segunda-feira, 13 de abril de 2020

Brasil | Defender a democracia frente a conjugação de crises


Pedro Tierra* | Carta Maior

Boa parcela da sociedade se deu conta, a esta altura, de que a democracia no Brasil anda cambaleante desde o golpe de 2016. Mesmo entre os que contribuíram por ação ou por omissão para que o golpe se consumasse. Sabemos que Estado Democrático de Direito foi ferido em diferentes momentos, desde então, e veio se desenhando uma excepcionalidade que virou uma nova regra, conforme desejava anos atrás o antigo juiz de Curitiba, hoje Ministro da Justiça. Estivemos nesse período sempre às vésperas do Estado Policial batendo às portas dos setores médios da sociedade, considerando que para as populações das periferias ele é, desde sempre, uma realidade quotidiana.

Aquela excepcionalidade vale para as disputas políticas, sociais, mas vale também para as instituições. Vejamos: não se conhecem experiências democráticas que não contem com partidos políticos reconhecidos. Eles são, afinal instrumentos de representação legítimos das vontades coletivas neles organizadas. Tradução: atentar contra partidos políticos, em última análise, é atentar contra a democracia. Exemplos históricos não faltam.

Nesses primeiros dias de abril, já no meio da pandemia, surge um vice-procurador eleitoral, Renato Brill de Góes, um daqueles que a finada operação lava-jato fez emergir do submundo para a cena política do país para desatar o que pode vir a ser uma ofensiva, no âmbito jurídico, contra a o registro eleitoral do Partido dos Trabalhadores. Um ataque frontal à principal força política de oposição a um governo que, neste momento de crise revela inépcia e descoordenação frente à pandemia e, para espanto da sociedade trabalha com afinco em ampliar seu isolamento interno e ao mesmo tempo levar a imagem do país ao escárnio em âmbito mundial.

Nesse momento, quando se movem peças na estrutura de poder no Palácio do Planalto e os generais assumem aos poucos a condução das ações políticas, em meio à crise, para substituir, por meio de um governo militar de fato, um homem incapaz, isolado dos seus próprios apoiadores, já impotente para determinar e fazer cumprir uma ordem sequer aos seus ministros, surge, por mera casualidade, uma iniciativa de elementos do Ministério Público, identificados com posições de extrema-direita, para dar o start nesse processo que demanda a cassação do registro do Partido dos Trabalhadores.

A iniciativa padece de um mal de raiz: a acusação, agora repetida, de apontar o PT como uma “organização criminosa”, já foi rejeitada pelo juiz Federal que a julgou por inconsistência, falta de provas e por tentativa de criminalizar a atividade política... a pedido do próprio Ministério Público, em dezembro de 2019.

A alegação de que o PT seria uma organização criminosa, além de injuriosa e despida de fundamento, “não configura hipótese de cancelamento e torna a Justiça Eleitoral incompetente, à luz do art. 28, da Lei no. 9.096/95. Uma alegação banal, como aquela de 1947 que resultou, um ano depois, na cassação do registro eleitoral do Partido Comunista.

O BRASIL PANDÉMICO DE BOLSONARO


É triste enxergar, aqui do outro lado do Atlântico, as indecências de um homem que ocupa o cargo de chefe de Estado do nosso Brasil.

Fernanda Zuccaro | Público | opinião

Saí do Brasil em novembro de 2016. Por opção, decidi que me iria tornar produtora de vinhos no Douro. Deixei minha carreira, família e toda uma vida para recomeçar do zero no Douro. Minha paixão por Portugal é antiga. Escolhi que no Douro eu iria viver. Fiz as malas, fechei o container com o recheio de casa e vim. São três anos trabalhando e construindo uma empresa de vinhos. 

No momento que iniciamos as vendas, as entregas dos vinhos para a restauração, distribuição nacional e exportação o mundo é assolado pela covid-19. Paramos tudo. Estamos em quarentena. Enquanto assistimos às tragédias em Itália, Espanha e China, a minha pátria, Brasil, é desgovernada, diariamente, por um ser que pode ser tudo menos um chefe de Estado. O Brasil sofre de pandemia de Bolsonaro há dois anos.

Desde que decidi sair do Brasil, sinto-me uma exilada política. Recuso-me a aceitar um chefe de Estado que defenda o período da Ditadura Militar no Brasil; que saúda torturadores; que incentive discursos de ódio e muitas outras coisas. Não compactuo com os “achismos” de um irresponsável chefe de Estado que desrespeita, minuto a minuto, o Estado de direito.

Guiné-Bissau | Mais de 100 queixas contra forças de segurança no estado de emergência


Número de infetados aumentou. Entretanto, as autoridades de saúde na Guiné-Bissau elevaram esta segunda-feira (13.04) para 40 o número de casos de infeção pelo novo coronavírus no país


Liga Guineense dos Direitos Humanos registou desde março mais de 100 queixas contra as forças de segurança no âmbito das medidas de prevenção da pandemia. País tem agora 40 casos confirmados da doença.

