O Bloco de Esquerda só está
disponível para negociar o Orçamento de Estado (OE) para 2021 quando o PS
cumprir as promessas que fez ao partido nas negociações para o OE 2020. O
recado foi dado, na manhã deste sábado, por Catarina Martins, num encontro com
trabalhadores das pedreiras, em Penafiel.
As afirmações surgem como
resposta ao primeiro-ministro, António Costa, que em entrevista ao jornal
"Expresso" afirmou que pretende negociar o Orçamento com os partidos
de esquerda e que um acordo duradouro à esquerda para toda a legislatura
"é necessário para o país e um dever de todos".
"Não é possível começarmos a
negociar o próximo Orçamento do Estado sem o PS cumprir sequer o que já foi
acordado para o último Orçamento de Estado, seja no fim do fator de
sustentabilidade para as profissões de desgaste rápido, como a vossa, seja nas
contratações que o Serviço Nacional de Saúde precisa para poder responder à
covid-19, sem deixar de responder a tudo mais que a população precisa",
sustentou a coordenadora do Bloco de Esquerda.
Catarina Martins disse que o
partido ainda não se esqueceu que o PS não cumpriu aquilo com que se
comprometeu. "Sabemos que não podemos dar mais passos sem que aquilo que
foi prometido seja cumprido. É importante cobrar o que não foi cumprido, porque
nós não nos esquecemos", referiu, lembrando que o BE se absteve no último
Orçamento de Estado, possibilitando a aprovação do documento, com alguns
pressupostos.
"O BE viabilizou o Orçamento
do Estado de 2020 com algumas garantias e negociações", assumiu. "Um
dos acordos era sobre o fim do fator de sustentabilidade para as carreiras de
desgaste rápido e o PS, pura e simplesmente, não cumpriu (...). O Parlamento
fez a sua parte e aprovou a lei, o Parlamento aprovou o orçamento que permitia
dar-vos a reforma sem nenhum corte. A promessa foi feita: quando entrasse em
vigor o Orçamento de Estado para 2020 acabava o corte do fator de
sustentabilidade para as profissões de desgaste rápido como os mineiros e os
trabalhadores de pedreiras", resumiu Catarina Martins. Não foi a única
promessa que ficou pelo caminho, acrescentou. "Não cumpriu a contratação
de mais gente para o SNS".
Fernanda Pinto, texto e fotos |
Jornal de Notícias
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