Centenas
de pessoas manifestaram-se na terça-feira (23) para exigir a libertação de 3
apoiantes do MAS e membros da Coordenadora Popular para a Defesa da Democracia
e a Vida da Zona Sul de Cochabamba.
Os
protestos ocorreram nos bairros populares e operários de Cochabamba, como K'ara
K'ara, depois de a Polícia boliviana ter detido três dirigentes juvenis da
Coordenadora Popular para a Defesa da Democracia e a Vida da Zona Sul de
Cochabamba (cidade no Centro da Bolívia), informa a TeleSur.
Os
jovens, identificados como Osvaldo Gareca, Remmy Fernández e Lucy Escobar –
esta última candidata ao Senado pelo Movimento para o Socialismo (MAS) –, foram
presos quando traziam um camião com comida e equipamento de bio-segurança para
os habitantes do Trópico de Cochabamba, uma região localizada no Centro do
país, entre os Andes e as planícies amazónicas, onde o MAS tem forte apoio e
onde a população está a sofrer o impacto da pandemia de Covid-19, em parte
devido ao abandono do governo golpista de Jeanine Áñez.
«Com
as novas detenções, o governo de facto mostra que está mais
preocupado com a política que com a vida. Os irmãos Lucy Sara Escobar, Remmy
Fernández e Osvaldo Gareca levavam ajuda humanitária e material de bio-segurança
para o Trópico para enfrentar a pandemia», escreveu na sua conta de Twitter o
ex-presidente boliviano Evo Morales.
Nas
ruas de Cochabamba, as pessoas insurgiram-se contra as detenções e exigiram às
autoridades golpistas a sua libertação imediata. «Até quando vai existir
perseguição? Os companheiros têm de ser libertados; vamos continuar a exigir os
direitos», afirmou uma dirigente boliviana, não identificada, à TeleSur.
De
acordo com a Kawsachun News, os três dirigentes de esquerda serão
acusados de «terrorismo e sedição» por terem participado numa acção de protesto
em que exigiram a demissão de Áñez.
A
mesma fonte revela que os apoiantes do MAS e a candidata a senadora foram
levados para La Paz
para serem julgados. O seu advogado disse que deixou de ter contacto com eles.
Desde
o que foi consumado o golpe de Estado na Bolívia, com o apoio dos Estados
Unidos, o governo golpista de Jeanine Áñez tem sido frequentemente acusado de ameaçar e perseguir dirigentes e
activistas de esquerda.
AbrilAbril
| Imagem: La Razón
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