quarta-feira, 17 de março de 2021

Vacinados, 'confudidos' e mal tratados

Bom dia e boas vacinas. Parece que o problema é esse: não existem boas vacinas. Ou se existem já não pomos as mãos no lume sobre nenhuma das marcas que vários laboratórios produzem. A população mundial anda confundida e maltratada. Pior que o covid-19 é ter medo de uma vacina que nos pode transportar para os anjinhos ou para o inferno no espaço de um simples pestanejar. 

No Curto do Expresso de hoje Ricardo Costa aborda o assunto. Percebe-se que no intimo, mas não secretamente, ele é todo pelas vacinas anticovid-19. Compreende-se, está na mó de cima e a memória dele é curta acerca das patifarias lesa humanidade que políticos e cientistas, pessoal da saúde e similares têm praticado em prejuízo das populações. Há vários exemplos e os EUA disso são o mau exemplo, mas há mais na esterqueira da política que pesquizando podemos infelizmente citar. Há badalhocos morais por toda a política, por todo o mundo. Recordamos, rebuscando e apresentando títulos e breve resumo bem sugestivos e esclarecedores:

Investigação revela história secreta de esterilização de latinos nos EUA

Intervenções aconteceram durante boa parte do século XX e eram protegidas por leis de eugenia em vigor na época. -- BBC

Esterilização de negros praticada nos EUA até 1974 foi “acto de genocídio”, diz estudo

Foram 7600 os homens, mulheres e crianças submetidos a esterilização cirúrgica, na Carolina do Norte para impedir a reprodução de pessoas “de mente fraca” e servir o “interesse público”. -- Público

Peru: esperança para vítimas de esterilização forçada

Durante o governo de Alberto Fujimori, 320 mil mulheres e homens foram esterilizados sob pretexto de combate à pobreza. Mais de 20 anos depois, vítimas têm uma perspetiva de reparação. Calcula-se que entre os anos 1996 e 2000, mais de 300 mil mulheres e 22 mil homens foram esterilizados contra a vontade no Peru, na maioria dos casos sem anestesia e sem tratamento pós-operatório. –- Deutsche Welle

Estes são três pequenos exemplos daquilo que mentes criminosas da política e da ciência médica são capazes de pôr em prática. Muito pequenos exemplos.

Se recuarmos no tempo existe em registo ações escabrosas, crimes contra a humanidade da mesma índole e, curiosamente, quase sempre com algum protagonismo dos EUA, no seu próprio país e noutros países.

Assim sendo quem nos garante que não existem intenções dúbias ao ser propagado globalmente o covid-19 (limitação da população mundial) para depois avançarem com vacinas que poderão ter objetivos dúbios em outro qualquer interesse prejudicial às populações globalmente afetadas pela pandemia e respetivos receios gerados bastamente pela comunicação social?

A solução é a vacina contra o covid-19, esta, aquela e aqueloutra. Deste e daquele laboratório. Desta e daquela marca. Vacinar a população deste planeta. O mais possível sem sururu. Sem resistência. Sem questionarmos. Tudo o resto são teorias da conspiração. Sem que nos garantam que não existe conspiração. Nem que recordemos exemplos escabrosos de crimes contra a humanidade no passado neste âmbito. Ademais, nesta "história" da pandemia e das vacinas vimos a envolvência do multimilionário norte-americano da Microsoft, Bill Gates, e do mercenário Durão Barroso, personalidades dúbias, e a quem são apontadas intenções condizentes com a falta de honestidade moral, política e intelectual, para que confiemos neles - largo espectro da população mundial assim pensa e sente - mais ou menos, conforme o que se julgam esclarecidos.

Visto isso e mais causas e alegações vindas a público, comprovadamente, não podemos confiar a cem por cento no que concerne ao surgimento do covid-19 nem na vacinação global que nos é apontada para resistir aos efeitos virológicos e pandémicos. Ainda mais pela notória confusão que está a surgir com efeitos - secundários e mortais - nocivos, causados pelas vacinas, em que a AstraZeneca é a mais saliente...

Vem este e aquele virologista, cientista, médico, defender isto e aquilo favoravelmente, desta e daquela marca vacinal… Sabemos que o mercenarismo sobressai ante os milhões e milhões que a vacinação global pode gerar (já está a gerar). Ante isso é humano que a maioria da população mundial se sinta 'confudida' e mal tratada. Sim, esta pandemia tem sido uma enorme confusão e o cortar de liberdades democráticas tem sido enorme. Até sabemos a quem serve, que não aos imensos biliões de pessoas que compõem a população mundial.

Então, confiar porquê? Porque não ver com olhos de ver que na confusão da pandemia estão envolvidos indivíduos que não merecem o mínimo de confiança. Sabendo que a própria ONU/OMS mais age como uma barata tonta, também confusa. Que os governos idem, que muitos cientistas, médicos e outros profissionais da saúde partilham desse mesmo estado de desconfiança e confusão. Quanto aos maus tratos evidentes verificam-se porque a democracia, os direitos humanos, os direitos de cidadania, os direitos laborais, etc., estão cada vez mais restritos e/ou suspensos.

Longa, esta introdução ao Curto do Expresso. Curto de hoje da autoria de Ricardo Costa, do Expresso, da SIC, do tio Balsemão/Impresa. Mais um motivo de altos quilates para ser importante ler e pensar, isso é certo. Como certo é sentirmo-nos 'confudidos' e mal tratados.

Adiante. Leia o que se segue no Curto. Vale sempre o tempo e o modo de instigação ao pensamento e ao aquilatar o que apreendemos. Pensar não dói nada.

Bom dia, se conseguirem esse desfrute. Clique e siga.

Mário Motta | Redação PG

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Evidente, minha cara Ciência

Ricardo Costa | Expresso

Ao fim de um ano, já todos percebemos que evidência científica é uma expressão que ganhou asas na política. Não há nisso novidade – a política é useira em apropriar-se de expressões, dar-lhes novos usos e, se for preciso, gastar e mudar o seu significado -, mas numa pandemia esse hábito pode ser mais perigoso que o habitual.

A questão da confiança nas vacinas era um tema menor em Portugal, ao contrário de outros países europeus, com França à cabeça, onde os chamados movimentos anti-vacinas têm enorme popularidade, sobretudo graças à inconsciência de Google e Facebook que deixaram o caminho livre a essas teorias, a par da menos perigosa – até ver só afeta a inteligência dos próprios – ideia da Terra ser plana. Só no ano passado é que as gigantes tecnológicas alteraram os algoritmos para assinalar ou esconder os textos anti-vacinas.

Pois bem, com um ano de pandemia os políticos continuam a usar com extrema leveza a expressão evidência científica, ao mesmo tempo que não fazem qualquer esforço de pedagogia estatística. E assim, um efeito estisticamente marginal – habitual em medicamentos que tomamos todos os dias ou em certas faixas etárias - levou a uma cascata de decisões políticas ao longo do continente que colocaram a vacina da AstraZeneca na prateleira.

Amanhã, quinta-feira, há reunião de emergência da agência europeia do medicamento, sendo pouco provável que o tom da EMA se altere e que, portanto, se mantenha a confiança no uso da vacina. A dúvida está agora em saber exatamente o que fará com que os diferentes governos mudem de ideias, depois de abusarem da tal evidência científica.

Decidir uma suspensão de uma vacina para ganhar confiança pode ter exatamente o efeito contrário. No mais espetacular e rápido processo de vacinação do mundo – já foram administradas mais de 300 milhões de vacinas – tanto os políticos como as farmacêuticas acautelaram pouco o tema dos efeitos secundários, habituais, raros ou marginais. E agora reagem como se esses fossem um novidade. Nunca foram numa vacina.

A novidade é apenas uma, ou melhor, duas: a) já existirem vacinas ao fim de um ano de pandemia; b) a gestão política ter que lidar com a ciência todos os dias, e vice-versa.

Médicos, investigadores, cientistas, entre muitos, ainda ficam surpreendidos com os solavancos da gestão política, ao fim do ano. Têm razão mas fazem mal, porque tal como na ciência, há coisas na política que são absolutamente evidentes. Erradas, mas evidentes.

Tem dúvidas sobre este tema? Aconselho que ouça o podcast Expresso da manhã, feito todos os dias pelo Paulo Baldaia. Miguel Castanho, investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa, explica o que está em causa e diz que a suspensão em Portugal foi “política" e "para evitar polémicas”. Tal como noutros países europeus.

Europa e Presidência Portuguesa

Enquanto isso, em Bruxelas, vai sendo preparado o tão desejado regresso progressivo à normalidade. Esta quarta-feira espera-se a adoção do regulamento para o futuro ‘certificado verde digital’. A UE foi resistindo à sua criação mas acabou por avançar. Este documento vai reunir toda a informação que possa agilizar a circulação no espaço comunitário, quer seja um comprovativo de vacinação, uma prova de teste negativo à covid-19 ou outro ‘livre-trânsito’.

Pandemia entre portas

Entra esta quarta-feira em vigor o 13.º estado de emergência. Durante este período está em vigor o plano de desconfinamento gradual, mas mantém-se o dever de recolhimento domiciliário. A circulação entre concelhos continua proibida aos fins de semana e também no período da Páscoa, entre 26 de março e 5 de abril. O Governo quer garantir que a Páscoa não é um momento de deslocação e de encontro.

Este novo período do estado de emergência termina a 31 de março. Também esta quarta-feira há um debate de política geral com o primeiro-ministro no Parlamento. O plano de desconfinamento, a vacinação e a resposta à crise provocada pela covid-19 deverão ser os temas centrais do debate

OUTRAS NOTÍCIAS

Mais de metade das participações ao Conselho de Prevenção da Corrupção foram arquivadas. O Conselho recebeu 763 comunicações dos tribunais em 2020, 427 dizem respeito a corrupção, seguidas por peculato (22,9%), abuso de poder e participação económica em negócio. Segundo o balanço, as comunicações judiciais correspondem a 396 despachos de arquivamento, 240 aberturas de inquérito e 102 decisões baseadas em "elementos indiciadores ou probatórios da ocorrência de crimes em entidades e organismos públicos".

O Conselho explica que o arquivamento de uma grande parte dos inquéritos do Ministério Público se deve "à ausência de indícios ou elementos probatórios" e a dificuldades na realização da investigação nestes crimes económico-financeiros. A área da Administração Local é, uma vez mais, a que surge mais representada, estando associada a mais de metade dos casos assinalados.

Não percebeu o que podem ser os próximos na Lei da Eutanásia? O tema é complexo, mas começa a ficar claro que não vai mesmo haver referendo, que o Parlamento tem margem para refazer a lei e aprová-la, que pode haver latitude jurídica para a lei ser refeita e que, esta é a parte mais complexa, os juízes do TC talvez possam ficar satisfeitos com a clarificação dos artigos que provocaram o chumbo. Mas se ler este artigo da Rita Dinis fica a perceber tudo.

Pelo menos oito pessoas morreram na terça-feira em três tiroteios ocorridos em casas de massagens asiáticas na área da cidade norte-americana de Atlanta. Os ataques visaram sempre mulheres de origem asiática, e embora a polícia diga desconhecer o motivo dos ataques, estes ocorreram num contexto em que as agressões contra norte-americanos de origem asiática têm vindo a crescer. O suspeito é um homem de 21 anos, detido durante a noite a cerca de 250 quilómetros a sul de Atlanta.

Moçambique vive uma crise humanitária galopante. Em Cabo Delgado mais de 700 mil pessoas fugiram do conflito armado e pelo menos 2.500 foram assassinadas. Há pelo menos uma ONG que relata casos de crianças decapitadas. Só em Cabo Delgado há mais de 700 mil deslocados, um terço da população total da província.

Hoje há eleições na Holanda e vencedor é… Mark Rutte. O chamado Sr. Normal – a alcunha que os holandeses lhe deram – deve sair mais uma vez vencedor de uma eleição muito fragmentada e formar o governo possível, sempre com a mesma certeza: o primeiro-ministro é ele. Estranhamente, até os seus adversários preferem que assim seja.

A Holanda tem assim um PM que caminha para ser uma espécie de CEO do país, que governa desde 2010 sempre com o mesmo estilo. Quando entregou a demissão que levou a estas eleições foi de bicicleta, como continuará a ir de bicicleta para o seu gabinete, a dar aulas como voluntário e levar uma vida de solteiro num modesto apartamento. Os portugueses, de quando em vez, irritam-se com ele (quase sempre por causa de €€€), mas deviam tentar entender melhor a sua popularidade.

Está cansado da política portuguesa? Tente então a política espanhola, onde a fragmentação partidária e a radicalização ideológica mantêm em movimento uma montanha-russa política. Agora, o epicentro é a Comunidade de Madrid, onde se jogará uma eleição antecipada decisiva, que levou Pablo Iglésias a abandonar o governo nacional e ser candidato ao governo da capital. Iglesias queria unir várias candidaturas mas já recebeu um não dos ex-dissidentes do Podemos. A coisa promete.

A Fórmula 1 e o campeonato de Moto GP estão de regresso ao Algarve. Mas para não repetir aquelas imagens do ano passado, agora a lotação no Autódromo será limitada a 10% da capacidade nas motos e aumentando um pouco mais na prova de automóveis. Os bilhetes serão digitais e passa a ser obrigatório o teste à covid-19.

Hoje é dia de Champions, com um Bayern-Lazio e um Chelsea-Atlético de Madrid. Ontem, já ficaram apurados o Manchester City e o Real Madrid. Finda a ronda, já conheceremos todos os clubes que podem calhar ao F.C. Porto - que tem feito uma prova extraordinária – nos quartos de final.

FRASES

“Se a pausa não for muito prolongada, retomaremos o ritmo que estávamos a ter (…) e recuperamos muito rapidamente esta pausa de cinco, seis dias…”. Vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19

“Tendo em conta o que se está a passar com a AstraZeneca, seria importante que fosse vacinado assim que a suspensão seja levantada (…) para mostrar aos meus concidadãos que a vacinação é a porta de saída desta crise e qua podemos fazer com toda a segurança”. Jean Castex, primeiro-ministro de França

“Em questão de convicção não mudo. Posso ficar sozinho, mas não mudo”. Rui Rio, presidente do PSD, sobre a recusa de referendar a lei da eutanásia

“Depois de eliminar a Juventus, acredito que vamos chegar à final da Champions”. Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do F.C. Porto, em entrevista a O Jogo

O QUE EU ANDO A LER

Num ano de grande revivalismo pelo 1984, de George Orwell, recomendo a leitura de um ensaio de George Steiner, publicado por cá pela Relógio de Água na coletânea “George Steiner em The New Yorker”. O texto, magistralmente intitulado Matar o Tempo, foi escrito quando o ano de 1984 ainda estava por chegar e antecipava o que seria essa estranha apropriação de um ano por um só livro.

Naqueles anos de Guerra Fria, o 1984 teve um merecido estrelato pelas suas qualidades literárias e pela utilidade como arma de arremesso entre o mundo livre e o totalitarismo soviético. Mas Steiner põe, digamos assim, as coisas no sítio. Lembra que não só Orwell escreveu coisas melhores como há livros mais recomendáveis sobre o totalitarismo.

Na altura, a maior preocupação de Steiner estava exatamente nessa hipótese de matar o tempo, de o livro ser tão comemorado que retirasse do tempo qualquer futura conjugação de esperança. Sabemos bem o que foi o ano de 1984 e que o futuro foi diferente. Agora, a discussão volta de novo, entre visões a preto e branco do livro e do autor, o que levaria a um ensaio diferente, do autor pelo menos nas preocupações.

Para leituras mais rápidas sobre o mundo, já sabe é andar por aqui ao longo do dia. Não prometemos evidência científica sobre tudo, mas não usaremos o termo em vão.

Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a

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