O Curto do Expresso aberto a
tripas – que não são as da Mamuda na Invicta. Também coração, pulmões e cérebro
integram o título. Pedro Cordeiro é o autor que nos/vos deseja um bom dia e um
bom inicio de semana. Obrigado, igualmente. Devemos-lhe.
As escolas e sua abertura. Ai as
escolas para o covid-19. Ai os meninos a serem contagiados e levarem para casa
a maleita mortal para os avós e familiares, ai os professores em palpos de
aranha… Ai o ministério sem imaginação, sem mostrar capacidades criativas úteis
de contenção dos contágios. Ai os meninos assintomáticos a espalhar por aí a
pandemia. Panorama negro, que pode vir a ocorrer. Existem os que asseguram isso
mesmo a pés-juntos. E a responsabilidade é de quem? Dos padecentes de ausência
de criatividade, dos vãos de iniciativas criativas que assegurem a sustentação
do ensino sem abrir escolas com tudo ao monte e fé nos deuses. Tal como
verificamos nos transportes públicos.
Mas existem regras implementadas
pelo governo, dirão alguns. Parece que só assim se pronunciarão os que não
registam as barafundas que vimos por aí. Resultado de cidadãos irresponsáveis,
para não falarmos nos distraídos. Além disso existem os cidadãos-super, que
dizem “qual covid, qual nada!” Os adultos podem ainda defender-se. Adolescentes,
ainda vá que não vá. Crianças do ensino básico já não será (não é) assim. Já há
crianças que querem trocar máscaras (mais giras) com colegas… As crianças são maravilhosas, cuidemos delas com todo o rigor.
Mas existem regras, diz o governo
e os especialistas, os sábios. Seria seguro se a cidadania fosse exemplar. Não é.
Há meses que vimos que não é. Desde ignorantes a estúpidos e a arrogantes temos
de tudo pelas ruas e por locais passíveis de contribuir para o contágio… As
regras que se lixem, dizem esses. Mas são multados, dizem as autoridades.
Desconhecemos que por via de multas seja credível o tratamento contra-covid-19.
Ponto assente: as escolas – ao menos
as do ensino básico – não deviam reabrir enquanto a pandemia existir e a vacina
existir e ser indubitavelmente fiável. Nem regras, nem multas são a solução
para evitar contágios a cem por cento. Pelo menos com as crianças o que se
pretende é evitar a cem por cento os contágios. Que os pais têm de trabalhar,
que o país precisa… Aí entraríamos noutros parâmetros do conceito e realidade
com que os governos vêem os trabalhadores e vêem a sociedade que dizem governar…
Avançando, nesta entrada do Curto.
Terminemos, por nós, PG. Passe ao Curto de Pedro Cordeiro, do Expresso. Quase
sempre interessa sempre. Claro que é produto de jornalistas e suas respetivas ópticas, convém dar esse
desconto.
Bom dia. Boa vida. Até sempre.
SC | PG
Bom dia, este é o seu Expresso
Curto
Das tripas coração, dos pulmões
cérebro
Pedro Cordeiro | Expresso
Bom dia e boa semana!
Até ao dia em que sai a próxima
edição do Expresso em papel, os milhares de alunos do ensino obrigatório que
ainda estão de férias vão regressar progressivamente às aulas. Ficará reposta a
normalidade possível naquele que foi um dos universos mais emblemáticos do
confinamento, já que a ordem do Governo para fechar as escolas foi, há cerca de
meio ano, o sinal mais claro aos portugueses sobre o muito que a vida ia mudar.
E mudou, aqui e alhures. No recomeço, também aqui e alhures há regras distintas.
A volta às aulas só pode fazer-se por tentativa e erro. Parece evidente o desejo de evitar novo fecho generalizado, quer dos estabelecimentos de ensino quer do resto do país, mas ninguém sabe como vai evoluir a pandemia (o número de casos cresce em Portugal e não só, o que era de esperar) e nem todos estão dispostos a seguir o apelo à confiança do secretário de Estado da Educação. Nos primeiros dias com escolas a funcionar, já houve turmas mandadas para casa, o que tampouco constitui surpresa, embora se pretenda exceção, explica a diretora-geral da Saúde.
Não há grande discussão em torno da importância para o aluno, que tem de estar no centro da escola, de as aulas serem presenciais. Há vertentes do ensino que o jamais se cumprirão à distância, pese embora o louvável esforço da passada primavera para concluir o ano letivo. A proximidade na relação professor-aluno e a interação em sala e fora dela (com o docente e com os pares) são cruciais para tudo o que na escola não se cinge a “dar matéria”.
