Rui Sá* Jornal de Notícias |
opinião
Não morro de amores por Marcelo
Rebelo de Sousa e acho que tem uma doentia necessidade de palco que não ajuda
ao desempenho das funções de presidente da República. Esta necessidade de
protagonismo faz com que apareça todos os dias a opinar e a ser filmado a
propósito de tudo, num registo de dizer uma coisa e o seu contrário, sendo que
o mais preocupante é descortinar, em tantas contradições, uma agenda própria
que o faz dançar consoante os ventos da opinião publicada.
É o caso das sucessivas e
diferentes opiniões de Marcelo sobre eventos em período de pandemia. A
propósito das comemorações oficiais do 25 de Abril, defendeu-as, inicialmente,
e até fez um interessante discurso na Assembleia da República. Mas, passado
pouco tempo, veio dizer que não era aquilo (tal como as comemorações do 1.o de
Maio) que pretendia e, desse modo, iria fazer umas comemorações do 10 de Junho
mais restritas. Passadas essas comemorações, com um palco pindérico e uma
plateia com oito pessoas (para cumprir o seu desejo), apareceu, eufórico, a
anunciar a fase final da Liga dos Campeões em Lisboa, com uma plateia
significativamente maior. Assistiu a um espetáculo no Campo Pequeno, com
milhares de pessoas, onde referiu que a abertura, ou não, dos centros
comerciais era matéria da esfera da DGS. Mais recentemente, e depois de se
fazer filmar até à exaustão em férias (cumprindo, ou não, as regras
sanitárias), foi à Feira do Livro de Lisboa fazer um apelo a que "muitos
milhares" a visitem. Para, mais tarde, atacar a DGS pelo facto de não ser conhecido
o plano sanitário para a Festa do Avante! - sendo certo que não foram tornados
públicos os planos sanitários de nenhum outro evento, em particular daqueles
que Marcelo visitou...
Como diria o seu amigo, caído em
desgraça, "Porque não te calas", Marcelo?
*Engenheiro
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