Entre os casos registados pela Liga Guineense dos Direitos Humanos estão denúncias de espancamentos, cobranças ilícitas e violações graves dos direitos humanos perpetrados pelas forças de segurança, "sem que tenham sido responsabilizadas". 

Num comunicado divulgado no Facebook, no fim de semana, a Liga Guineense dos Direitos Humanos condena aqueles atos e exige ao Ministério do Interior a "abertura de inquéritos céleres e transparentes, tendentes à responsabilização disciplinar e criminal de todos os seus agentes, que se têm aproveitado do estado de emergência para lançar medo e terror junto da população".

O caso mais recente, segundo a organização guineense, ocorreu em São Domingos, no norte do país, quando as forças de segurança obrigaram uma família, que estava debaixo de uma árvore, na sua propriedade, a abandonarem o local. O ato culminou com violência física com registo de dois feridos.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos refere que as vítimas foram obrigadas a pagar uma multa de 15 euros, "para além de terem sido ameaçadas com um novo espancamento se denunciassem o ocorrido".

"A esquadra da polícia de São Domingos, na pessoa do seu comissário, tem sido referenciada em atos de cobranças ilegais e intimidações sistemáticas dos cidadãos", acrescenta a organização.

Medidas de prevenção

No âmbito do combate ao novo coronavírus, as autoridades guineenses declararam o estado de emergência, que foi renovado sábado até 26 de abril, bem como o encerramento das fronteiras aéreas, terrestres e marítimas na Guiné-Bissau.

Essas medidas foram acompanhadas de uma série de outras restrições à semelhança do que está a acontecer em vários países do mundo. Uma das restrições só permite que as pessoas circulem entre 07h e as 11h locais.

Número de infetados aumentou 

Entretanto, as autoridades de saúde na Guiné-Bissau elevaram esta segunda-feira (13.04) para 40 o número de casos de infeção pelo novo coronavírus no país.

Segundo o médico Tumane Baldé, do Centro Operacional de Emergência em Saúde (COES), nas últimas 17 análises realizadas uma deu positiva. "Em suma, nós temos 40 casos confirmados", afirmou Tumana Baldé, na conferência de imprensa diária do COES.

O médico disse que o novo caso foi confirmado num homem de Bissau. "O novo caso está clinicamente estável", afirmou Tumane Baldé.

Dos 40 casos confirmados, três já foram dados como recuperados pelas autoridades de saúde da Guiné-Bissau.

As autoridades sanitárias guineenses decidiram esta segunda-feira encerrar a clínica Madrugada por suspeita de contaminação na sequência de uma paciente que morreu naquela unidade de saúde.

Em relação ao encerramento temporário da clínica Madrugada, em Bissau, Tumane Baldé explicou que vai estar encerrada durante alguns dias para ser feita uma desinfestação.

Deutsche Welle | Agência Lusa, tms

LEIA MAIS SOBRE COVID-19 NA LUSOFONIA


Esta notícia menos boa acaba de ser confirmada oficialmente. O Governo, através do Ministério da Saúde e da Segurança Social, comunica que foram diagnosticados, este Domingo, mais dois doentes com COVID-19 na Boa Boa. Com isso, eleva-se para dez o número de doentes infetados com o novo coronavírus em Cabo Verde.

A Semana – cv


Após quatro dias sem registo de novos casos pela Covid-19, o país tem disponível cloroquina, azitromicina e outros medicamentos para atender eventuais casos confirmados, revelou, ontem, em Luanda,...

Jornal de Angola (ao)


O Ministério da Saúde desaconselha o uso de luvas para a prevenção da COVID 19 por considerar que podem ser vectores de transmissão do vírus. O alerta foi lançado num dia em que o país não notificou qualquer novo caso de contaminação entre os testes realizados nas últimas 24 horas.

Numa balanço baseado em quatro testes realizados nas últimas 24 horas, os resultados indicam uma estagnação do número de infecrtados já diagnosticados no país: 21.

O País (mz)


As autoridades de saúde timorenses anunciaram hoje dois novos casos da covid-19, o que eleva para quatro o número total de infetados no país.

Os três doentes estão em isolamento, em Díli, anunciou a diretora-geral da Prestação de Serviços de Saúde timorense, Odete Viegas. Um quarto doente já recuperou.

RTP (pt)

Portugal | Covid-19: Estado irá pagar aos privados até 13 mil euros por doente


Segundo a proposta de acordo citada pelo Público, este é o valor que os hospitais privados e do setor social receberão pelos doentes mais graves que forem encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O documento, válido por três meses, e que, findo esse período, pode ser renovado mensalmente, prevê que, nos casos mais graves, em que o doente necessite de um ventilador por mais de quatro dias, o erário público terá de reembolsar os privados em cerca de 13 mil euros.

A notícia foi veiculada após o Bloco ter questionado o Governo face ao facto de os grupos Lusíadas Saúde e Luz Saúde terem admitido, em reportagem televisiva, cobrar ao Serviço Nacional de Saúde [SNS] todas as despesas relacionadas com doentes covid, independentemente de serem doentes encaminhados pelo SNS, de irem ao hospital privado por sua opção ou de serem beneficiários de seguros ou subsistemas com acordos com estes hospitais. Em conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Marta Temido, garantiu este sábado que tal não irá acontecer.