Como disse o Presidente da República, “o ensino não presencial não é verdadeiramente ensino completo”. Acrescento que a desigualdade no acesso à educação, que a pandemia pôs a nu e agravou, é prenúncio de desigualdades mais profundas na vida subsequente. Já agora, recomendo este trabalho sobre os riscos e as angústias da já chamada ‘geração c’. De coronavírus.
Nesta incerteza, é bom saber que a GNR tem em curso uma operação para esclarecer pais e alunos. É interessante saber que, à medida que as famílias se preparam para esta gesta, não é a vida na escola que mais inquieta encarregados de educação. Quanto aos professores, variável também importante em toda esta equação — indispensáveis para o êxito (nas circunstâncias) dos II e III períodos do ano 2019-2020 e do que tivermos pela frente —, os que fazem parte de grupos de risco ainda não sabem bem o que os espera.
Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou humildade no regresso, pedindo aos cidadãos que façam “das tripas coração”. “Agora, isso obriga a um esforço que, eu percebo os professores e os sindicatos dos professores, é muito difícil, percebo os pais e associações de pais, é muito difícil, percebo os jovens, porque para eles ainda é mais difícil. Mas vamos ter de lidar com isto, quem sabe, meia dúzia de meses”, reconhece o chefe de Estado.
O Governo assumiu o regresso físico à escola como plano A, mas reservou a hipótese de haver planos B (misto) e C (remoto), dependendo dos dados epidemiológicos da covid-19. Para já, e a irmos para uma das duas (como aconselham alguns peritos), faltam computadores. Virão em breve, garante o Executivo.
Virão ou não, como noutras promessas. Até lá, e desde já, e urgentemente, a situação ímpar que vivemos deve impelir-nos a repensar a escola. Tendo em conta a necessidade de impor regras que minimizem os riscos para a saúde de alunos, funcionários e respetivas famílias, mas nunca esquecendo, como alertam especialistas citados pelo “Público”, que um regresso “militarizado” à escola pode desencadear uma pandemia de saúde mental.
Respiremos fundo, portanto, e vamos a isto. Pelos nossos miúdos, que são o futuro de Portugal. Navegar é preciso, em águas agitadas. Viver também é preciso.
A volta às aulas só pode fazer-se por tentativa e erro. Parece evidente o desejo de evitar novo fecho generalizado, quer dos estabelecimentos de ensino quer do resto do país, mas ninguém sabe como vai evoluir a pandemia (o número de casos cresce em Portugal e não só, o que era de esperar) e nem todos estão dispostos a seguir o apelo à confiança do secretário de Estado da Educação. Nos primeiros dias com escolas a funcionar, já houve turmas mandadas para casa, o que tampouco constitui surpresa, embora se pretenda exceção, explica a diretora-geral da Saúde.
Não há grande discussão em torno da importância para o aluno, que tem de estar no centro da escola, de as aulas serem presenciais. Há vertentes do ensino que o jamais se cumprirão à distância, pese embora o louvável esforço da passada primavera para concluir o ano letivo. A proximidade na relação professor-aluno e a interação em sala e fora dela (com o docente e com os pares) são cruciais para tudo o que na escola não se cinge a “dar matéria”.
Como disse o Presidente da República, “o ensino não presencial não é verdadeiramente ensino completo”. Acrescento que a desigualdade no acesso à educação, que a pandemia pôs a nu e agravou, é prenúncio de desigualdades mais profundas na vida subsequente. Já agora, recomendo este trabalho sobre os riscos e as angústias da já chamada ‘geração c’. De coronavírus.
Nesta incerteza, é bom saber que a GNR tem em curso uma operação para esclarecer pais e alunos. É interessante saber que, à medida que as famílias se preparam para esta gesta, não é a vida na escola que mais inquieta encarregados de educação. Quanto aos professores, variável também importante em toda esta equação — indispensáveis para o êxito (nas circunstâncias) dos II e III períodos do ano 2019-2020 e do que tivermos pela frente —, os que fazem parte de grupos de risco ainda não sabem bem o que os espera.
Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou humildade no regresso, pedindo aos cidadãos que façam “das tripas coração”. “Agora, isso obriga a um esforço que, eu percebo os professores e os sindicatos dos professores, é muito difícil, percebo os pais e associações de pais, é muito difícil, percebo os jovens, porque para eles ainda é mais difícil. Mas vamos ter de lidar com isto, quem sabe, meia dúzia de meses”, reconhece o chefe de Estado.
O Governo assumiu o regresso físico à escola como plano A, mas reservou a hipótese de haver planos B (misto) e C (remoto), dependendo dos dados epidemiológicos da covid-19. Para já, e a irmos para uma das duas (como aconselham alguns peritos), faltam computadores. Virão em breve, garante o Executivo.
Virão ou não, como noutras promessas. Até lá, e desde já, e urgentemente, a situação ímpar que vivemos deve impelir-nos a repensar a escola. Tendo em conta a necessidade de impor regras que minimizem os riscos para a saúde de alunos, funcionários e respetivas famílias, mas nunca esquecendo, como alertam especialistas citados pelo “Público”, que um regresso “militarizado” à escola pode desencadear uma pandemia de saúde mental.
Respiremos fundo, portanto, e vamos a isto. Pelos nossos miúdos, que são o futuro de Portugal. Navegar é preciso, em águas agitadas. Viver também é preciso.
Outras notícias de cá
ENCARNIÇADOS A presença do
primeiro-ministro e do presidente da Câmara de Lisboa na comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à
presidência do Benfica continua a gerar indignação. Marcelo assegura
que vai falar com António Costa sobre o assunto e, se o
chefe dos encarnados fala em calúnia, o desconforto é indisfarçável. Autarca e
governante alegaram que apoiar Vieira (atolado em investigações e suspeitas)
nada tem que ver com a sua vida política, mas é legítimo perguntar, sem a parte
política das suas vidas, que notoriedade os levaria à comissão de honra. Fatal
é também recordar as palavras do chefe do Executivo há quatro anos, quando João
Soares se demitiu após uma intervenção desastrosa nas redes sociais: “Já
recordei aos membros do Governo que, enquanto membros do Governo, nem à mesa do
café podem deixar de se lembrar que são membros do Governo”. Ana Gomes ecoa o sentir de grande parte do país (não é sequer a
primeira socialista a fazê-lo) e Ana Sá Lopes defende que a candidata
presidencial — que, escreve Anselmo Crespo, traz valor acrescentado à disputa
de janeiro de 2021 — até pode vir a beneficiar desta
promiscuidade entre política e futebol. Fica a dúvida: foi total falta de faro
político, sensação de impunidade ou comprometimento que ditaram tão
desaconselhada decisão?
CINEASTA PREMIADA A portuguesa Ana Rocha de Sousa foi premiada múltiplas vezes no Festival de Veneza pela sua longa-metragem de estreia, “Listen”, sobre vidas precárias no abastado Reino Unido. O chefe de Estado já lhe mandou os parabéns.
PROTEÇÃO DIVINA Imagens das celebrações de domingo no santuário de Fátima mostraram uma acumulação de pessoas que é duvidosa no momento em que as autoridades reforçam as restrições. Os responsáveis pelo recinto afirmam tê-lo fechado mal sentiram que havia riscos. O respetivo reitor fala ao Expresso de como aquele local de peregrinação tem vivido com a pandemia.
OS PLANOS DO (OUTRO) COSTA António Costa Silva, escolhido pelo Governo para gizar o plano de recuperação do país pós-covid, apresenta amanhã as linhas gerais do seu trabalho.
JOGOS ADIADOS Ontem era para haver Sporting-Nápoles, no âmbito do torneio dos cinco violinos, mas contágios com covid-19 na equipa leonina ditaram o adiamento da partida. Também o Feirense-Chaves foi impedido de realizar-se, este bem em cima da hora.
CINEASTA PREMIADA A portuguesa Ana Rocha de Sousa foi premiada múltiplas vezes no Festival de Veneza pela sua longa-metragem de estreia, “Listen”, sobre vidas precárias no abastado Reino Unido. O chefe de Estado já lhe mandou os parabéns.
PROTEÇÃO DIVINA Imagens das celebrações de domingo no santuário de Fátima mostraram uma acumulação de pessoas que é duvidosa no momento em que as autoridades reforçam as restrições. Os responsáveis pelo recinto afirmam tê-lo fechado mal sentiram que havia riscos. O respetivo reitor fala ao Expresso de como aquele local de peregrinação tem vivido com a pandemia.
