O presidente da Venezuela,
Nicolás Maduro, acusou o cruzeiro de bandeira portuguesa "Resolute"
de ter realizado um ato de "terrorismo e pirataria" contra um barco
da Marinha venezuelana que se afundou segunda-feira, após colidirem.
Nicolás Maduro instou as autoridades do Curaçau, onde o barco está ancorado, a investigar este "ato de pirataria internacional".
"Há que rever todos os
protocolos para atender este tipo de casos, porque se aplicou um protocolo em
condições normais de paz, que se aplica no direito internacional", que se
"convidou a ir até um porto de Margarita (ilha venezuelana) e seria
acompanhado em paz e tranquilidade", disse esta terça-feira à noite.
Nicolás Maduro falava no
palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante a ativação do
Conselho de Estado para debater sobre soluções para combater a pandemia da covid-19
e condenar a recente proposta dos Estados Unidos para formar um Governo de
transição para a Venezuela.
Segundo Nicolás Maduro,
o barco da Marinha venezuelana foi abalroado "de maneira brutal".
"O barco [de bandeira
portuguesa] que investiu [sobre]a nossa nave é oito vezes mais pesado, é como
se um gigante pugilista de 100 quilogramas agarrasse um menino pugilista e o
golpeasse", frisou.
Trata-se, disse, "de um ato
de terrorismo e pirataria que há que investigar", porque "se tivesse
sido um barco de turistas não teria tido essa atitude de querer agredir".
"As investigações continuam.
As autoridades de Curaçau, em cumprimento dos compromissos internacionais,
devem fazer a investigação, informar oficialmente e tomar as providências
porque foi um ato de pirataria internacional" disse Nicolás Maduro.
O Ministério da Defesa da
Venezuela anunciou terça-feira que um barco da Marinha venezuelana naufragou na
segunda-feira após uma colisão com o cruzeiro de bandeira portuguesa
"Resolute", a norte da ilha de La Tortuga, localizada a 181
quilómetros a nordeste de Caracas.
Segundo o Ministério da Defesa da
Venezuela, pelas 00:45 de segunda-feira (05:45 em Lisboa), o barco da Guarda
Costeira 'Naiguatá GC-23' realizava "tarefas de patrulhamento
marítimo" no mar territorial venezuelano, quando "foi atingido pelo
navio de passageiros 'Resolute' (122 metros de comprimento e 8300 toneladas de
deslocamento), de bandeira portuguesa".
A colisão ocorreu quando a
embarcação da Marinha "efetuava um procedimento de controlo de
tráfego marítimo, o que gerou danos de grande magnitude" no barco da
Guarda Costeira venezuelana, explica-se no comunicado.
"A ação do navio
'Resolute' é considerada cobarde e criminosa, pois não atendeu ao resgate da
tripulação, violando os regulamentos internacionais que regulam o resgate da
vida no mar. Atualmente, este navio está no porto de Willemstad, capital
de Curaçau, onde atracou na manhã" de terça-feira, acrescenta-se.
De acordo com o comunicado, as
operações de busca e salvamento, juntamente com o desempenho profissional e
corajoso do pessoal venezuelano, "permitiram o resgate na íntegra da
tripulação".
"O Estado venezuelano
realiza as ações legais correspondentes", pode ler-se no mesmo
documento.
A imprensa local noticiou que a
tripulação do 'Naiguatá GC-23' era composta por 44 homens.
O barco foi construído pelo
estaleiro Navantia, em São Fernando, Espanha, e entregue às autoridades
venezuelanas em 24 de junho de 2009.
Notícias ao Minuto | Lusa !
Imagem: © Lusa
Leia em Notícias ao Minuto:
Sem comentários:
Enviar um comentário