Numa reunião de emergência, a
missão permanente da Rússia pediu ao Conselho de Segurança da ONU que condene a
tentativa de incursão armada na Venezuela e apelou ao respeito pela soberania
do país caribenho.
Em representação da missão
permanente da Rússia junto das Nações Unidas, Dmitry Polyanskiy manifestou o
repúdio do seu país face às acções promovidas por Washington contra Caracas,
tendo recordado o longo historial dos EUA no que respeita a agressões contra a
América Latina.
«Ainda hoje os Estados Unidos
tratam a América Latina como o seu pátio traseiro», denunciou Polyanskiy esta
quarta-feira, no decorrer de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança
solicitada pela Rússia e que teve lugar por videoconferência.
«Agora, a Venezuela está sob a
ameaça contínua de Washington e cabe à ONU actuar nesta matéria», sublinhou,
citado pela Prensa Latina.
O diplomata russo condenou as
ameaças e os actos de agressão, assim como a interferência nos assuntos
internos da Venezuela para minar a sua independência política e integridade
territorial. «Tudo isto são violações à Carta das Nações Unidas e ao direito
internacional», destacou Polyanskiy.
A China apoiou a posição da
Rússia, tendo defendido o diálogo e as negociações com vista à resolução das
divergências.
Por seu lado, a representação
norte-americana insistiu na tentativa de desacreditar o governo legítimo de
Nicolás Maduro, eleito em Maio de 2018.
Além disso, impediu a aprovação
de um comunicado de imprensa do Conselho de Segurança, proposto pela Rússia, no
qual se expressava a oposição a actos terroristas contra países soberanos e se
referia que cabe aos venezuelanos abordar, pela via do diálogo, a actual
situação no país.
Venezuela em defesa da paz e da
soberania
Samuel Moncada, representante
permanente da Venezuela na ONU, insistiu na denúncia da incursão terrorista
frustrada, do passado dia 3 de Maio, e instou o Conselho de Segurança das
Nações Unidas a reconhecer os actos de agressão perpetrados contra o seu país
por parte dos EUA e da Colômbia, com recurso à força e a utilização de
mercenários.
No dia 13 deste mês, numa carta
enviada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, a Venezuela denunciou o
ataque armado terrorista, executado no dia 3 de Maio a partir da Colômbia, com
o apoio dos Estados Unidos.
A missiva fornece provas do
ataque e detalhes sobre o treino de mercenários no país vizinho, com
financiamento norte-americano, e denuncia o acosso permanente da administração
dos EUA, presidida por Donald Trump contra o governo da Venezuela.
Na reunião desta quarta-feira, o
embaixador venezuelano rejeitou ainda a inclusão do seu país na lista criada
pelos EUA de países que «não colaboram plenamente nos esforços de luta contra o
terrorismo», e denunciou as pressões governo norte-americano para cortar o abastecimento
internacional de gasolina à Venezuela, em que se incluem as ameaças contra
cinco petroleiros iranianos que transportam combustível e se dirigem para o
país sul-americano.
Criticou ainda a cumplicidade do
Reino Unido com estas agressões à soberania da Venezuela, ao estabelecer uma
Unidade de Reconstrução da Venezuela dentro da Embaixada britânica e conspirar
com figuras da extrema-direita venezuelana.
AbrilAbril
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