Segundo as cláusulas do acordo(link is external), publicado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), e citado pelo Público, serão os hospitais do SNS a encaminhar os doentes de Covid-19 para os hospitais privados que queiram aderir a este sistema. Na missiva é ainda previsto o encaminhamento de pessoas com outras doenças que estejam internados nos hospitais públicos.

Por cada doente internado sem necessidade de ventilação, ou que faça ventilação até 96 horas, o valor a pagar pelo Estado é de 1962 euros. Se o doente precisar de mais de 96 horas de ventilação, o montante já ascende a 12.861 euros. Já no que respeita a pessoas que estão a ser tratadas por patologias que não a Covid-19, o valor aplicado tem em conta as tabelas que os hospitais públicos já utilizam no pagamento aos hospitais privados com um desconto mínimo de 10%.

Mais 31 mortes e 349 casos de Covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas


Morreram mais 31 pessoas vítimas de Covid-19, nas últimas 24 horas, em Portugal, num total de 535 óbitos desde o início da pandemia em Portugal. O nosso país regista agora 16934 casos de infeção, mais 349 do que no ponto da situação apresentado domingo.

O número de recuperados mantém em 277, tal como no boletim de situação epidemiológica em Portugal divulgado no domingo. Segundo este documento, há 3264 pessoas a aguardar os resultados dos testes.

A região Norte continua a ser a mais afetada pela pandemia de Covid-19, com 9984 casos confirmados de Covid-19 e 303 óbitos. Lisboa e Vale do Tejo tem 3896 casos e 96 mortes e a região Centro tem 2477 casos e 123 óbitos. O boletim regista quatro óbitos nos Açores.


Relativamente a domingo, em que se registavam 504 mortos, hoje observou-se um aumento percentual de 6,2% (mais 31). De acordo com os dados disponibilizados pela DGS, há 16.934 casos confirmados, mais 349, o que representa um aumento de 2,1% face a domingo.

O país tem 188 pessoas internadas em Unidades de Cuidados Intensivos, num total de 1187 internados em unidades de saúde.

Jornal de Notícias

Portugal | O RUÍDO EMITIDO POR MÉDICOS ALARANJADOS


Jorge Rocha* | opinião

O combate eficiente ao covid 19 em Portugal merece elogios da imprensa internacional pela forma como as autoridades de saúde portuguesas têm lidado com o problema, mas cria indisfarçável nervosismo nos setores das direitas ideológicas, que adivinham os riscos de deixarem o governo socialista colher os frutos da sua inequívoca competência. As sondagens confirmam-no e, sem alternativa, Rui Rio esforça-se por afixar uma máscara de moderação depressa abandonada tão só a oportunidade suscitada por alguns dos seus apaniguados lhe deem ensejo.

Nos últimos dias já vimos autarcas laranja a acusarem o governo de instituírem a lei da rolha a propósito de informações, que desejariam ter, mas só fazem sentido a quem delas fizer uso global ou científico. Quem é o general que, no meio de uma batalha, partilha com os sargentos e os cabos as informações dos seus serviços militares?

Ouvimos provedores das santas casas da misericórdia a exigirem apoios, que deveriam há muito estar previstos pelos seus planos de contingência, provavelmente inexistentes, por sempre se focalizarem nos lucros propiciados pela soma das contribuições das famílias dos que abrigam e dos apoios estatais.

Agora voltamos a ter alguns médicos, manifestamente capitaneados pelos militantes do PSD, que exigem ao governo aquilo que sabem-no incapaz de garantir nesta fase por ser manifesta a sua carência nos mercados internacionais: o uso universal de máscaras de proteção.

Não se estranha que ouçamos esta manhã o Marta Soares dos médicos - esse tal Roque da Cunha, candidato laranja à Câmara da Amadora, que se serve do Sindicato Independente dos Médicos como plataforma de permanente militantismo político antigoverno - a perorar a tal respeito.

Seria desejável que todos dispusessem desse equipamento de proteção? Provavelmente sim.

É exequível cumprir esse desejo, quando se conhecem as inqualificáveis tentativas norte-americanas em desviar para o seu território as encomendas feitas atempadamente por outros países, inflacionando os preços na origem? Não.

Têm bastado as medidas orientadoras da Direção Geral da Saúde, e cumpridas por quase todos os portugueses, para reduzir a progressão da doença a 3 ou 4% por dia e com limitado número de mortos comparativamente a quase todos os países ocidentais? Sim!

Pode-se constatar que o sentido de responsabilidade, decididamente neles inexistente, exigiria de Roque da Cunha e do seu comparsa bastonário, um recato, que os poupasse à demonstração pública da sua falta de escrúpulos. Sobretudo quando nesta circunstância difícil para a maioria da população, as suas provocações não passam de mero ruído.

