segunda-feira, 1 de junho de 2020

China | Hong Kong nega ceder "às ameaças" dos EUA sobre fim de vantagens comerciais


Hong Kong, 30 mai 2020 (Lusa) -- O Governo de Hong Kong assegurou hoje que não vai ceder "às ameaças" do Presidente norte-americano, Donald Trump, relativamente ao fim de vantagens comerciais dadas à antiga colónia britânica face à China, estando a trabalhar num "plano de contingência".

Em causa está o facto de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que vai abolir as vantagens comerciais concedidas a Hong Kong após sua transferência do domínio britânico para chinês em 1997.

Em declarações hoje prestadas à imprensa regional, o ministro da Segurança Local de Hong Kong, John Lee, afirmou que "os Estados Unidos não vão ganhar com as suas ameaças".

A decisão de Donald Trump traduz-se na revogação do estatuto especial de Hong Kong e surge como reação à nova legislação de segurança nacional aprovada por Pequim.

Porém, para John Lee, Hong Kong "está a fazer o que está correto" ao apoiar esta lei recentemente aprovada por Pequim para Hong Kong.


Também a ministra da Justiça Local, Teresa Cheng, se pronunciou hoje sobre as declarações do Presidente norte-americano, afirmando que Donald Trump "não tem base jurídica" para executar a medida que anunciou.

Já o Secretário Financeiro de Hong Kong, Paul Chan, garantiu que "a cidade está preparada para enfrentar eventuais sanções", estando o executivo de Hong Kong a trabalhar num "plano de contingência" caso os Estados Unidos lhes retire o estatuto especial.

Esta controversa legislação visa eliminar quaisquer resquícios de "interferência estrangeira" em Hong Kong e foi aprovada pelo legislador chinês na passada quinta-feira.

As tensões sobre Hong Kong aumentaram no ano passado quando ocorreram incidentes com manifestantes, tendo a China fortalecido o seu controlo sobre o centro financeiro asiático.

Críticos dizem que a votação de quinta-feira no Congresso Nacional do Povo para impor legislação de segurança em Hong Kong nega efetivamente a promessa de Pequim de manter as instituições civis, jurídicas e económicas separadas do território sob a estrutura de "um país, dois sistemas".

Já Donald Trump avisou que começará a eliminar acordos que deram a Hong Kong um relacionamento com os EUA que faltava à China continental, incluindo isenções de controlos sobre determinadas exportações.

Ainda não está claro qual o impacto da decisão sobre as empresas americanas que operam em Hong Kong ou sobre a posição da cidade como o principal centro financeiro da Ásia.

Pequim também ainda não deu pormenores sobre quais medidas específicas serão adotadas em resposta.

ANE (PTF) // ZO

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