O pobre-coitado do castelhano rei
corrupto Juan de Espanha anda na baila pelos lucrativos tiros que tem dado nos
pés, nos elefantes, leões, girafas, zebras e demais bicharada selvagem. Por
arrasto dizem que há “três amigos” à procura de uma mansão em Cascais, Portugal,
para o castelhano rei corrupto se juntar aos corruptos nacionais e estrangeiros
que abundam na pequena Lusitânia. Mais um, menos um… O povo é sereno e parvo.
Dos três amigos ressalta um Brito
e Cunha sem fazer ondas – como convém numa marina - a Lili Canecas plástica, tia
da linha estorilense, recheada de botoque, silicone, tintas e provavelmente
massa de estuque, cozeduras e esticadores de peles e banhas. No terceiro amigo,
segundo dizem no El Mundo dos desgraçados de Aljubarrota, Juan corrupto conta
com Marcelo Rebelo de Sousa… Esse mesmo, atual presidente da República em Portugal. Marcelo
desmente, considera ridículo e estúpido envolver-se com o corrupto castelhano
que se pirou de Espanha após um reinado de tanta corrupção e valores enxotados
para a amante e para offshores do estilo Ricardo Salgado, muitos outros comparsas
e até jornalistas com as chamadas “avenças” para escreverem a fazerem-nos a
cabeça a favor do tal Dono Disto Tudo (Mas que jornalistas? Continuamos sem
saber os nomes desses salafrários-escribas e alinhados na corrupção) Mas… Está
tudo bem. Está? O tanas!
Esta história do rei corrupto do
país ao lado ainda vai dar que falar. Uma coisa é certa: Marcelo, Cascais e
Mansão ligam como argamassa. Lili Plástica não destoa, o Brito da Marina… Vá-se
lá saber. Certo é que são todos tios (tia) de ao estilo de Cascais… Dizem que “com
muitas histórias para contar" – que não contam à toa. Pois. Não fosse o diabo
tecê-las.
Avante. O Curto não é só isto. O
autor, Pedro Candeias, aborda Rui Pinto, os “leaks” do futebol, de Luanda e
outras operações da “plástica” financeira. Acerca de corruptos e corruptores –
o que vai dar no mesmo.
Beirute, a explosão “mistério”
repleta de diz que disse, diz que viu… Tudo para confundir e abafar a verdade. Pois.
Mais bem escrito, Candeias vai à
frente a alumiar o Curto de hoje. Vá nessa.
Curto a seguir a deixarmos aqui
votos de uma boa semana – se conseguirem. Oxalá que não sejam incluídos nos números
de tantos desempregados, corridos por patrões que se abotoaram aos dinheiros do
tal lay-off… Isso não é crime? Não é roubar? Pois.
Curta o que segue sobre o dito “serrar
presunto” acompanhado de um bom Dão. Ops!
MM | PG
Estar vivo é o contrário de estar
morto, disse ela
Pedro Candeias | Expresso
Dantes, nos finais dos anos 90, a RTP
tinha um programa chamado “Jet 7” ,
votado precisamente ao tema das, digamos assim, celebridades, cujo genérico era
uma mistura de figuras conhecidas – recortadas, sobrepostas e em movimento –
com uma cantilena suave como trilha sonora. A apresentação era de Adelaide de
Sousa, que surgia no ecrã a seguir a um shaker prateado animado, e
por lá passavam variados convidados, entrevistados entre segmentos de
reportagem. O “Jet 7” ,
depois, também teve uma espécie de gala para consagrar os VIP entre as
celebridades; numa delas, a que interessa, a socialite Lili Caneças foi
agraciada com um prémio e soltou o célebre axioma “estar vivo é o contrário de
estar morto”.
Compreendo a dúvida do leitor: mas porquê Lili Caneças? Porque quem é vivo sempre aparece, e aconteceu Lili Caneças aparecer no “El Mundo” a propósito de um dos grandes mistérios dos nossos dias: o paradeiro do Rei Emérito Don Juan Carlos I, um enigma que está ali par a par com @ parceir@ ainda desconhecid@ de Biden para as presidenciais dos EUA, o que anda o Chega a tentar com Dom Duarte de Bragança, que flirt é este entre o PSD e André Ventura, o que se passa com as demissões na DGS ou que raio andam fazer corvinas americanas e caranguejos siri na costa algarvia. Diz que é da água.
Mas voltemos a Lili.
Escreveu o “El Mundo” que Lili faz parte de um grupo de três amigos de Don Juan Carlos I à procura de “uma mansão” para sua majestade se instalar no exílio. Os outros dois seriam António Brito e Cunha, antigo diretor da Marina de Vilamoura, e o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa; o jornal espanhol chamou-lhe “Operação Cascais”, pois a ideia seria D. Juan Carlos regressar à cena cascalense, onde passou parte da sua infância.
