segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Espanha já sofre "segunda vaga" e outros países europeus estão por dias - estudo


Espanha já está a enfrentar uma "segunda vaga" da pandemia do novo coronavírus, defende um estudo desenvolvido por um hospital e uma universidade da Catalunha conhecido este domingo, alertando que esta pode chegar aos outros países europeus nos próximos dias.

Conhecido só hoje, este estudo, datado de 2 de setembro, é assinado pelo Hospital Universitário Germas Trias i Pujol, de Badalona (Barcelona), e pela Universidade Politécnica da Catalunha e foi entretanto enviado à Comissão Europeia.

Intitulado "Análise e previsão da covid-19 para a União Europeia (UE) - Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) - Reino Unido, na tradução em português", o estudo adverte as autoridades europeias de que o atual momento é crucial para travar uma segunda vaga.

Caso nada seja feito nesse sentido, advertem os investigadores, a Europa poderá regressar a uma situação semelhante à de março, quando eclodiu uma transmissão descontrolada do novo coronavírus.


No documento, os investigadores questionam-se por que razão Espanha está a liderar o número de novos casos de infeção nesta "segunda vaga", uma vez que é um país com altas temperaturas e com fortes costumes culturais que privilegiam as atividades ao ar livre.

Os dois centros de investigação da comunidade autónoma espanhola da Catalunha explicam que "o efeito dos bares e dos restaurantes pode ter grandes repercussões na evolução das epidemias", espaços onde as medidas de prevenção são muito menos respeitadas pelas pessoas do que em outras circunstâncias, nomeadamente o distanciamento físico e a utilização de máscaras de proteção individual.

O relatório menciona que a taxa de contágio é 20 vezes mais baixa em espaços ao ar livre quando comparada com a incidência em espaços fechados.

Segundo os últimos dados oficiais, divulgados na sexta-feira pelo Ministério da Saúde espanhol, Espanha contabilizou nesse dia 10.476 novos casos da doença covid-19, um aumento de quase 1500 em relação a quinta-feira, elevando para 498.989 o número de infetados desde o início da pandemia.

Para os investigadores, a chave para compreender a atual situação em Espanha passa pelo facto de o país ter levantado as restrições à mobilidade, especialmente entre províncias, antes dos outros países da UE, numa altura em que "a taxa de casos positivos podia ser três vezes superior ao que estava a ser efetivamente detetado".

E como tal, frisaram os investigadores, a atividade social aumentou significativamente.

Com perto de meio milhão de casos de infeção confirmados desde o início da crise pandémica, Espanha segue distanciada em relação a outros países europeus, como é o caso de Itália (mais de 277 mil casos), França (324.777), Reino Unido (347.152) ou Portugal (60.258), de acordo com os dados mais recentes.

Jornal de Notícias com agências | Imagem: Luís Acosta / AFP

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