Portugal | TELE-ESCOLA


Henrique Monteiro, em HenriCartoon

O FRÁGIL EQUILÍBRIO ENTRE INCERTEZA E ESPERANÇA


Martim Silva | Expresso

Bom dia,

Hoje é segunda-feira, dia 13 de Abril. Dia do regresso depois da Páscoa mais bizarra das nossas vidas. Véspera de um regresso às aulas para o 3º período, mas que não é um regresso às escolas. Este é o início de mais uma semana com o país em estado de emergência (que deve ser renovado 15 dias, até final do mês e depois se verá).

Venha daí comigo

Este título remete para uma frase da ministra da Saúde dita este domingo, mas remete também muito para a forma como tantos de nós vivem nesta altura o que se passa. E as notícias reflectem isso mesmo.

Ora estamos à beira de ter uma vacina, ora esta ainda vai demorar imenso. Ora a taxa de crescimento de infectados é a maior desde o início da crise, ora no dia seguinte é a menor. Ora vemos luz ao fundo do túnel, ora percebemos que é um comboio. Ora acreditamos, ora não sabemos em que acreditar.

Comecemos precisamente por olhar para os números dos últimos dias.

Depois de dados esperançosos ao longo da última semana, a sexta-feira trouxe-nos novamente de volta à terra, como números assustadores de novos infectados em Portugal. Sábado e domingo, no entanto, voltaram a dar-nos esperança.

Estamos em Portugal com uma taxa de mortalidade de cerca de 3 por cento. Com cerca de 500 mortes e mais de 15 mil doentes confirmados. Ainda não morreu ninguém abaixo dos 40 anos em Portugal. A nossa taxa de mortalidade é de cerca de metade da registada à escala global

Governos estão a "construir a arquitetura da opressão", diz Snowden


O ex-analista da NSA deixou avisos para a forma como os governos estão a abordar a pandemia.

O ex-analista da NSA dos EUA, Edward Snowden, concedeu uma entrevista ao co-fundador da Vice, Shane Smith, sobre a atual pandemia de Covid-19 onde teceu considerações sobre os métodos e abordagem que os governos estão a ter para combater a pandemia.

Snowden começa por afirmar que esta pandemia não era tão imprevisível como se quer fazer parecer, indicando que “não há nada mais previsível do que uma crise de saúde pública num mundo em que vivemos uns em cima dos outros em cidades populosas e poluídas“.

“Todos os académicos e investigadores sabiam que isto estava a vir. Na verdade, mesmo agências de informação, posso dizer-te em primeira mão, porque costumavam ler os relatórios planeados para pandemias”, afirmou Snowden.

O ex-analista da NSA admite ainda desconfiança face à forma como os governos estão a abordar a pandemia, apontando que muitos estão a aproveitar a oportunidade para recolher mais dados sobre os seus cidadãos.

“À medida que o autoritarismo se espalha, que proliferavam as leis de emergência, que sacrificamos os nossos direitos, também sacrificamos a nossa capacidade de impedir o deslize para um mundo menos livre. Acreditas mesmo que, quando a primeira, a segunda e a 16ª onda de coronavírus se tornarem memórias distantes, estas capacidades [de reunir dados privados] não serão mantidas? Que estes conjuntos de dados não serão mantidos? Não importa como estejam a ser usados, o que está a ser construído é a arquitetura da opressão”, afirmou.

entrevista de Smith a Snowden pode ser vista na íntegra no vídeo abaixo, parte de uma nova série de entrevistas da Vice de nome ‘Shelterin Place’.

Miguel Patinhas | Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters  

Estados Unidos registam mais de 1.500 mortos nas últimas 24 horas


Os Estados Unidos registaram mais 1.514 mortos nas últimas 24 horas, elevando para 22.020 o número total de mortos devido à covid-19, de acordo com um relatório divulgado hoje pela Universidade Johns Hopkins.

Este é o segundo dia consecutivo de descida do número de vítimas mortais da doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), depois de a mesma universidade ter registado, na contagem que divulga diariamente, 1.920 mortes no sábado e 2.108 na sexta-feira.

Os Estados Unidos são o país mais atingido pela pandemia da covid-19, com mais de 555 mil casos confirmados, acrescentou a instituição do ensino superior de Baltimore, no estado de Maryland.

O SARS-CoV-2, detetado em dezembro na China, já causou mais de 112 mil mortos em todo o mundo e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, quase 375 mil são considerados curados.

O continente europeu, com mais de 932 mil infetados e 77 mil mortos, é o que regista o maior número de casos, e a Itália é o segundo país do mundo com mais vítimas mortais, contando 19.899 óbitos e mais de 156 mil casos confirmados.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Reuters

Leia em Notícias ao Minuto:

QUEM LUCRA COM A PANDEMIA?


Pepe Escobar [*]

Não é preciso ler a obra de Michel Foucault acerca de biopolítica para entender que o neoliberalismo – em crise profunda desde pelo menos 2008 – é uma técnica de controle/governação na qual o capitalismo de vigilância está profundamente entranhado.

Mas agora, com o sistema mundial a entrar em colapso a uma velocidade de tirar o fôlego, o neoliberalismo está perplexo e não sabe como lidar com a fase seguinte da distopia, sempre presente na nossa angústia hiper-conectada: o desemprego em massa global.

Henry Kissinger, o oráculo e guardião ungido da classe dominante, está aterrorizado como seria de esperar. Ele afirma que, "manter a confiança do público é crucial para a solidariedade social". Ele está convencido de que o poder hegemónico deveria "salvaguardar os princípios da ordem mundial liberal". Do contrário, "o fracasso poderia incendiar o mundo".

Isto parece muito estranho. A confiança do público está morta em todo o espectro político. A "ordem" mundial liberal é agora um caos social darwinista. Simplesmente aguarde o alastrar do incêndio.

Os números são estarrecedores. O Banco de Desenvolvimento Asiático, com sede no Japão, pode não ter primado pela originalidade no seu relatório económico anual. Mas observou que o impacto da "pior pandemia em um século" chegará a 4,1 milhões de milhões de dólares, ou 4,8% do PIB global.

Trata-se de uma subestimação, pois "distúrbios na oferta, interrupção de remessas, possíveis crises sociais e financeiras, bem como efeitos a longo prazo nos sistemas de saúde e educação foram excluídos da análise".

Não podemos sequer começar a imaginar as consequências sociais cataclísmicas do colapso. Subsectores inteiros da economia global podem nunca chegar a se recompor.

A Organização Mundial do Trabalho (OIT) faz uma previsão global do desemprego, conservadora, de mais 24,7 milhões de pessoas – principalmente nos sectores da aviação, turismo e hospitalidade.

O sector global da aviação é um negócio colossal de 2,7 milhões de milhões de dólares, ou seja, 3,6 % do PIB global. Ele emprega 2,7 milhões de pessoas. Quando se soma o sector de cargas aéreas e o turismo – incluindo hotéis, restaurantes, parques temáticos e museus – ele representa pelo menos 65,5 milhões de empregos em todo o mundo.

Segundo a OIT, as perdas de rendimento para os trabalhadores podem variar de 860 mil milhões a uns espantosos 3,4 milhões de milhões de dólares. Os "trabalhadores pobres" serão o novo normal – especialmente no Sul Global.

A expressão "trabalhadores pobres", na terminologia da OIT, significa pessoas empregadas que vivem em famílias com rendimentos per capita abaixo da linha da pobreza de 2 dólares por dia. Em 2020 um contingente adicional de 35 milhões de pessoas no mundo todo estará a entrar nessa categoria.

Passando para perspectivas factíveis quanto ao comércio global, é esclarecedor examinar que este relatório acerca da retomada económica centra-se nos famosos hiperactivos mercadores e comerciantes de Yiwu, no leste da China – o mais animado centro mundial do comércio de produtos de pequena dimensão.

A experiência deles revela uma longa e difícil recuperação. Com o resto do mundo em estado de coma, Lu Ting, o economista-chefe da Nomura chinesa, de Hong Kong, enfatiza que a China enfrentará um declínio de 30% na procura externa pelo menos até o próximo Outono.

EUA | BLOOMBERG ESTÁ TENTANDO ASSUMIR O COMANDO DE JOE BIDEN


A EMPRESA DE MIKE BLOOMBERG QUE DIRIGIU SUA CAMPANHA PRESIDENCIAL ESTÁ TENTANDO ASSUMIR O COMANDO DE JOE BIDEN


A EMPRESA DE PROPRIEDADE DA BLOOMBERG Hawkfish, que dirigiu a campanha presidencial de Mike Bloomberg, está em sérias conversações para servir à campanha presidencial de Joe Biden, segundo fontes com conhecimento das negociações em andamento. Juntamente com a campanha de Biden, a empresa está cortejando uma grande variedade de outras organizações progressistas e democratas, abrindo a possibilidade de a Bloomberg ganhar um controle significativo sobre a infraestrutura de tecnologia e dados do partido.

A empresa de consultoria digital teve pouca experiência política fora da campanha da Bloomberg, um julgamento em que o ex-prefeito de Nova York gastou quase US $ 1 bilhão em menos de quatro meses. Hawkfish, que a Bloomberg fundou em 2019 para ser a espinha dorsal operacional de sua campanha, ainda não é capaz de vender seu histórico ou qualidade de serviço, uma vez que não possui outros grandes clientes e poucos, se houver, menores. 

Mas, em vez disso, ele vem com outras tentações para os clientes. Operadores democratas criticados pela Hawkfish dizem que a empresa é capaz de oferecer preços extraordinariamente baixos, operando com prejuízo subsidiado pela Bloomberg, cuja riqueza é um benefício adicional que poderia advir da assinatura da empresa. Um membro da Hawkfish, que falou sob condição de anonimato para não comprometer o emprego, confirmou que a empresa está disposta a operar com prejuízo para obter o controle da infraestrutura do partido, explicando que a empresa espera oferecer uma taxa que ser pequeno o suficiente para seduzir a campanha de Biden enquanto passa por reunião com os reguladores federais. (Se uma empresa oferecer serviços com valor abaixo do valor justo de mercado, o desconto é considerado, de acordo com as leis de financiamento de campanha, uma contribuição em espéciee, portanto, sujeito a limites legais, dependendo da entidade que coleta a contribuição. Uma campanha presidencial não pode aceitar mais de US $ 2.800 de um único indivíduo por eleição ou qualquer contribuição de uma empresa.)

