O gigante asiático protestou
duramente contra um projeto de lei apresentado por senadores norte-americanos
para impor sanções à China por conta da COVID-19.
O especialista Aleksei Maslov disse ao
serviço russo da Rádio Sputnik que a concorrência entre as duas potências
desencadearia uma verdadeira guerra fria económica do século XXI.
Os Estados Unidos planejam impor sanções contra a China há muito tempo, apenas
precisavam de um pretexto para isso, opinou Maslov, diretor de atuação do
Instituto do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia.
"O projeto de lei
apresentado por senadores dos EUA é uma negligência aos fatos. Eles querem uma
investigação com a presunção de culpa, com o objetivo de culpar a China pelo
fracasso em combater a pandemia", afirmou Zhao Lijiang, ministro das
Relações Exteriores da China.
"Muitas decisões, adotadas
tanto pelo governo do EUA como por suas instituições em 2019, indicavam que o
país estava tratando de introduzir um novo lote de sanções, e agora surgiu uma
oportunidade para isso [...]. Agora acusam a China de haver alertado a OMS sobre
uma nova epidemia em um momento equivocado, como acreditam os EUA, que afirmam
que a China teria criado um novo vírus em seus laboratórios [...]",
afirmou o analista.
Segundo Maslov, os EUA estão atacando
a China em diversas frentes, além de fazer uma pressão evidente contra o
gigante asiático, demonstrando que a administração Trump é incapaz de competir
economicamente com os chineses.
"É impressionante que no
meio de uma luta contra o coronavírus e o estancamento da economia mundial,
quando é suposto que os países devem negociar, os EUA, ao contrário, estão
entrando em uma situação crítica, tentando separar o máximo possível. Isso
significa que os EUA não possuem meios econômicos ou mercado para competir com
a China. Dessa forma, resta apenas bloquear a China", explicou Maslov.
Contudo, o analista acredita que
a China continuará protestando contra as ações dos EUA. Além disso, a China tem
uma vantagem de tempo para restaurar sua economia depois da epidemia.
"Se a China conseguir
ultrapassar os EUA, por exemplo, na propagação de seu conceito e ajuda
económica, principalmente entre os países da iniciativa chinesa do Cinturão
e da Rota da Seda, acredito que veremos um monstruoso embate económico, que
poderá ser definido como uma verdadeira guerra fria económica do século
XXI", concluiu Maslov.
No dia 13 de maio, o Ministério
das Relações Exteriores da China expressou um forte protesto depois de diversos
senadores norte-americanos apresentarem um projeto de lei para impor sanções
contra Pequim por conta da COVID-19.
Sputnik | © Reuters / Hyungwon
Kang
Sem comentários:
Enviar um comentário