Marcelo já veio garantir não estar metido na história (“é um disparate”), Brito e Cunha recordara ao jornal “SOL” uma ótima refeição com “um cozinheiro francês estupendo” na Quinta do Lago – o que sugere uma amizade – e de Lili Caneças nem uma palavra, para já.
Apesar da aparente ligeireza do tema – um rei expulso de casa, fisicamente debilitado, a tentar passar incógnito em Abu Dhabi antes de chegar à morada final –, recordemos que o assunto é pesado: as contas de D. Juan Carlos I estão a ser investigadas por alegados benefícios na construção de um comboio de alta velocidadeem Meca.
Segundo a acusação, D. Juan Carlos terá recebido 65 milhões
de euros depositados posteriormente num fundo sediado na Suíça.
A Casa Real tenta distanciar-se do problema, Pedro Sanchez gere o assunto diplomaticamente para evitar fissuras num país arrasado pela pandemia e pelos movimentos independentistas, mas a sociedade civil espanhola dá sinais de cansaço e, sobretudo, de quebra de confiança na monarquia. Um jornal organizou uma petição online para um referendo, os estudantes da Universidade Rei Don Juan Carlos querem que a instituição mude de nome e o município de Vitória, no País Basco, já apagou o nome do rei mérito das suas ruas; Saragoça poderá ser a próxima cidade a fazê-lo num país que tem 637 vias chamadas Don Juan Carlos I.
O homem que combateu o franquismo, que uniu o país e que sobreviveu a 17 intervenções cirúrgicas – mas que terá sido corrompido.
Compreendo a dúvida do leitor: mas porquê Lili Caneças? Porque quem é vivo sempre aparece, e aconteceu Lili Caneças aparecer no “El Mundo” a propósito de um dos grandes mistérios dos nossos dias: o paradeiro do Rei Emérito Don Juan Carlos I, um enigma que está ali par a par com @ parceir@ ainda desconhecid@ de Biden para as presidenciais dos EUA, o que anda o Chega a tentar com Dom Duarte de Bragança, que flirt é este entre o PSD e André Ventura, o que se passa com as demissões na DGS ou que raio andam fazer corvinas americanas e caranguejos siri na costa algarvia. Diz que é da água.
Mas voltemos a Lili.
Escreveu o “El Mundo” que Lili faz parte de um grupo de três amigos de Don Juan Carlos I à procura de “uma mansão” para sua majestade se instalar no exílio. Os outros dois seriam António Brito e Cunha, antigo diretor da Marina de Vilamoura, e o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa; o jornal espanhol chamou-lhe “Operação Cascais”, pois a ideia seria D. Juan Carlos regressar à cena cascalense, onde passou parte da sua infância.
Marcelo já veio garantir não estar metido na história (“é um disparate”), Brito e Cunha recordara ao jornal “SOL” uma ótima refeição com “um cozinheiro francês estupendo” na Quinta do Lago – o que sugere uma amizade – e de Lili Caneças nem uma palavra, para já.
Apesar da aparente ligeireza do tema – um rei expulso de casa, fisicamente debilitado, a tentar passar incógnito em Abu Dhabi antes de chegar à morada final –, recordemos que o assunto é pesado: as contas de D. Juan Carlos I estão a ser investigadas por alegados benefícios na construção de um comboio de alta velocidade
A Casa Real tenta distanciar-se do problema, Pedro Sanchez gere o assunto diplomaticamente para evitar fissuras num país arrasado pela pandemia e pelos movimentos independentistas, mas a sociedade civil espanhola dá sinais de cansaço e, sobretudo, de quebra de confiança na monarquia. Um jornal organizou uma petição online para um referendo, os estudantes da Universidade Rei Don Juan Carlos querem que a instituição mude de nome e o município de Vitória, no País Basco, já apagou o nome do rei mérito das suas ruas; Saragoça poderá ser a próxima cidade a fazê-lo num país que tem 637 vias chamadas Don Juan Carlos I.
O homem que combateu o franquismo, que uniu o país e que sobreviveu a 17 intervenções cirúrgicas – mas que terá sido corrompido.
OUTROS TEMAS
Igualmente complexo é o caso Rui Pinto, o alegado hacker que criou a plataforma “Football Leaks” e que também esteve por trás dos “Luanda Leaks” e dos “Malta Files”. Estas três fugas de informação acabaram em investigações, algumas acusações de fraudes fiscais e de corrupção, denunciaram esquemas espantosamente criativos e terrivelmente eficazes de fuga aos impostos. Mas pelo caminho Rui Pinto terá cometido crimes – 90 segundo o Ministério Público português, que o acusou – e foi por esses detido para aguardar julgamento. Entretanto, colaborou com as autoridades, poderá ter desencriptado vários ficheiros e foi portanto libertado no sábado. Está numa safe house da Polícia Judiciária, em Lisboa, e entrou no programa de proteção de testemunhas em troca de ajuda nas investigações. Já se escreveram guiões cinematográficos menos detalhados e menos labirínticos.