"Quando o objetivo não é dinheiro, mas controle, US $ 18 milhões são incrivelmente baratos para se tornar o centro de gravidade de todas as informações políticas democratas, o que seria se Biden e [democratas da Câmara] tivessem que passar por nós", disse a fonte, referindo-se à quantidade de dinheiro que a campanha da Bloomberg transferiu para o Partido Democrata no mês passado, em uma reversão de sua promessa anterior de criar um Super PAC em apoio ao candidato do partido. "E no ambiente atual, o público vê isso como generosidade." 

EUA | A CONDIÇÃO PRÉ-EXISTENTE NO SALÃO OVAL


Desde o início, o governo Trump travou uma guerra contra a ciência e a experiência, tornando uma grande nação particularmente vulnerável à calamidade previsível em saúde pública do coronavírus.


Quando Nova York conheceu uma semana mais sombria? As sirenes são incessantes. As salas de funeral estão sobrecarregadas. Os reboques de geladeiras estão agora em serviço como necrotérios e podem ser encontrados estacionados fora dos hospitais por toda a cidade.  Dizem-nos que há "vislumbres de esperança", que as internamentos estão diminuindo, que a curva está achatando. No entanto, a miséria está longe de terminar.  "As más notícias não são apenas más", disse o governador de Nova York, Andrew Cuomo, num de seus briefings na semana passada. "As más notícias são realmente terríveis."

Em todo o país, o coronavírus continua devastando os confinados e os vulneráveis, desde detidos da prisão de Cook County, em Chicago, até trabalhadores da fábrica de aves da Tyson Foods em Camilla, Geórgia. Dados de várias fontes confiáveis ​​mostram que os afro-americanos, que sofrem desproporcionalmente de pobreza, moradia inadequada, acesso limitado a bons cuidados de saúde e doenças crónicas como diabetes e hipertensão, estão morrendo de covid -19 a taxas horríveis.

A pandemia é um evento na história natural de nossa espécie, mas também é um episódio político.  Sua trajetória é moldada por medidas políticas específicas para governos particulares.  O facto de os Estados Unidos estarem sofrendo perdas tremendas - de ter muito mais casos de covid -19 do que qualquer outro país do mundo - está relacionado a vários fatores de risco coletivos e condições pré-existentes. O mais notável pode ser encontrado no Salão Oval.

"Este não é o apocalipse", garantiu o presidente Barack Obama a seus funcionários chocados na manhã seguinte à eleição de Donald Trump. Quando, no dia seguinte, Obama recebeu Trump na Casa Branca e tentou transmitir informações sobre uma série de questões - a ameaça da Coreia do Norte, o acordo nuclear com o Irão, imigração, assistência médica - ele não chegou a lugar algum. Trump queria falar de si mesmo e do tamanho de seus comícios de campanha.  Obama falou sobre o valor de ter ao seu lado pessoas como a sua assessora de segurança interna, Lisa Monaco, citando sua insistência em trazer a ele notícias indesejadas e indesejadas sobre tudo, desde o terrorismo à crise do Ebola. Na Casa Branca, ela era conhecida como Dr. Doom. Trump respondeu que talvez ele devesse contratar um Dr. Doom; ele estava brincando. Desde o início, ele praticou o distanciamento social de qualquer um que lhe dissesse o que ele não queria ouvir.

GOVERNO DOS EUA TRAVOU GUERRA CONTRA SEUS PRÓPRIOS CIDADÃOS


Armas químicas e biológicas: Questões que exigem resposta do governo dos EUA

Global Research, April 12, 2020

Nos últimos 70 anos, o governo dos EUA travou uma guerra contra seus próprios cidadãos , uma história repreensível de experimentos ilegais, antiéticos e imorais, expondo inúmeros civis americanos a procedimentos e patógenos mortais.

De acordo com uma investigação do Congresso dos EUA, no final da década de 1970:

“Pelo menos 500.000 pessoas foram usadas como sujeitos em experimentos de radiação, biológicos e químicos patrocinados pelo governo federal dos EUA em seus próprios cidadãos”.

Captura de tela: Tampa Bay Times, 7 de outubro de 2005

O Escritório de Prestação de Contas do Governo dos Estados Unidos emitiu um relatório em 28 de setembro de 1994, afirmando que, entre 1940 e 1974, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos e outras agências de segurança nacional estudaram centenas de milhares de seres humanos em testes e experimentos envolvendo substâncias perigosas.

