Rui Sá* | Jornal de Notícias |
opinião
O PCP marcou para o dia 3 de
julho passado um comício com Jerónimo de Sousa para o Parque da Pasteleira, no
Porto. Em articulação com a DGS, esse comício passou, depois, para a Praça D.
João I e deixou de ter a componente de convívio - um piquenique - antes
prevista.
Esta iniciativa motivou um coro
de críticas (muitas vezes de insultos!) nas redes sociais, tendo como
"animadores" elementos ligados a diversos partidos de direita, do PSD
ao Chega, passando por autarcas das listas de Rui Moreira. O assunto foi mesmo
abordado em sessão da Assembleia Municipal, com autarcas do PSD a considerarem
inadmissível a realização deste comício. Que se realizou com a habitual
organização dos comunistas portugueses, que conseguiram juntar centenas de
pessoas, sob um sol inclemente, com máscaras (apesar de ser ao ar livre) e
mantendo o distanciamento físico recomendado (basta ver as fotos disseminadas
pelas redes sociais).
Nem três semanas passadas, a
Câmara Municipal do Porto anunciou, para os jardins do Palácio de Cristal, um
conjunto de oito concertos. Com lotação de seis centenas de pessoas, em lugares
sentados devidamente afastados e com a exigência de utilização de máscara. Rui
Moreira referiu, na apresentação destes concertos, que era possível conciliar
pandemia e cultura.
Creio que muitos dos que o
apoiam, e que tão violentamente criticaram a realização do comício do PCP, se
levantaram como uma mola para o aplaudirem e correram para obter convites para
tão "fantástica" iniciativa. O que lhes faz cair a máscara: o problema
não é a eventual proliferação do vírus; o que querem é limitar (e mesmo
proibir!) aqueles que se esforçam para manter, dentro das novas condições e
cumprindo as regras impostas pela DGS, o direito ao exercício da atividade
política.
*Engenheiro
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