terça-feira, 14 de julho de 2020

Ativistas de Hong Kong acusados de organizarem manifestação não autorizada


Pequim, 13 jul 2020 (Lusa) - Treze personalidades do movimento pró-democracia de Hong Kong compareceram hoje em tribunal, acusados de terem organizado uma manifestação não autorizada em comemoração do 31.º aniversário desde o massacre de Tiananmen.

Entre os acusados está Jimmy Lai, dono do jornal Apple Daily News e figura do movimento pró-democracia local, e os ativistas de longa data Lee Cheuk-yan e Albert Ho, além do jovem Figo Chan.

Questionado se entendeu as acusações que lhe são feitas, Lee referiu as centenas de pessoas mortas na Praça Tiananmen, em Pequim, na noite de 03 para 04 de junho de 1989, quando os tanques do exército foram enviados para pôr fim a sete semanas de protestos.

"Isto é perseguição política", acusou.

No início de junho, vários cidadãos de Hong Kong desafiaram a proibição de ajuntamentos para marcar o 31.º aniversário desde a sangrenta intervenção do exército chinês.


Nos últimos anos, esta comemoração assumiu especial importância face ao crescente número de cidadãos de Hong Kong que se opõem à influência do regime chinês na região semi-autónoma.

Pela primeira vez este ano, a vigília foi proibida pelas autoridades, que invocaram medidas de distanciamento social, para evitar a propagação de covid-19.

No entanto, isto não impediu milhares de pessoas de acenderem velas no Parque Victoria, como em muitos outros bairros da cidade.

A polícia anunciou mais tarde que tinha prendido 13 ativistas que participaram na comemoração.

O tribunal acusou-os hoje formalmente de "incitarem" uma manifestação ilegal, crime punível com até cinco anos de prisão.

Muitas outras figuras do movimento pró-democracia são alvo de processos, por participação nas manifestações que abalaram Hong Kong no ano passado.

Em 30 de junho, Pequim impôs uma lei de segurança nacional no território, visando punir crimes de subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.

JPI // EL

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