, por seu lado, que, tendo os resultados sido negativos, os quatro
cidadãos saem da quarentena obrigatória a que estavam submetidos durante as
últimas três semanas, podendo "fazer a sua vida normal".
Estado de emergência prorrogado
O primeiro-ministro anunciou
também que, apesar deste resultado, o seu Governo remeteu ao Presidente da
República, Evaristo Carvalho, "um pedido" para uma nova prorrogação
do estado de emergência por mais 15 dias.
Bom Jesus justificou o pedido com
"o facto de muitas ações não estarem concluídas para garantir respostas
consistentes e eficazes perante uma pandemia que continua a evoluir na nossa
sub-região".
O primeiro-ministro são-tomense
sublinhou que "está a ser montado um hospital de campanha", com capacidade
para 100 camas, doados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O governante referiu ainda que no
âmbito do programa para evitar o alastramento da pandemia da covid-19 em São
Tomé e Príncipe, o seu Governo comprou 3.000 testes rápidos, ventiladores, concentradores
de oxigénios, botijas de reserva, materiais de proteção, consumíveis e
medicamentos diversos, e que "se encontram em Portugal aguardando
confirmação do embarque".
O executivo concluiu ainda a
instalação de um centro de isolamento na Região Autónoma do Príncipe.
Por outro lado, a OMS enviou para
São Tomé um especialista proveniente da Guiné Equatorial para montar o
laboratório e espera-se, na capital do país, dentro dos próximos dias, a
chegada de um epidemiologista cubano, que "já se encontra em Luanda".
Apesar dos resultados feitos na
Guiné Equatorial darem praticamente todos negativos, o Governo diz que vai
continuar com o programa de "desconcentração da população e distanciamento
social e saneamento do centro da capital do país".
Deutsche Welle | AFP, AP, DPA,
Agência Lusa, cvt
Leia em O País (mz)
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