“Muitas experiências que testaram vários agentes biológicos em seres humanos, conhecidas como Operação Whitecoat , foram realizadas em Fort Detrick, Maryland, na década de 1950. Os seres humanos originalmente consistiam em homens recrutados como voluntários. No entanto, depois que os homens alistados fizeram uma greve para obter mais informações sobre os perigos dos testes biológicos. Não foram realizados acompanhamentos de anotações nem registros mantidos dos participantes. Mais tarde, os militares dos EUA alegaram ter informações de contato para apenas cerca de 1.000 dos participantes originais. [O] programa de defesa biológica dos Estados Unidos contém dezenas de divisões, departamentos, grupos de pesquisa, bio-inteligência e muito mais, de modo algum todos relacionados à “defesa” em qualquer sentido. ”


Do documento: Porquinhos-da-índia nucleares americanos : três décadas de experimentos com radiação em cidadãos dos EUA: Relatório preparado pelo Subcomité de Conservação e Energia da Energia, do Comité de Energia e Comércio, Câmara dos Deputados dos EUA, novembro de 1986: Gabinete de Impressão do Governo dos EUA, Washington, 1986, 65-0190

“Os seres humanos eram públicos ou populações em cativeiro que os pesquisadores poderiam considerar assustadoramente“ dispensáveis ​​”: idosos, prisioneiros, pacientes hospitalizados que sofrem de doenças terminais ou que podem não ter mantido suas faculdades completas para consentimento informado. … Nenhuma evidência de que o consentimento informado foi concedido. ... o governo encobriu a natureza dos experimentos e enganou as famílias das vítimas falecidas quanto ao que havia acontecido. … Os indivíduos receberam doses que se aproximavam ou até excediam os limites atualmente reconhecidos para a exposição à radiação ocupacional. As doses foram tão altas quanto 93 vezes a carga corporal (máxima) reconhecida ”. O artigo prossegue: "Alguns dos mais repugnantes ou bizarros desses experimentos estão resumidos abaixo".

Poucos americanos parecem cientes dos programas de experimentação humana de seu próprio governo, uma ladainha incontrolável de atrocidades executadas pela CIA e militares em uma população inocente e desinformada, sempre sem consentimento e com frequência com resultados trágicos.

China volta a não registar qualquer morte nas últimas 24 horas


Pequim, 12 abr 2020 (Lusa) -- A China anunciou hoje que não foram registadas quaisquer mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, a segunda vez que acontece naquele país, desde que começaram a ser divulgadas as estatísticas oficiais.

A Comissão Nacional de Saúde chinesa informou também que foram registados 99 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, um aumento face aos 46 reportados no sábado.

Dos 99 novos casos, 97 tiveram proveniência do estrangeiro, os chamados casos "importados".

Pequim tinha lançado um veto temporário à entrada de cidadãos estrangeiros no país a 28 de março, porém, a media ainda não levou a uma redução do número de casos "importados", que já são 1.280.

Segundo a Comissão Nacional de Saúde chinesa, o número de doentes dados como recuperados foi de 50, nas últimas 24 horas, havendo um total de 1.138 pessoas infetadas naquele país asiático, o que leva a uma interrupção na tendência de redução do número de pessoas contaminadas na China.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 107 mil mortos e infetou mais de 1,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, quase 345 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Os Estados Unidos são o país que regista o maior número de mortes, contabilizando 20.071 até hoje, e aquele que tem mais infetados, com perto de 520 mil casos confirmados.

JGA // JGA

Macau sem novos casos há quatro dias, autoridades anunciam mais três altas hospitalares


Macau, China, 12 abr 2020 (Lusa) -- Macau não regista novos casos há quatro dias consecutivos e mais três pacientes receberam alta hospitalar, pelo que continuam 32 pessoas infetadas a receber tratamento à covid-19, anunciaram hoje as autoridades.

Pouco mais de 800 pessoas estão a cumprir quarentena obrigatória, acrescentaram as autoridades na conferência de imprensa diária de acompanhamento do surto do novo coronavírus.

Macau registou 45 infetados desde o início do surto do novo coronavírus.

Depois de o território ter estado 40 dias sem identificar qualquer infeção, a partir de meados de março foram identificados 35 novos casos, todos importados, um deles permanece em estado grave.

Em fevereiro, Macau registou uma primeira vaga de dez casos da covid-19. Dos 45 casos, 13 já receberam alta hospitalar.

Após a deteção de novos casos, as autoridades reforçaram as medidas de controlo e restrições fronteiriças. Uma delas é a quarentena obrigatória de 14 dias à entrada no território.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19 que começou em dezembro na China, já causou mais de 107 mil mortes e infetou mais de 1,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

JMC // VM

Covid-19: África tem 630 mortes e mais de 12 mil infeções


África do Sul, Argélia, Egito e Marrocos concentram a maioria das infeções e mortes associadas à pandemia. Entre os PALOP, Guiné-Bissau é o país mais afetado, segundo dados da União Africana.

Segundo o boletim do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África), divulgado esta sexta-feira (10.04), nas últimas 24 horas o número de mortes registadas subiu de 572 para 630, enquanto as infeções subiram de 11.400 para 12.219. O CDC África registou também 1.559 doentes recuperados após a infeção.

