Sandji Faty |
Sandji Faty negou esta segunda-feira (26.10) que tenha sido enviada qualquer arma do país para a Guiné-Conacri, como foi referido pelo Governo daquele país vizinho.
O ministro da Segurança e Proteção Civil da Guiné-Conacri, Damantang Albert Camará, disse, na semana passada, ter informações "seguras e fidedignas" sobre uma suposta entrada no seu país de armas de uso militar, vindas da Guiné-Bissau.
"Não tenho essa informação, mas cabe à pessoa que fez essa declaração responsabilizar-se pelo que disse", afirmou hoje Sandji Faty, quando respondia aos jornalistas numa visita efetuada ao quartel da Marinha de Guerra guineense.
Fake news?
De acordo com o ministro da Defesa guineense, da parte das autoridades de Bissau não há qualquer registo de saída ou desaparecimento de armas do exército.
"No país estão todas as nossas armas sob a responsabilidade do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. As armas são como as pessoas, têm um nome e um apelido, não se pode perder uma arma e não se saber de onde saiu", declarou o general Faty.
Na opinião do ministro da Defesa guineense, a existirem armas ilegais na Guiné-Concri serão de um outro país que não a Guiné-Bissau, que se mantém tranquila, apesar das acusações e insinuações da parte de Conacri, observou.
"Nós não estamos minimamente preocupados, porque pensamos que estamos naquele conceito que hoje em dia se usa muito que é 'fake news'", sublinhou Sandji Faty.
"Canais próprios" para debater a questão
A haver qualquer situação anómala nesse sentido, o ministro lembrou que existem "canais apropriados", através das embaixadas dos dois países e ainda a convenção de Genebra.
"Nem é preciso ir ao mercado do Bandim e fazer declarações que não são abonatórias entre países irmãos", notou Faty, referindo-se ao principal centro de comércio na Guiné-Bissau.
O ministro guineense disse ser, contudo, de lamentar as mortes e distúrbios que têm estado a acontecer na Guiné-Conacri, na sequência das últimas eleições presidenciais realizadas no passado dia 18.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou também na sexta-feira (23.10) tratar-se de 'fake news'.
"Isso é 'fake news'. Internamente temos problemas de armas como é que vamos introduzir armas na Guiné-Conacri", questionou o chefe de Estado.
Gelo entre os Presidentes
O Presidente Alpha Condé, de 82 anos, ganhou um controverso terceiro mandato presidencial com 59,49% dos votos, de acordo com números ainda provisórios, anunciou a comissão eleitoral guineense no sábado.
O seu principal adversário, Cellou Dalein Diallo, que se declarou vencedor das presidenciais antes da divulgação dos resultados, obteve 33,5% dos votos, segundo a mesma comissão.
A oposição estima que os confrontos tenham causado a morte a 27 pessoas, mas esse número não foi confirmado oficalmente.
O Presidente da Guiné-Bissau tem sido uma das vozes críticas da candidatura de Alpha Condé a um terceiro mandato na Guiné-Conacri, tendo mesmo chegado a acusá-lo de "estar a tentar um golpe de Estado".
Deutsche Welle | Lusa
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