O presidente do PS, Carlos César,
condenou "jogos de caráter regional" em torno da TAP, alegando que a
companhia aérea está em risco de fechar e precisa com urgência de financiamento
do Estado.
"Não devemos avaliar a
principal transportadora aérea portuguesa como um assunto de menor importância ou
como uma empresa que deva ser objeto de jogos de caráter regional.
Nós estamos perante uma empresa que não parece prescindível do ponto de vista
da projeção do nosso desenvolvimento económico e social",
defendeu Carlos César, em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em
Lisboa.
O presidente do PS alegou que sem injeção de
dinheiro do Estado a TAP fecha.
Em seguida, fez um apelo para o
"envolvimento de todos os partidos, particularmente daqueles que se
invocam como mais responsáveis", para que apoiem "a posição do
Governo, que tem como referência o interesse nacional e também a orientação
aprovada pela União Europeia".
Carlos César falava aos
jornalistas após uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa, que entre segunda-feira e hoje esteve a receber os partidos com assento
parlamentar, e abordou este tema depois de questionado sobre a providência
cautelar da Associação Comercial do Porto para impedir a injeção de
dinheiro do Estado na TAP.
"Algum partido político,
alguma entidade representativa dos empresários portugueses ou dos
empreendedores portugueses tomará a responsabilidade de fechar a transportadora
aérea nacional? É que a TAP vive uma situação de emergência e ou é resolvida
com rapidez ou vamos ter um seríssimo problema com essa empresa. E,
portanto, eu acho que está claramente em causa a defesa do interesse nacional,
do interesse público emergente e não haverá certamente lugar a interrupções
nesse processo", considerou.
"O que é importante agora é
nos concentrarmos numa solução de boa negociação com os acionistas privados
para que este processo avance rapidamente. Ou temos um plano estratégico para a
TAP e o financiamento rapidamente para a TAP ou ficamos sem TAP",
reforçou.
Embora ressalvando que não falava
em nome do Governo, o presidente do PS sustentou que o executivo "está
muito empenhado no diálogo que tem mantido com os acionistas privados
no sentido de dar uma resposta rápida e com conteúdo estratégico".
"A própria União Europeia já
sancionou positivamente esse tipo de envolvimento, por um lado,
disponibilizando um elevadíssimo montante para suprir os problemas da empresa e
da sua capitalização, e por outro lado responsabilizando a TAP e o Governo
português pela elaboração de um plano estratégico no qual o acionista público
deve ter compromisso e poder de decisão", realçou.
Tendo ao seu lado o
secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, que também participou nesta
reunião com o chefe de Estado, o presidente do PS fez uma intervenção inicial
focada na pandemia de covid-19, em que procurou desdramatizar o
aumento do número de casos sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa,
declarando que "é natural o que está a acontecer".
"Estamos a atravessar uma
fase que, tal como esperávamos, suscita a ocorrência de maior número de casos
de infetados, o que decorre também, não só do desconfinamento, o que
é natural que assim aconteça, mas também da política de verdade que temos vindo
a ter desde o início", sustentou.
Carlos César enquadrou os novos
casos como um "recrudescimento que é muito localizado" e disse que
"o desempenho do país em termos globais continua a ser positivo e gerador
de confiança".
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: Lusa
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