A pandemia afeta já 52 dos 55 países e territórios de África, com quatro países - África do Sul, Argélia, Egito e Marrocos - a concentrarem mais de metade das infeções e mortes associadas ao novo coronavírus. 

Situação nos PALOP 

Todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) registam casos da doença, com a Guiné-Bissau a ser o mais afetado, contabilizando 38 pessoas com infeções pelo novo coronavírus. As autoridades de saúde guineenses confirmaram esta sexta-feira (10.04) que foram realizadas 44 análises e dois casos deram positivo, aumentando de 36 para 38 o número de pessoas infetadas.

Os dois casos positivos são do mesmo grupo familiar da pessoa contaminada em Canchungo, na região de Cacheu, salientou Tumane Baldé. Neste momento, há três casos em Canchungo, na região de Cacheu, e 35 casos no setor autónomo de Bissau.

Jornalista desaparecido no norte de Moçambique


Ibraimo Abu Mbaruco, da Rádio Comunitária de Palma, em Cabo Delgado, está desaparecido e incontactável desde terça-feira (07.04). A informação foi avançada por familiares e fonte do órgão de comunicação.

Além das fontes ouvidas pela agência de notícias Lusa, o MISA Moçambique divulgou na quinta-feira (09.04) um comunicado no qual afirma que o jornalista terá sido sequestrado ao final da tarde em circunstâncias por apurar.

"Ao que o MISA Moçambique apurou, Ibraimo Mbaruco saiu de casa para a rádio por volta das 15h do dia 7 de abril, onde esteve a trabalhar até cerca das 18h", descreve o comunicado da organização de defesa da liberdade de imprensa. O que se passou depois é uma incógnita.

O MISA refere que Ibraimo terá enviado uma curta mensagem (SMS) a um dos seus colegas de trabalho, informando que estava "cercado por militares". No entanto, "uma breve investigação do MISA Moçambique conseguiu apurar que Ibraimo Mabaruco não se encontra no quartel de Palma", acrescenta o comunicado da organização.

Amnistia Internacional denuncia "assassinatos extrajudiciais" em Angola


Amnistia Internacional aponta avanços nos direitos humanos em África em 2019. Por outro lado, execuções de garimpeiros em Angola e intimidação de imigrantes e sociedade civil em Moçambique preocupam.

A Amnistia Internacional (AI) divulgou terça-feira (08.04) um relatório sobre os direitos humanos em África em 2019. Apesar de alguns avanços no continente, casos graves de violação em Moçambique e Angola no que se refere à liberdade de expressão, combates a grupos armados e execuções sumárias chamam a atenção no documento.

A AI afirma que a liberdade de expressão em Angola continua a ser colocada em causa, apesar dos "sinais iniciais de progresso", e que as disputas de terrenos por privados são uma ameaça à sobrevivência das populações. O texto refere que as forças policiais e de segurança angolanas continuaram a fazer prisões e detenções arbitrárias. 

"Muitos dos casos de prisão arbitrária, detenção, tortura e outros maus-tratos foram realizados contra manifestantes pacíficos", destaca o documento fazendo referência à transição no poder em Angola - com a ascensão de João Lourenço a Presidente da República, sucedendo no final de 2017 a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos.

O relatório salienta que no de Lourenço, Angola viu alguns desenvolvimentos positivos, "incluindo vários protestos pacíficos realizados sem repressão, a absolvição de dois jornalistas acusados de difamar uma figura pública e a reversão, no Supremo Tribunal, de sentenças injustificadas por um tribunal provincial. No entanto, os desafios permaneceram", reconhece a organização.

A AI assume que "os direitos à liberdade de expressão e reunião pacífica continuaram ameaçados" em Angola.

Angola | Mais de 250 médicos cubanos vão à luta contra a pandemia


Médicos cubanos chegaram a Angola para reforçar as equipas médicas dos 164 municípios do país, no âmbito do combate à Covid-19. Entretanto, os profissionais ainda vão cumprir uma quarentena em Luanda.

O contingente médico cubano que chegou a Luanda é composto por vários especialistas, nomeadamente intensivistas, anestesistas, infetologistas, médicos de saúde pública, entre outros.

Os médicos, que vão cumprir um período de quarentena antes de começarem os trabalhos, foram recebidos no aeroporto internacional 4 de Fevereiro pelos membros da Comissão Intersetorial de Controlo à Pandemia em Angola e da embaixada cubana. 

Segundo a ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta, os médicos cubanos trazem para o país uma "vasta experiência" no domínio do combate das grandes endemias e com os mesmos "vamos garantir assistência médica diferenciada nos 164 municípios do país".

Segundo o coordenador da Comissão Intersetorial de Controlo da Pandemia da Covid-19 em Angola, Pedro Sebastião, os médicos cubanos recém-chegados estarão presentes em todos os municípios de Angola para "garantia da segurança das populações".

"Isso [a covid-19] toca com aspetos ligados à defesa nacional e Angola, já com experiências nessas áreas, não podia deixar passar a oportunidade para vincar isso em prol da segurança das suas populações", afirmou, em declarações aos jornalistas.

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