O Sindicato de Todos os
Professores (STOP) confirmou hoje que vai manter a greve de docentes e
funcionários para os primeiros dias de aulas, contra a falta de condições de
segurança em algumas escolas.
Na semana passada, o coordenador
nacional do sindicato disse à Lusa que tinha entregado pré-avisos de greve para
os dias 14 a
17 de setembro, como forma de "pressionar o Ministério a tomar
medidas", mas adiantou que durante cinco dias iria ser feita uma sondagem
junto dos profissionais para, depois, tomar uma posição.
Os resultados da sondagem, que
questiona se os pré-avisos de greve devem ser mantidos face às condições de
segurança nas escolas, revelam que 70% dos inquiridos concordam em manter a ação de
protesto.
"O STOP decidiu, por isso,
manter os pré-avisos de greve para permitir que os profissionais de educação
que estejam nas escolas onde, manifestamente, considerem que não há condições
possam fazer greve", confirmou à Lusa o coordenador, André Pestana.
O ano letivo arranca
entre os dias 14 e 17 de setembro, num contexto de pandemia da covid-19
que obrigou as escolas a implementar um conjunto de regras de segurança,
definidas pelo Ministério da Educação e pela Direção-Geral da Saúde.
No entanto, André Pestana
sublinha que nem todos os estabelecimentos de ensino estão a conseguir
assegurar as condições necessárias.
"Há situações contrastantes
nas diferentes escolas. Há escolas em que os colegas se sentem relativamente
seguros, mas noutras onde, de facto, os colegas estão a sentir inseguros e a
sondagem expressa também esse sentimento", afirmou.
É a esses profissionais que se
destina a greve marcada para os primeiros dias do ano letivo, adiantou.
Para o coordenador nacional do
STOP, os problemas invocados na semana passada para justificar os pré-avisos de
greve mantêm-se 10 dias depois e a três dias do início das aulas,
designadamente o número de alunos por turma, a falta de assistentes
operacionais e a situação dos profissionais integrados em grupos de risco.
Sobre o número de alunos, André
Pestana relata que, em vários casos, as turmas mantêm a mesma dimensão e, por
isso, não vai ser sequer possível assegurar o distanciamento físico de pelo
menos um metro.
Por outro lado, a falta de
operacionais, um problema que diz ser antigo nas escolas, continua a
verificar-se num ano em que o papel destes profissionais é ainda maior, e
alguns estabelecimentos não viram as suas equipas reforçadas.
"Infelizmente, em algumas
escolas vai ser muito complicado, por muito esforço e profissionalismo que os
assistentes operacionais tenham, manter as condições de segurança",
lamentou.
Finalmente, o STOP questiona a
solução encontrada para os profissionais integrados em grupos de risco para a covid-19,
que não vão poder optar pelo teletrabalho e terão, em vez disso, de
recorrer à baixa médica.
"Parece que aqui há uma
discriminação claramente negativa para os profissionais de educação",
considerou.
A pandemia de covid-19
já provocou mais de 904 mil mortos e quase 28 milhões de casos de infeção em
196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.852
pessoas dos 62.126 casos de infeção confirmados, de acordo com o
boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © Getty Images
Sem comentários:
Enviar um comentário