O relatório de situação da DGS indica que há menos oito pessoas em internamento e que se mantêm 525 doentes nos cuidados intensivos.
Há mais 3772 novas infeções e mais 79 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas em Portugal, segundo os dados do relatório de situação da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quinta-feira (3 de dezembro). Desde o início da pandemia, Portugal registou um total de 307 618 infeções e 4724 óbitos.
Em relação aos números apresentados no dia anterior, regista-se uma subida de novos casos (3384 na quarta-feira) e mais onze óbitos.
Se compararmos com a quinta-feira da semana passada, confirma-se a tendência de abaixamento da curva de infeções, uma vez que constata-se uma redução de 2611 casos. Ainda assim, o dia de hoje aquele que apresenta mais casos desta semana, que esteve sempre abaixo das quatro mil infeções diárias.
Os dados agora divulgados mostram ainda que, nas últimas 24 horas, foram dadas como recuperadas mais 5572 pessoas.
Um bom sinal é o facto de estarem agora menos oito pessoas internadas em relação ao dia anterior, totalizando agora 3330 doentes. Já nos cuidados intensivos mantêm-se os mesmos 525 pacientes das anteriores 24 horas.
Região norte volta a superar as 2000 infeções
Na região norte, o número de novas infeções voltaram a superar as duas mil, totalizando 2244 nas últimas 24 horas, tendo-se ainda registado 37 óbitos.
Em Lisboa e Vale do Tejo, somaram-se 960 novos casos e 25 mortos, enquanto na região centro aos 444 novos casos acrescentam-se 17 mortes.
Finalmente, no Algarve foram contabilizados 31 casos, nos Açores foram 35 e na Madeira apenas quatro, Em nenhuma destas regiões se registaram óbitos.
O pico de óbitos previsto para final do mês
André Peralta Santos, diretor de serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde, afirmou esta quinta-feira, na reunião sobre a evolução da covid-19 em Portugal, que juntou políticos, especialistas e parceiros sociais, que o pico da pandemia em Portugal foi a 25 de novembro. "Atingiu-se a incidência máxima cumulativa por via de notificação no dia 25 e há já uma tendência de descida que esperemos que seja consolidada nos próximos dias", afirmou, acrescentando que "há uma tendência de descida" do número de infetados tanto no norte como no sul. "Também o número de mortes mostra uma tendência de descida", frisou.
"Está a ser projetado o pico de óbitos para o final do mês, na ordem dos 76 por mês. Os internamentos têm vindo a baixar, mas o pico de pessoas internadas em unidade de cuidados intensivos deverá ser atingido na primeira semana de dezembro", referiu entretanto Manuel Carmo Gomes, médico e epidemiologista da Faculdade de Ciências, acrescentando que "as pessoas a partir de 60 anos são as que mais ocupam as enfermarias", afirma o médico. Na prática, acrescenta, o critério da idade "deve ser tido em conta no que diz respeito às prioridades de vacinação".
Manuel Carmo Gomes aponta que Portugal pode reduzir os casos diários para metade - cerca dos 3 mil infeções - "em aproximadamente 33 ou 28 dias, se for conseguido reduzir 2,5% os casos diários". "Se conseguíssemos esta redução teríamos um Natal com menos de dois mil casos por dia", assegura, admitindo contudo que "o mais provável é ter menos de três mil casos nessa altura".
Contudo, deixa uma advertência: "Logo que aliviarmos a mola, ela começa a subir até que vacinemos metade da população."
Eficácia da vacina vai variar de doente para doente
João Gonçalves, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, ajudou a descodificar a trajeto das vacinas, começando por dizer que "o conhecimento da imunidade à covid-19 evoluiu muito nestes oito meses". Nesse sentido alertou para o facto de "nem todos os doentes têm a mesma imunidade", razão pela qual deixou uma certeza: "Potencialmente a eficácia da vacina vai variar muito de doente para doente."
Sobre a possibilidade de a vacina criar o mesmo tipo de imunidade para todas as idades, João Gonçalves fez o paralelo com a vacina da gripe, que "não tem tanta eficácia nas pessoas com mais de 50 anos". "O sistema imunitário dos idosos não é tão competente para responder ao vírus. Nas vacinas é fundamental que elas estimulem nesta faixa etária o sistema imunitário", frisou.
"Tendo em conta os oito meses de investigação, a vacina não vai criar a imunidade igual para todas as pessoas. Nem sabemos quando haverá imunidade de grupo", frisa João Gonçalves, revelando que "todas as vacinas têm efeitos adversos - como dores de cabeça, inchaços -, o que é bom, pois é o sistema imunitário a reagir".
Diário de Notícias
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