OS PLANOS DO (OUTRO) COSTA António Costa Silva, escolhido pelo Governo para gizar o plano de recuperação do país pós-covid, apresenta amanhã as linhas gerais do seu trabalho.
JOGOS ADIADOS Ontem era para haver Sporting-Nápoles, no âmbito do torneio dos cinco violinos, mas contágios com covid-19 na equipa leonina ditaram o adiamento da partida. Também o Feirense-Chaves foi impedido de realizar-se, este bem em cima da hora.
Outras notícias de lá
老大哥 IS WATCHING
YOU A firma chinesa Zhenhua Data compilou dados sobre milhões de pessoas em todo o
mundo, figuras públicas e não só. A lista inclui políticos, militares, membros da família real
britânica, empresários, académicos e outros notáveis. A revelação fez-se sentir na Índia, que há dias trocou tiros com a China nos Himalaias, e também na Austrália.
O número de países afetados será vasto, incluindo os Estados Unidos e o Canadá.
Não admira que um livro recente do major-general Carlos Branco defenda que Pequim vai ser um osso mais duro de roer para
Washington do que Moscovo foi na Guerra Fria.
Я выиграл! A oposição russa reivindica vitórias simbólicas nas eleições regionais de ontem. Saiba o que esteve em causa nesta ida às urnas, num momento de grande tensão para o país mais vasto do planeta. Pressionado pelo Ocidente devido ao envenenamento do opositor Alexei Navalny, a braços com a rebelião na Bielorrússia contra o ditador Alexander Lukashenko (que pede ajuda a Vladimir Putin), o Kremlin quer tudo menos agitação pós-eleitoral.
BYE-BUY? Quase nove meses depois de ter saído da União Europeia e a pouco mais de três do fim do período de transição do ‘Brexit’, o Reino Unido ainda não chegou a acordo com os 27 sobre a relação bilateral futura. O anúncio de Boris Johnson de que violará o direito internacional, ignorando o que ele próprio combinara com Bruxelas sobre a Irlanda do Norte, enfureceu as capitais europeias e também horrorizou concidadãos do primeiro-ministro. Bernardo Pires de Lima analisa o caso no “DN”. A proposta de Johnson vai hoje a debate na Câmara dos Comuns e não é certo que passe, embora o Governo conservador tenha maioria absoluta.
TRUMP ON FIRE Com os incêndios florestais a juntarem-se às agruras pandémicas, prossegue a campanha para as presidenciais nos Estados Unidos. Donald Trump passou o fim de semana no Nevada, tentando debelar as acusações de ocultação da gravidade da covid-19 que resultam de entrevistas ao veterano jornalista Bob Woodward. O Presidente republicano continua a lançar acusações infundadas de manipulação das eleições pelos adversários democratas, pelo que é útil saber como aferir a fiabilidade de um ato eleitoral. E se há dias lembrávamos as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001, recordemos que a de novembro é a primeira eleição em que os nascidos nesse ano vão votar.
שלום ou سلام Os Emirados Árabes Unidos e Israel assinam amanhã na Casa Branca o estabelecimento de relações diplomáticas. Com o Bahrein a anunciar idêntica intenção, juntam-se ao Egito e à Jordânia enquanto países árabes a reconhecer o Estado judaico. O êxito diplomático de Trump não pode ser desmentido, como frisa o Leonídio Paulo Ferreira. resta saber que réditos eleitorais poderá valer-lhe.
HAMILTON, WHO ELSE? O grande prémio de Fórmula 1 da Toscânia foi acidentado, mas não espantou.
PAS SEULS A redação do “Charlie Hebdo” volta a ser alvo de ameças extremistas da Al-Qaeda, mais de cinco anos após a chacina na sua redação. Inúmeros intelectuais franceses prometem aos autores daquela revista satírica que estarão a seu lado na defesa da liberdade de expressão.
Я выиграл! A oposição russa reivindica vitórias simbólicas nas eleições regionais de ontem. Saiba o que esteve em causa nesta ida às urnas, num momento de grande tensão para o país mais vasto do planeta. Pressionado pelo Ocidente devido ao envenenamento do opositor Alexei Navalny, a braços com a rebelião na Bielorrússia contra o ditador Alexander Lukashenko (que pede ajuda a Vladimir Putin), o Kremlin quer tudo menos agitação pós-eleitoral.