Num lugar sem saída está Beirute, onde há dias ocorreu uma explosão implacável num armazém de nitrato de amónio, que provocou mortos, feridos e desaparecidos ainda por contar – e deixou uma cratera de 43 metros de profundidade, como se um prédio de 15 andares se tivesse dobrado sobre si mesmo para se enterrar no asfalto e levado a vida com ele. Já se sabe que foi um desleixo estúpido e na cidade espalham-se os confrontos entre o povo que exige mudanças e o governo que as tenta aplacar.
Por travar está a covid-19, cuja volatilidade dos números é acompanhada por esperanças e desesperanças diárias. No domingo, em Portugal, registaram-se seis mortos e 131 novos infetados. Lá fora, apesar da exceção neozelandesa (zero casos), a pandemia continua: nos EUA houve 1.329 mortes, no Brasil 905 e na Índia 861. O país liderado por Donald Trump é o mais atingido, com um total de 162.245 mortes e quase cinco milhões de infetados.
Afetados pelos resultados das eleições presidenciais na Bielorrússia, milhares de cidadãos saíram às ruas de Minsk em protesto com o ‘triunfo’ de Alexander Lukashenko, no poder desde 1994, e envolveram-se confrontos com a polícia. Como sucede nos sítios pouco livres, o processo eleitoral ficou marcado por encarceramentos de políticos opositores e suspeitas de fraude.
Pouco democrática, também, foi a detenção de Jimmy Lai, magnata dos media de Hong Kong, ativista e dono do jornal “Apple Daily”, contestatário do regime de Pequim. Lai foi detido pela polícia local, após um raide espetacular às instalações da empresa “Next Digital”, dona “Apple Daily”, e à sua casa. Acusação? Alegado crime de conluio com “forças estrangeiras”, violando a nova Lei de Segurança Nacional.
Agora, o desporto:
O português António Félix da Costa conquistou o Mundial de Fórmula E e dedicou o triunfo ao país, “que é pequeno, mas cheio de talento”. Aconteceu em Berlim e o resumo da corrida está aqui. Também Miguel Oliveira, em MotoGP, obteve a melhor classificação da carreira na principal categoria do mundial de motociclismo: foi 6.º no GP da República Checa. Na Fórmula 1, o excelente Max Verstappen ganhou uma corrida simbólica, o Grande Prémio do 7.º Aniversário da F1, disputado em Silverstone.
No sábado, o Bayern de Munique e o Barcelona marcaram viagem para Lisboa onde, esta semana, começa a final a oito da Liga dos Campeões para acompanhar, claro, na Tribuna Expresso. [Para informações mais minuciosas, assine já a newsletter da Tribuna, AQUI e receba-a na sua caixa de correio esta segunda-feira, às 12:45.]
FRASES
“Bienvenido su Majestad aquí no hay coletas!!”, o exclamativo Luís Figo, no Twitter, sobre a notícia no “El Mundo”. “Coletas” (rabo de cavalo, em português) é uma indireta a Pablo Iglesias, do Podemos.
“Festa do Avante é inacreditável. Há filhos e enteados?”, o interrogativo Marques Mendes, na SIC, a propósito dos moldes em que se realizará o encontro anual do PCP
“É um disparate”, o indignado Marcelo Rebelo de Sousa e a história do “El Mundo”
“Uma vez fomos almoçar ao Barbas e bebemos demais. No treino da tarde alguns começaram a cambalear e o Toni mandou todos para o balneário”, o desassombrado César Brito nesta entrevista imperdível na Tribuna Expresso
O QUE ANDO A LER
Anton Chekov tinha uma máxima que passou a ser definida como a “arma de Chekov”. Dizia o contista russo que não havia lugar para irrelevâncias e se – dava este exemplo – havia a descrição de uma espingarda na parede, era bom que esta fosse disparada num momento ou capítulo seguintes. De outra forma, era apenas um engodo que levava a falsas promessas, portanto, inútil.
Obviamente, isto retira alguma da imprevisibilidade à história, mas não era por aí que Chekov montava os enredos. Flannery O’Connor também não; pelo contrário, é possível adivinhar o fim de praticamente cada conto da escritora norte-americana, que não faz jogos nem é dada a subtilezas. E, em quase todos, alguém morre na última página.
Li “Tudo O Que Sobe Deve Convergir” e estou a ler “Um Bom Homem É Difícil De Encontrar”, ambos de O’Connor, uma autora que põe personagens umas contra as outras, numa luta retórica, emocional e física, sempre violenta. Entre os protagonistas há uma crença, uma condição social, uma idade ou uma cor de pele a separá-los, e é nessa oposição clara e objetiva que estes contos de desenrolam, cheios de uma maldade retorcida alimentada por uma moral católica severa, inflexível e castigadora. As palavras são simples e certeiras, as imagens que elas descrevem são perturbadoras.
Por hoje é tudo.
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