Hong Kong, 30 mai 2020 (Lusa) --
O Governo de Hong Kong assegurou hoje que não vai ceder "às ameaças"
do Presidente norte-americano, Donald Trump, relativamente ao fim de vantagens
comerciais dadas à antiga colónia britânica face à China, estando a trabalhar
num "plano de contingência".
Em causa está o facto de o
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que vai abolir as
vantagens comerciais concedidas a Hong Kong após sua transferência do domínio
britânico para chinês em 1997.
Em declarações hoje prestadas à
imprensa regional, o ministro da Segurança Local de Hong Kong, John Lee,
afirmou que "os Estados Unidos não vão ganhar com as suas ameaças".
A decisão de Donald Trump
traduz-se na revogação do estatuto especial de Hong Kong e surge como reação à
nova legislação de segurança nacional aprovada por Pequim.
Porém, para John Lee, Hong Kong
"está a fazer o que está correto" ao apoiar esta lei recentemente
aprovada por Pequim para Hong Kong.
Também a ministra da Justiça
Local, Teresa Cheng, se pronunciou hoje sobre as declarações do Presidente
norte-americano, afirmando que Donald Trump "não tem base jurídica"
para executar a medida que anunciou.
Já o Secretário Financeiro de
Hong Kong, Paul Chan, garantiu que "a cidade está preparada para enfrentar
eventuais sanções", estando o executivo de Hong Kong a trabalhar num
"plano de contingência" caso os Estados Unidos lhes retire o estatuto
especial.
Esta controversa legislação visa
eliminar quaisquer resquícios de "interferência estrangeira" em Hong Kong e foi aprovada
pelo legislador chinês na passada quinta-feira.
As tensões sobre Hong Kong
aumentaram no ano passado quando ocorreram incidentes com manifestantes, tendo
a China fortalecido o seu controlo sobre o centro financeiro asiático.
Críticos dizem que a votação de
quinta-feira no Congresso Nacional do Povo para impor legislação de segurança em Hong Kong nega
efetivamente a promessa de Pequim de manter as instituições civis, jurídicas e
económicas separadas do território sob a estrutura de "um país, dois
sistemas".
Já Donald Trump avisou que
começará a eliminar acordos que deram a Hong Kong um relacionamento com os EUA
que faltava à China continental, incluindo isenções de controlos sobre
determinadas exportações.
Ainda não está claro qual o
impacto da decisão sobre as empresas americanas que operam em Hong Kong ou sobre a
posição da cidade como o principal centro financeiro da Ásia.
Pequim também ainda não deu
pormenores sobre quais medidas específicas serão adotadas em resposta.
ANE (PTF) // ZO
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