BYE-BUY? Quase nove meses depois de ter saído da União Europeia e a pouco mais de três do fim do período de transição do ‘Brexit’, o Reino Unido ainda não chegou a acordo com os 27 sobre a relação bilateral futura. O anúncio de Boris Johnson de que violará o direito internacional, ignorando o que ele próprio combinara com Bruxelas sobre a Irlanda do Norte, enfureceu as capitais europeias e também horrorizou concidadãos do primeiro-ministro. Bernardo Pires de Lima analisa o caso no “DN”. A proposta de Johnson vai hoje a debate na Câmara dos Comuns e não é certo que passe, embora o Governo conservador tenha maioria absoluta.
TRUMP ON FIRE Com os incêndios florestais a juntarem-se às agruras pandémicas, prossegue a campanha para as presidenciais nos Estados Unidos. Donald Trump passou o fim de semana no Nevada, tentando debelar as acusações de ocultação da gravidade da covid-19 que resultam de entrevistas ao veterano jornalista Bob Woodward. O Presidente republicano continua a lançar acusações infundadas de manipulação das eleições pelos adversários democratas, pelo que é útil saber como aferir a fiabilidade de um ato eleitoral. E se há dias lembrávamos as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001, recordemos que a de novembro é a primeira eleição em que os nascidos nesse ano vão votar.
שלום ou سلام Os Emirados Árabes Unidos e Israel assinam amanhã na Casa Branca o estabelecimento de relações diplomáticas. Com o Bahrein a anunciar idêntica intenção, juntam-se ao Egito e à Jordânia enquanto países árabes a reconhecer o Estado judaico. O êxito diplomático de Trump não pode ser desmentido, como frisa o Leonídio Paulo Ferreira. resta saber que réditos eleitorais poderá valer-lhe.
HAMILTON, WHO ELSE? O grande prémio de Fórmula 1 da Toscânia foi acidentado, mas não espantou.
PAS SEULS A redação do “Charlie Hebdo” volta a ser alvo de ameças extremistas da Al-Qaeda, mais de cinco anos após a chacina na sua redação. Inúmeros intelectuais franceses prometem aos autores daquela revista satírica que estarão a seu lado na defesa da liberdade de expressão.
Frases
“Não quero acreditar que o
primeiro-ministro ache que as eleições do Benfica são mais importantes que as
eleições para Presidente da República”, disse Ana Gomes
“Não estou só a contar uma história, estou a retratar a realidade das adoções forçadas”, explicou Ana Rocha de Sousa, premiada no Festival de Cinema de Veneza
“Foi a paixão deles que me trouxe até onde estou hoje”, contou Kamala Harris, candidata a vice-presidente dos EUA, falando dos seus avós
“Não estou só a contar uma história, estou a retratar a realidade das adoções forçadas”, explicou Ana Rocha de Sousa, premiada no Festival de Cinema de Veneza
“Foi a paixão deles que me trouxe até onde estou hoje”, contou Kamala Harris, candidata a vice-presidente dos EUA, falando dos seus avós
O que ando a ver e a ouvir
Além da temporada
de música da Gulbenkian, que amanhã começa a vender bilhetes avulsos para
um número limitado de concertos, quero ir a Belém ver Julian Opie e a Santa Apolónia ver mais concertos da
série Boca do
Lobo, após o maravilhoso serão com a harpista Angélica
Salvi, sexta-feira passada. Também ouvi, sábado, o concerto dos 70 anos de
Jorge Palma, que pode ouvir aqui na íntegra ou revisitar em fotos e prosa aqui. Em breve ouvirei o que outro músico
português, Samuel Úria, disse ao podcast da Blitz. Para já
conheci a sua nova canção “Muro” e a colaboração com Sérgio Godinho
para retratar “O novo normal”.
Entretanto, se ainda não ouviu a edição da rentrée do podcast O Mundo a Seus Pés, da secção internacional do Expresso, saiba que ainda vai a tempo. E que dentro de horas poderá conhecer África Agora, o novo podcast da mesma secção, que alternará semanalmente com aquele. É conduzido pela Cristina Peres, grande conhecedora do assunto.
Entretanto, se ainda não ouviu a edição da rentrée do podcast O Mundo a Seus Pés, da secção internacional do Expresso, saiba que ainda vai a tempo. E que dentro de horas poderá conhecer África Agora, o novo podcast da mesma secção, que alternará semanalmente com aquele. É conduzido pela Cristina Peres, grande conhecedora do assunto.
