O
secretário provincial do Namibe do Sindicato de Jornalistas Angolano (SJA),
Armando Chicoca, foi constituído arguido por indícios de violação dos limites
ao exercício da liberdade de imprensa.
O
jornalista respondeu hoje na Procuradoria-Geral da República (PGR) ao primeiro
interrogatório no processo no qual é também indiciado do crime de injúria
contra agentes da autoridade ou força pública, mais propriamente a escolta do
governador da província.
Segundo
o advogado do jornalista, Celestino Fernandes, o seu constituinte foi
notificado para responder a uma denúncia pública, desencadeada pelo Ministério
Público, por causa de uma suposta agressão a uma jornalista da Televisão
Pública de Angola (TPA), Carla Miguel, em abril passado, supostamente por
um elemento da escolta.
Celestino
Fernandes frisou que foi alegado que a divulgação desta informação "suja o
bom nome da polícia".
"Neste
momento, o meu constituinte não tem nada que se defender aqui. Eles é que
acusam, eles é que têm de trazer os factos a provar que, de facto, ele publicou
errado (...). Nós também temos matéria suficiente para fazer fé daquilo tudo
que ficou ali esclarecido", disse.
Em
causa está a suposta agressão da jornalista Carla Miguel quando a mesma se
encontrava em serviço e, alegadamente, a escolta do governador provincial
manifestou a sua insatisfação pelo facto de a equipa da TPA ter
"ultrapassado o carro da escolta".
A
jornalista, que inicialmente apresentou uma queixa contra o suposto agressor na PGR,
decidiu retirá-la após um pedido de desculpas público do governo
provincial.
Em
carta, a que agência Lusa teve acesso na altura, a jornalista confirmou a ocorrência
do incidente: "Percebemos o repúdio do senhor Bruno Katié Fernandes
[elemento da escolta], no entanto, este procedeu a seguir com agressões verbais
e também físicas (já que pegou-me de forma agressiva pelos braços, invadindo a
minha sensibilidade)".
A
jornalista salientou ainda que, por ter recebido um pedido formal de desculpas
do gabinete do governador, após consulta ao conselho de administração da TPA em
Luanda, aceitou não entrar com "nenhuma ação judicial contra o
senhor Bruno Katié Fernandes, chefe da escolta do governador Archer
Mangueira" e anterior ministro das Finanças.
Por
sua vez, o governo da província considerava, na sua carta,
"reprovável" a postura por parte do chefe da escolta, que "não
se coaduna com a forma de estar de sua excelência senhor governador provincial
do Namibe, Archer Mangueira", vindo por isso apresentar por aquela
via o "profundo e sincero pedido de desculpas pelo sucedido".
Notícias
ao Minuto | Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário