sábado, 4 de julho de 2020

Trump alimenta e agrava tensões nacionais na comemoração do 4 de julho


"Multidão enfurecida" que quer "roubar a nossa cultura" é como Donald Trump referiu os manifestantes que derrubaram estátuas na sequência do assassínio de George Floyd. O discurso de Mount Rushmore, onde estão esculpidos os bustos de quatro ex-presidentes dos Estados Unidos, foi o cenário em que Trump denunciou "o golpe da extrema-esquerda" e anunciou a construção de um "Jardim dos Heróis Nacionais"

O número de casos de covid-19 aumentaram em 40 estados norte-americanos tendo-se alcançado o recorde de 55 mil novas infeções num só dia, escreve a Associated Press. Este é o estado das coisas numa América que se preparava na sexta-feira para gozar o fim de semana prolongado das comemorações do dia nacional, 4 de julho.

Sob os bustos dos quatro presidentes esculpidos na rocha - George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln - em Mount Rushmore, no Dakota do Sul, a véspera do dia da independência serviu para Trump continuar a cavar a divisão dos americanos iniciada em 2016, elegendo a ocasião para denunciar o cerco montado ao país “pelo fascismo de extrema-esquerda”.

O anúncio da “revolução de esquerda” e dos planos para a um novo memorial com estátuas dos “heróis americanos” inflamaram as tensões nacionais em clima de campanha eleitoral.

Com a onda de protestos por todo o país originados pelo assassínio a 25 de maio do cidadão afro-americano George Floyd por um polícia branco de Minneapolis em pano de fundo, Donald Trump condenou aqueles que derrubaram monumentos durante as manifestações anti-racistas designando-os por “multidões enfurecidas” a visarem as estátuas dos líderes da Confederação.

Portugal | Somos tão bons, não fomos?


Pedro Ivo Carvalho | Jornal de Notícias | opinião

A passagem repentina do "olhem para nós a mostrar ao Mundo como se faz" para o "estamos a caminhar assustadoramente para o abismo dos contágios" é um traço distintivo da esquizofrenia lusitana.

Somos campeões olímpicos da variação coletiva de estados de alma. Ainda assim, não devemos render-nos a esta fatalidade. Estamos a colher o que semeámos. No que gerámos de expectativas não cumpridas, no que não acautelámos no passo decisivo rumo ao desconfinamento.

Apesar de, durante a reclusão inicial, os portugueses terem sido exemplares, apesar de terem sido criadas condições políticas ímpares, apesar da tremenda abnegação dos profissionais de saúde. Hoje, com a viagem tormentosa a meio (esperamos), só podemos dar graças pelo facto de o Serviço Nacional de Saúde não ter colapsado. Fomos competentes a lançar os dados.

É justo reconhecer que a gestão de uma pandemia desta envergadura não traz livro de instruções. Estamos a viver as dores mais sofridas do regresso à vida. Travar a fundo é uma coisa, abrir urgentemente, mesmo que a medo, é outra. E por isso é natural que a tensão entre os cientistas e os políticos se agudize. Porque as incertezas decorrentes de uma maior imprevisibilidade nos comportamentos individuais fazem aumentar o risco.

Portugal | Seis cadeias de supermercados acusadas de concertação de preços


Pingo Doce, Modelo Continente, Auchan e Lidl estão entre as seis cadeias de distribuição alimentar acusadas.

Autoridade de Concorrência (AdC) acusou seis cadeias de supermercados e dois fornecedores de bebidas - alcoólicas e não alcoólicas - de concertarem os preços praticados ao consumidor, "uma prática grave que viola a Lei da Concorrência", explica a autoridade, num comunicado enviado às redações.

Após investigação, a AdC considera que existem indícios de que "Modelo Continente, Pingo Doce e Auchan utilizaram o relacionamento comercial com os fornecedores Sumol+Compal e Sogrape para alinharem os preços de venda ao público (PVP) dos principais produtos daqueles, em prejuízo ao consumidor", explica a nota.

No caso das bebidas não alcoólicas e sumos, "a acusação visa também a cadeia de distribuição Lidl", enquanto no caso das bebidas alcoólicas, "estiveram ainda envolvidas as cadeiras Intermarché e E-leclerc, representado os distribuidores em causa uma vasta percentagem do mercado de distribuição em Portugal".

Portugal | Não nos TAPem os olhos


Anselmo Crespo | TSF | opinião

A minha primeira grande viagem de trabalho foi ao Brasil, pela TAP e por causa da TAP. A companhia aérea - à época gerida por Fernando Pinto - falhara a compra da brasileira Varig, mas tinha conseguido adquirir a VEM (Varig Engenharia e Manutenção), com oficinas em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Apesar de altamente deficitária, a confiança da administração da TAP na recuperação da VEM era enorme. E o orgulho nesta "conquista" era claramente desmesurado, como se viria a confirmar mais tarde.

Durante anos, a VEM foi uma espécie de buraco negro da TAP, um pedregulho que ia afundando os resultados da empresa de ano para ano. Fernando Pinto - que foi constituído arguido em 2018 por suspeitas de gestão danosa precisamente por causa da compra da VEM - veio, entretanto, recordar o óbvio: que a compra da empresa fazia parte do plano de expansão da TAP e que contou sempre com o apoio político de sucessivos governos.

E é este o ponto. Olhar para a TAP e resumir a situação da empresa à pandemia ou à má gestão dos privados é, no mínimo, hipócrita. Como se, nos últimos quase 30 anos, a empresa não tivesse estado 25 nas mãos do Estado, com administrações escolhidas pelo poder político e planos estratégicos - como a compra da VEM - subscritos pelos sucessivos governos. Como se as reestruturações, planos de saneamento financeiro e tentativas frustradas de privatização (do PSD, mas também do PS) não tivessem ficado no currículo político dos governos de Cavaco, de Guterres, de Durão Barroso, de Santana Lopes e de José Sócrates. Como se pudéssemos assacar também ao novo coronavírus os milhões de euros dos contribuintes que já foram enterrados na empresa.

Pedro Passos Coelho privatizou o que podia e o que não devia, mas, no caso da TAP - apesar do processo ter sido muito polémico -, fez bem. O Estado não só já provara à evidência que não sabe gerir companhias aéreas, como deve preocupar-se com outras coisas, bem mais importantes. E é por isso que estou até hoje para perceber qual foi o benefício para o país da reversão feita por António Costa em 2016. De que adianta ficar com 50% da TAP se não se interfere na gestão? E para que serviram, afinal, estes 50% nos últimos quatro anos se só agora o acionista Estado vem criticar a forma como a empresa foi gerida, como se não fosse dono de metade?

Não sei se os atuais acionistas privados da TAP geriram bem ou mal. Mas sei que o Estado não só nunca geriu bem, como deu quase sempre respaldo político às decisões que foram sendo tomadas nas últimas décadas. E agora que a TAP regressa às nossas mãos, vão preparando os bolsos, porque isto vai sair caro. Muito caro mesmo. Vem aí muito sangue, suor e lágrimas pelo caminho. Vamos voltar a ouvir falar de reestruturações, planos de saneamento financeiro e outros jargões económicos que só significam uma coisa: que muita gente vai sofrer e nenhuma dessas pessoas tem a mínima responsabilidade pela situação a que chegou a TAP. Por isso, não nos tapem os olhos, que a peneira já está cheia de buracos.

EIS O 4 DE JULHO, EIS A FESTA NOS EUA!


Comemora-se hoje nos EUA o Dia da Independência (em inglês: Independence Day of The Fourth of July) é um feriado nacional que celebra o dia 4 de julho nos Estados Unidos. Esse dia marca a Declaração de Independência de 1776, ano em que as Treze Colónias declararam a separação formal do Império Britânico. 

O Dia da Independência é o feriado mais festejado dos Estados Unidos da América do Norte e têm forte influência sobre a cultura americana em geral, tendo sido retratado nos mais diversos veículos de média. O Dia da Independência é igualmente o dia nacional dos EUA.

Simultaneamente e sem que seja referido aquele dia de 1776 marcou o surgimento do império que por várias décadas dominou o mundo e cometeu as maiores atrocidades, invasões e genocídios de povos – a começar pelos povos autóctones constituídos por várias tribos índias. Esse foi o primeiro genocídio que o império dos EUA praticou, seguindo-se outros avultados e conhecidos crimes contra os povos e países nas Caraíbas e América Latina, no Médio Oriente e na Ásia, na Europa de Leste, em África, etc. Afinal muito por todo o globo terrestre. Os EUA sempre perseguiram e implantaram a hegemonia e a predominância das suas políticas, vontades, suas explorações esclavagistas e absolutos lucros… ou roubos a nível mundial. 

Provavelmente é isso que também comemoram com regozijo (a desgraça que causam a outros povos), assim como as centenas de milhares de mortes ou de muito milhões fora das suas fronteiras reconhecidas naquele continente norte-americano. Tudo isso ainda também com o sacrifício e perdas de vida de muitos dos seus cidadãos de estratos sociais baixos (negros e latino-americanos, etc) que despreza mas que recruta para as suas forças armadas em grande quantidade e em força. Também eles são vítimas do império em que prevalece o racismo, a xenofobia, a exploração selvagem e o esclavagismo moderno imposto pelo neoliberalismo fascizante da elite gananciosa, avara, sôfrega e desumana, parida pelo capitalismo que despreza a humanidade em todas as longitudes e  em todas as latitudes. Globalmente.

Neste, como noutros 4 de Julho, os EUA não só comemoram a independência do seu território como também o poder opressivo, exploratório e criminoso que exerce sobre outros países e povos no mundo.

Eis o 4 de Julho, eis a festa nos EUA!

PG, com Wikipédia

Atrocidades de Bill Clinton na guerra na Sérvia expostas em nova acusação


A figura grotesca de Trump pode tentar a fazer esquecer as responsabilidades históricas dos seus antecessores no cargo. Mas, mesmo olhando apenas para os que assumiram a presidência dos EUA desde o final do século XX – Clinton, Bush, Obama – o traço comum é evidente: todos são responsáveis por criminosas agressões militares e guerras, pela destruição de países, pela morte e a condenação à miséria, à fome, ao abandono da sua terra de milhões de homens e mulheres. E todos se aliaram com a pior escória humana à face da terra.


O «combatente da liberdade» favorito do presidente Bill Clinton acaba de ser indiciado por assassínio em massa, tortura, sequestro e outros crimes contra a humanidade. Em 1999, a administração Clinton lançou uma campanha de bombardeamentos de 78 dias que matou até 1500 civis na Sérvia e Kosovo, naquilo que os media norte-americanos orgulhosamente retrataram como uma cruzada contra o preconceito étnico. Essa guerra, como a maioria das pretensões da política externa dos EUA, sempre foi uma farsa.

O presidente do Kosovo, Hashim Thaci, foi acusado de dez crimes de guerra e crimes contra a humanidade por um tribunal internacional em Haia, na Holanda, que acusou Thaci e nove outros homens de “crimes de guerra, incluindo assassínio, desaparecimento forçado de pessoas, perseguição e tortura.” Thaci e os outros suspeitos processados ​​foram acusados ​​de serem “criminalmente responsáveis ​​por quase 100 assassínios” e a acusação envolveu “centenas de vítimas conhecidas Kosovo albanesas, sérvias, ciganas e de outras etnias e incluem opositores políticos”. Mas o ridículo preconceito e/ou a incompetência dos media norte-americanos acerca dessa guerra continua. O New York Times respondeu à acusação de Thaci com um tweet declarando que “o líder da Sérvia foi indiciado por crimes de guerra”.

A truculenta carreira de Hashim Thaci ilustra como o antiterrorismo é uma bandeira de conveniência para quem formula políticas em Washington. Antes de se tornar presidente do Kosovo, Thaci era o chefe do Exército de Libertação do Kosovo (KLA), lutando para forçar os sérvios a sair do Kosovo. Em 1999, a administração Clinton designou o KLA como “combatentes da liberdade” apesar de seu passado horrível, e deu-lhes ajuda maciça. No ano anterior, o Departamento de Estado condenara a “acção terrorista do chamado Exército de Libertação do Kosovo”. O KLA estava fortemente envolvido no tráfico de drogas e tinha laços estreitos com Osama bin Laden.

Com Jean Castex França mantém mais um primeiro-ministro conservador


#Texto corrigido de português do Brasil (br) para português original (pt) 

A mudança era esperada. Após mau desempenho do seu partido em pleito municipal, Macron precisa de se reinventar até às próximas eleições, mas, para observadores, o novo PM é mais déjà-vu do que renovação.

Às 10 horas da manhã desta sexta-feira (03/07), caixas de mudança chegaram ao Hotel Matignon, a residência oficial dos primeiros-ministros. Paris pôde ver o  conservador Édouard Philippe ser dispensado. O presidente Emmanuel Macron despediu-se dele com palavras calorosas – e duas horas mais tarde veio o nome do substituto, o também conservador Jean Castex. Um alto funcionário, até ao momento sem grande perfil público, assumirá o posto de chefe de governo.

Revisitando a lista dos primeiros-ministros franceses desde o início da Quinta República, em 1958, vimos que alguns não ficaram mais de um ano no cargo. Se algo dá errado, eles são afastados sem a menor cerimónia. Três anos foram um bom tempo para Philippe se manter no cargo. Ele fez também o seu trabalho excepcionalmente bem, aliviou a carga de Macron, e consta que ambos se entendiam bem. O governo resistiu politicamente tanto às batalhas de rua com os "coletes amarelos", quanto às intermináveis greves contra a reforma da Previdência.

Após o vírus, nem peste nem cólera


Travar a marcha do capital rumo ao neofascismo!

Remy Herrera

Surrealista. Os acontecimentos que, a partir de meados de Março de 2020, sob o assalto do coronavírus, fizeram afundar um país inteiro, e outros com ele, têm algo de surrealista. Menos pelo ocorrência da própria pandemia e sim pelas escolhas de política económica-sanitária que foram feitas. O risco de epidemia global era anunciado desde há anos por muitos cientistas especializados – à semelhança da ameaça ligada a eventuais catástrofes naturais (ou nucleares), por exemplo, previstas por outros investigadores... Se a contagem quotidiana das mortes causadas pelo vírus causa horror, se o afluxo aos hospitais de doentes contaminados angustia, a "gestão da crise do covid-19" transtorna. As escolhas efectuadas no cimo da pirâmide dos poderes foram de consequências pesadas, extremamente graves, simplesmente monstruosas. Pois quis-se fazer aceitar como normal o facto de que equipes médicas, despojadas ex ante dos meios de exercer sua profissão – consistente em salvar vidas – tenham sido constrangidas ex post a fazer a selecção entre pacientes para os quais tudo seria tentado a fim de sobreviverem e os outros – idosos, vulneráveis, ditos "polipatológicos", "com comorbilidade", ou seja, aquelas e aqueles que, pelo seu próprio estado de saúde, necessitariam de mais cuidados. Estas escolhas revelaram, quão dramática é a imoralidade culpável dos altos responsáveis do país, políticos naturalmente, mas também e sobretudo económicos – uma vez que a fidelidade dos primeiros aos segundos, do interesse geral aos interesses de um punhado de grandes accionistas ávidos, ferozes, desavergonhadamente anti-patrióticos, acaba por colocar em perigo a humanidade:   depois de ter arruinado o mundo, desesperado nossos jovens, degradado nossas condições de vida e de trabalho, querem abandonar nossos idosos.

Uma vez dissipado o estupor e a incredulidade, amplas parcelas do povo francês compreenderam que os seus dirigentes não lhes seriam de nenhum socorro em semelhante caso – excepcional, certamente, mas em que o indivíduo sente como nunca a necessidade vital de ser protegido. Elas perceberam rapidamente que é contra elas, e não contra um vírus, que os representantes das classes dominantes partiram "em guerra" e que, de facto, eles não fazem parte deste "nós" mencionado por E. Macron no seu discurso de 16 de Março. Nosso "nós" para nós, o dos governados, foi pressionado ao retrocesso, obrigado a reconhecer que a sociedade na qual nos prendem (embastille) é aquela do cada um por si, do todos contra todos e do salve-se quem puder. Uma sociedade em que os governos e as potências aos quais eles são dedicados estão em condições de decretar que não há lugar para todos nós – não há bastantes lugares no "mercado" de trabalho nem no do alojamento, não bastante para ganhar uma remuneração que permita viver dignamente ou para se exprimir democraticamente, nem mais lugares na fila de espera das entregas de máscaras cirúrgicas ou dos serviços de reanimação no tempo do coronavírus. Esta sociedade tem um nome. Este nome é capitalismo.

No fim de Fevereiro, restavam muito poucos dúvidas entre os microbiologistas, em primeiro lugar dos quais os virologistas, mas igualmente epidemiologistas, infectologistas e outras vozes autorizadas:   a inevitabilidade da pandemia estava cientificamente estabelecida. Fazia cerca de um mês que a OMS declarara a "urgência de saúde pública mundial"; mais de um mês e meio que os investigadores chineses haviam identificado o vírus, descoberto (ultra-rapidamente) um teste de despistagem, publicado a sequência genética do novo agente infeccioso. Em 6 de Março, "aproveitando a vida com todos os dentes", o presidente francês e sua esposa iam à noite aplaudir a representação de uma peça de teatro (pondo em cena um chefe de Estado recém eleito, mas doente, a dialogar com um psiquiatra [lapso revelador?]). Ao passearem nos Campos Elíseos, sob flashs dos fotógrafos, em 9 de Março os pombinhos desafiavam novamente o perigo. A mensagem destinada aos franceses neste momento tão singular? Divirtam-se! Já há cinco dias o coordenador da primeira missão da OMS em Wuhan, o doutor Bruce Aylward, canadiano, insistia no New York Times (datado de 4 de Março) sobre a extraordinária gravidade da situação.

Em 29 de Fevereiro, um dia após à passagem do país à "fase 2" e à recomendação da OMS de mobilizar "todo o governo" a fim de dominar a pandemia, a ordem do dia do Conselho de Ministros "excepcional" dedicado ao coronavírus foi virada do avesso pelo executivo de um outro reizinho visivelmente preocupado em respeitar a agenda de demolição das conquistas sociais ditadas pela [confederação patronal] MEDEF: destruir com um bulldozer modelo 49.3 [1] o sistema de pensões, proibir toda manifestação e, para que o barulho do tractor anti-democrático seja um pouco menos ouvido, manter em 15 de Março a realização das eleições municipais. Mesmo que isso signifique enviar para o combate – sem a menor máscara distribuída – os assessores dos gabinetes de voto e seu concidadãos.

EUA | A estátua de Theodore Roosevelt vai cair. Este é seu passado sombrio


#Escrito e publicado em português do Brasil

O Museu Americano de História Natural da Cidade de Nova York anunciou no domingo, dia 21, que removerá a famosa estátua do presidente Theodore Roosevelt que adorna sua entrada principal.

O presidente do museu enfatizou que a decisão foi tomada com base na “composição hierárquica” do monumento – o ex-presidente está a cavalo, ladeado por um homem africano e um indígena americano, ambos a pé – e não pelo simples fato de retratar Roosevelt. O museu, que o pai de Roosevelt ajudou a fundar, manterá o nome do Memorial Theodore Roosevelt, da Rotunda Theodore Roosevelt e do Parque Theodore Roosevelt.

Isso faz pensar que os americanos ainda não encararam o lado terrivelmente sombrio da história de Roosevelt.

Roosevelt nasceu em 1858 em uma família abastada da cidade de Nova York. Seu pai morreu enquanto Roosevelt frequentava a universidade de Harvard, e deixou para ele uma herança que hoje equivaleria a cerca de 33 milhões de dólares. Ainda antes dos trinta anos, Roosevelt investiu uma parte significativa de seu dinheiro em criação de gado no Oeste. Isso fez com que ele passasse bastante tempo nas regiões de Montana e Dakota do Sul e do Norte, poucos anos antes de se tornarem estados, em 1889.

Alunos de 165 cidades do Brasil sem aulas


#Escrito e publicado em português do Brasil

MINISTRO ESCOLHIDO POR BOLSONARO PARA A EDUCAÇÃO CONTRATOU AFILIADA DA TV RECORD E DEIXOU ALUNOS DE 165 CIDADES SEM AULAS

Indicado para substituir Abraham Weintraub no Ministério da Educação de Bolsonaro depois da brevíssima não-passagem de Carlos Decotelli pela pasta, o até então secretário de Esporte e Educação do Paraná Renato Feder certamente não deixará saudade nos estudantes do estado. Graças a ele, alunos de 165 municípios estão desde abril sem aulas.

Feder contratou, com dispensa de licitação, uma rede afiliada da TV Record no estado para transmitir vídeo-aulas para alunos da rede estadual durante a pandemia de covid-19. No entanto, a empresa escolhida não possui sinal de transmissão em quase a metade do estado. Mais de 2 milhões de pessoas vivem nas cidades que ficaram no escuro educacional – o que é quase um quinto da população do Paraná.

A TV Independência pertence ao grupo RIC, afiliado à Record no Paraná e em Santa Catarina. A empresa pertence à família catarinense Petrelli – em Curitiba, é comandada por Leonardo Petrelli, filho do fundador do grupo e ele mesmo dono de uma empresa de ensino à distância. O contrato original previa R$ 2,7 milhões por três meses de serviço, iniciado em abril. Mas, em 5 de maio, com as aulas já funcionando de forma precária, a secretaria de Feder deu aos Petrelli um aditivo de mais um mês, o que rendeu R$ 800 mil a mais para a empresa. 

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