terça-feira, 1 de setembro de 2020

Surto envolto em “secretismo” em lar do Porto mata 16 pessoas


Número de vítimas no Lar Residência Montepio foi avançado pelo jornal Público. Nem a ARS Norte nem a instituição queriam avançar detalhes sobre a situação, que terá começado em agosto

m surto de covid-19 detectado no início de agosto num lar de luxo no Porto, a Residência Montepio, fez 48 infectados (29 utentes e 19 profissionais). Destes, 16 pessoas morreram. Os números oficiais foram avançados pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte ao jornal Público.

Segundo o jornal, a ARS resistiu a divulgar a informação e só o fez quando o Público confirmou a morte de 14 das 24 pessoas que tiveram de ser internadas junto de fonte do Hospital S. João. Este "secretismo" referido pelo Público estendeu-se também à direção do lar, que na sexta-feira não avançou quaisquer vítimas mortais ou pessoas infectadas.

O lar teria 109 utentes e boas instalações para os acolher. Ainda assim, a taxa de letalidade situa-se agora nos 55%, mais alta do que no lar de Reguengos de Monsaraz (onde ficou pelos 20%). António Fonseca, presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, a que pertence Cedofeita, onde está localizado o lar do grupo Montepio, explicou que a instituição não pediu qualquer colaboração e que as informações sobre o surto circulavam “em circuito fechado”.

“Como autarca preocupa-me esta falta de informação numa instituição que deveria dar o exemplo. O lar está inserido numa zona habitacional e a comunidade está exposta sem saber”, disse.

Expresso | Imagem: Christian Hartmann

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