terça-feira, 5 de maio de 2020

Angola | Os governos, a Covid-19 e o desconfinamento gradual


Jornal de Angola | editorial

Governos de vários países do mundo estão a permitir uma maior mobilidade dos cidadãos, com restrições indispensáveis à não propagação da Covid-19, e a reabertura gradual de empresas, num exercício de regresso progressivo à normalidade, que ninguém sabe quando chegará.

Tanto é assim que o primeiro-ministro de um país europeu que reduziu as restrições ao nível da mobilidade dos cidadãos e da actividade económica admitiu que podia voltar a tomar medidas de confinamento total, se durante o período de desconfinamento gradual se verificarem casos passíveis de agravar a actual situação pandémica.

Não é pois por acaso que os governos que estão a reduzir restrições, ao nível da mobilidade das pessoas e da actividade produtiva, estejam a fazê-lo com o máximo de cuidado, tendo em conta o alto grau de incerteza quanto à evolução de uma doença em relação à qual há mais perguntas por fazer do que respostas para dar. Os cientistas têm-se desdobrado em esforços para munir os governos de informações que possam ajudar os poderes públicos a tomar decisões que acarretem o mínimo de erros possível, no interesse das comunidades.

O importante é que os governos não percam de vista que, ao combaterem a pandemia da Covid-19, podem cometer erros nas decisões que venham a tomar, relativamente ao desconfinamento gradual.

O que está em causa são vidas humanas e é preciso que se preste muita atenção aos resultados que o desconfinamento gradual pode gerar, a fim de se tomarem as medidas mais acertadas em determinado momento.

Ninguém sabe quando é que a pandemia vai desaparecer, deixando os governos com a responsabilidade de, em estreita colaboração com a comunidade científica, decidir sobre o que é melhor para os respectivos povos, num cenário em que ainda há muitos problemas por resolver, em termos de contenção da propagação da Covid-19.

Todo o mundo já se apercebeu que não é fácil lutar simultaneamente contra duas crises, sanitária e económica, sendo entretanto necessário que se tomem medidas para que os problemas não se agravem, quer ao nível da economia, quer no domínio da saúde pública.
Em face da pandemia da Covid-19, são hoje grandes os desafios que se colocam aos governos de todos os continentes, não havendo soluções que se possam dar, uniformemente, aos problemas de todos os países afectados pela pandemia.

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