O que ando a ler
Acabou ontem a Feira do Livro por
que mais esperaram os fiéis da dita. Não vos maço com a longa lista do que lá
comprei, antes dou conta de quatro-livros-quatro que me deliciaram nas últimas
semanas.
De Teresa Veiga, uma das pessoas que melhor escreve na nossa língua, “Cidade Infecta” (Tinta-da-China), seu segundo romance e primeiro livro em cinco anos. Uma história num certo Portugal passado de que muito subsiste, que se lê com vontade, com a módica dose de perversidade a que a autora nos habituou e, sobretudo, um acutilante sentido de observação do seu semelhante.
No ensaio, a mais recente publicação de Bernardo Pires de Lima, um dos mais interessantes analistas de política internacional do país. Virado quer para fora quer para dentro, deu à estampa “Portugal na Era dos Homens Fortes – Democracia e Autoritarismo em Tempos de Covid” (Tinta-da-China). Trata-se de atualíssimo retrato de aspirantes a tiranos que ascendem, com a pandemia a servir de pretexto a tendências já antes visíveis. E propõe, o que é sempre meritório, vias para o Ocidente liberal e democrático, de que o autor se assume defensor, superar tamanho desafio.
Na poesia, uma estreia. “Observação da gravidade” (Guerra e Paz), de André Osório, é uma agradável surpresa. O poeta, mentor da revista literária “Lote”, propõe vias de intimismo, autointerrogação, apontamentos biográficos reais ou criados, numa sonoridade cativante. Transcrevo o breve poema “Húmus”:
Que a tua língua
se encontre com o deserto
da minha pele.
Já vi coisas mais belas
nascer do húmus.
Na novela gráfica, “Aqui é um bom lugar” (Planeta Tangerina), de Ana Pessoa e Joana Estrela. É uma espécie de scrapbook, galardoado em 2018 com o prémio literário Maria Rosa Colaço de literatura juvenil e recomendável também para idades mais avançadas. Na transição do liceu para a universidade, e fechando assim o ciclo deste Expresso Curto, todos encontraremos aqui motivos de identificação.
Despeço-me então, com votos de boa semana, o conselho de cumprir as regras de segurança e saúde (que mudam amanhã) e o consolo de saber que o preço da gasolina desce. Recordo, como sempre, que o Expresso está sempre aqui para vos informar.
De Teresa Veiga, uma das pessoas que melhor escreve na nossa língua, “Cidade Infecta” (Tinta-da-China), seu segundo romance e primeiro livro em cinco anos. Uma história num certo Portugal passado de que muito subsiste, que se lê com vontade, com a módica dose de perversidade a que a autora nos habituou e, sobretudo, um acutilante sentido de observação do seu semelhante.
No ensaio, a mais recente publicação de Bernardo Pires de Lima, um dos mais interessantes analistas de política internacional do país. Virado quer para fora quer para dentro, deu à estampa “Portugal na Era dos Homens Fortes – Democracia e Autoritarismo em Tempos de Covid” (Tinta-da-China). Trata-se de atualíssimo retrato de aspirantes a tiranos que ascendem, com a pandemia a servir de pretexto a tendências já antes visíveis. E propõe, o que é sempre meritório, vias para o Ocidente liberal e democrático, de que o autor se assume defensor, superar tamanho desafio.
Na poesia, uma estreia. “Observação da gravidade” (Guerra e Paz), de André Osório, é uma agradável surpresa. O poeta, mentor da revista literária “Lote”, propõe vias de intimismo, autointerrogação, apontamentos biográficos reais ou criados, numa sonoridade cativante. Transcrevo o breve poema “Húmus”:
Que a tua língua
se encontre com o deserto
da minha pele.
Já vi coisas mais belas
nascer do húmus.
Na novela gráfica, “Aqui é um bom lugar” (Planeta Tangerina), de Ana Pessoa e Joana Estrela. É uma espécie de scrapbook, galardoado em 2018 com o prémio literário Maria Rosa Colaço de literatura juvenil e recomendável também para idades mais avançadas. Na transição do liceu para a universidade, e fechando assim o ciclo deste Expresso Curto, todos encontraremos aqui motivos de identificação.
Despeço-me então, com votos de boa semana, o conselho de cumprir as regras de segurança e saúde (que mudam amanhã) e o consolo de saber que o preço da gasolina desce. Recordo, como sempre, que o Expresso está sempre aqui para vos informar.
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