Mídia estatal diz que governo
concedeu sua primeira patente à empresa chinesa CanSino. Vacina pode ser
produzida em massa em curto período de tempo, afirma documento. Fase 3 dos
ensaios clínicos ainda não foi concluída.
O governo da China aprovou sua
primeira patente para uma candidata a vacina contra covid-19, concedida à
empresa biofarmacêutica chinesa CanSino, segundo informações divulgadas nesta
segunda-feira (17/08) pela imprensa do país asiático.
O jornal estatal People's
Daily citou documentos publicados pela autoridade reguladora de
propriedade intelectual da China que mostram que a patente foi emitida em 11 de
agosto.
A vacina da CanSino, desenvolvida
em parceria com o Instituto Científico Militar e batizada de Ad5-nCOV, foi a
primeira a alcançar a fase 2 dos ensaios clínicos e atualmente está na fase 3.
Em junho, a droga recebeu aval para uso interno e limitado em militares do
Exército chinês.
Os resultados da segunda fase de
testes clínicos mostraram que a vacina da CanSino é segura e induz resposta
imune contra o coronavírus Sars-Cov-2, segundo pesquisa publicada no final de
julho na revista científica The Lancet.
O estudo diz que mais de 500
pessoas foram testadas como uma continuação dos primeiros testes publicados em
maio, também com resultados positivos, mas que serão necessários mais testes em
humanos durante a fase 3 para confirmar se a vacina candidata é de fato eficaz.
Os autores enfatizaram que nenhum
participante dos estudos da fase 2 foi exposto ao vírus após a vacinação,
portanto ainda não é possível determinar se a vacina candidata protege
efetivamente contra a infecção pelo novo coronavírus.
Segundo a patente concedida à
empresa chinesa, a Ad5-nCOV mostrou uma "boa resposta imunológica em
ratos e roedores, podendo induzir o organismo a produzir uma forte resposta
imunitária celular e humoral em pouco tempo", informa o jornal Southern
Metropolis.
O documento afirma ainda que a
vacina "pode ser produzida em massa em um curto período de tempo", e
que é "rápida e fácil de ser preparada". "Sua segurança e
eficácia devem ser comprovadas na terceira fase, que ocorre no exterior",
acrescenta a informação.
Especialistas citados pelo
jornal Global Times indicam que a concessão da patente demonstra a
"originalidade e criatividade" da vacina, e afirmam ser
"provável que a CanSino também solicite uma patente junto a autoridades
estrangeiras para proteger seus direitos de propriedade intelectual durante a
cooperação internacional".
Nesta segunda-feira, a
CanSino anunciou a realização da fase 3 de ensaios clínicos na Rússia. Ali, a
vacina será testada em 625 adultos, mas não foram fornecidos mais detalhes. Neste
mês, a Arábia Saudita já havia anunciado que pretende iniciar ensaios da fase 3
da vacina em seu território. A empresa chinesa também negocia com o Brasil e o
Chile para o lançamento de testes.
Deutsche Welle | EK/efe/rtr/ots
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