segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Portugal | Valeu a pena!


Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Escrevo este artigo, como aconteceu nos últimos anos por esta altura, a partir da Festa do Avante!. Uma Festa completamente diferente das anteriores, por força das regras definidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e que, posso testemunhá-lo, foram exemplarmente cumpridas pela organização e pela generalidade das pessoas.

Naturalmente, e como se sabia, com menos gente do que as anteriores. Mas onde se manteve a sua principal caraterística: o ambiente de fraternidade. Bem sei que não é a mesma coisa rever amigos e camaradas e não lhes dar um forte abraço ou uns beijos. É triste ficar por umas cotoveladas e falar com a barreira das máscaras que impede que nos expressemos como gostaríamos de expressar.

Mas é a isso que chamamos o "novo normal". E esse é o maior contributo desta festa, que o país devia agradecer. Porque a festa mostrou que, mesmo em tempos de pandemia, a vida continua, embora com regras diferentes. E que não podemos abdicar de conviver, de rir, de debater, de fruir cultura, de estudar, de exercer direitos políticos, de trabalhar, de viajar... Adotando novos comportamentos e protegendo-nos. Com riscos mas sem abdicar de viver a vida em toda a sua plenitude. Porque, se abdicarmos desse direito, estaremos a ajoelhar, derrotados, perante o maldito vírus.

Para além desta mensagem, a Festa do Avante! demonstrou, também, que só um partido como o PCP tem arcaboiço para a organizar e, demonstrou-o este ano, para se adaptar, num tempo tão curto, ao rol de exigências que a DGS impôs. Servindo, assim, de exemplo para os organizadores de eventos futuros. E é o reconhecimento de que, apesar de tudo, o PCP resiste e não desiste, a razão da mais vergonhosa e suja campanha política que alguma vez vi contra a Festa do Avante!.

*Engenheiro

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