Paulo Baldaia | TSF | opinião
Com o estado de emergência
prolongado por mais 15 dias, a máquina do Estado vai apertar mais um bocadinho
a vida de todos nós. Poucos porão em causa a necessidade de apertar mais um
bocadinho, agora que se aproxima a Páscoa e a saudade da família convida a que
se cumpra a tradição de ir à terra. Confinados que estamos, confinados vamos
continuar a estar.
A nossa incapacidade de circular
não é um especial problema. O melhor combate ao vírus, e portanto a melhor
maneira de salvar vidas, continua a ser o distanciamento social. Não podemos é
deixar que em nome desta pandemia todos os atropelos sejam possíveis. Agora
estamos obcecados em acabar com a Covid-19, em sobreviver para chegar ao
momento em que vamos poder viver com o novo coronavirus como vivemos com outros
vírus.
Quando chegarmos aí saberemos que resolvemos esse problema mas que temos outros para resolver. A velocidade com que vamos recuperar a economia será muito, muito mais lenta que a velocidade com que estamos a destrui-la. O desemprego será um flagelo social que vai exigir o melhor de todos nós. Temos de ser solidários. Nos Estados Unidos já há previsões que a taxa de desemprego suba a níveis superiores aos da Grande Depressão. Por cá, admite-se que possa vir a ser o triplo do que era no inicio do ano. O que tiver de ser, será e também será juntos que vamos ter de ganhar essa batalha.
Mais difícil de aceitar é o que
já está a acontecer com dezenas de milhar de trabalhadores a serem descartados,
só porque têm contratos a prazo, porque são falsos recibos verdes, porque
trabalham em empresas em que os patrões não querem arriscar e despedem antes
mesmo de tentar salvar todos os postos de trabalho possíveis. Não se trata de
proibir despedimentos, trata-se de exigir que o Estado que tudo controla pela
situação de Emergência seja capaz de fiscalizar o que é ilegal e controlem para
que os oportunistas não vençam.
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