Timor-Leste contabiliza 27 mortes em todo o território e mais de sete mil desalojados só em Díli, devido às cheias que assolaram o país no fim de semana. Governo apela à ajuda de entidades privadas.
As cheias que assolaram Timor-Leste no fim de semana causaram pelo menos 27 mortos em todo o país e mais de sete mil desalojados em Díli, informou esta segunda-feira o Governo. O anterior balanço apontava para 21 mortos.
“Até agora os dados de vítimas mortais em todo o país é de 27. Além destas pessoas que perderam a vida, há ainda oito casos de pessoas cuja situação não é ainda conhecida”, disse o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Fidelis Magalhães.
“Em Díli confirma-se até ao momento um total de 13 mortos e mais de sete mil desalojados, que estão de momento abrigados em 12 espaços localizados em vários pontos da cidade”, disse.
Fidelis Magalhães falava aos jornalistas depois de uma reunião liderada pelo primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, da Comissão Interministerial para a Proteção Civil e Desastres Naturais, para coordenação da resposta ao impacto das inundações.
A Secretaria de Estado da Proteção Civil irá funcionar como centro operacional de recolha de apoio humanitário e o vice-primeiro-ministro e o ministro das Obras Públicas apelaram também ao contributo de entidades do setor privado que possuam máquinas para apoiar nas ações de limpeza.
“As autoridades durante o dia de ontem mobilizaram esforços para providenciar abrigo e apoio alimentar aos desalojados e iniciaram as intervenções nas infraestruturas com o objetivo de restabelecer a mobilidade viária e o fornecimento de energia elétrica com segurança e garantir a reparação de sistemas de abastecimento de água danificados, e, efetuar os trabalhos urgentes de limpeza de drenagens, normalização e desassoreamento de ribeiras”, explica uma nota do executivo.
O governante explicou que entre as várias medidas acordadas , a comissão deliberou permitir a abertura das lojas de material de construção – fechadas com base nas regras de confinamento obrigatório – para que as famílias afetadas pelas cheias possam recuperar as suas casas.
Durante a reunião, o primeiro-ministro agradeceu o contributo que tem sido dado pelos envolvidos na resposta às inundações, incluindo as organizações religiosas, parceiros de desenvolvimento, organizações da sociedade civil e cidadãos em geral.
Por outro lado, orientou os membros da Comissão Interministerial para a Proteção Civil e Desastres Naturais “para que impulsionem as medidas de apoio às populações afetadas e as ações de limpeza e de levantamento dos danos nas infraestruturas com vista a rápida normalização da mobilidade viária e dos sistemas de abastecimento de energia elétrica, água e saneamento”.
No domingo o Presidente Francisco Guterres Lú-Olo, numa mensagem dirigida à população de Timor-Leste, falou em “calamidade” e apelou ao governo para identificar com precisão danos e mortes.
UE manifesta “apoio total” e disponibiliza-se para prestar “mais assistência”
A União Europeia (UE) disse esta segunda-feira “apoiar plenamente” o “Governo e o povo de Timor-Leste” e disponibilizou-se para prestar “mais assistência”, após as cheias deste fim de semana, que fizeram pelo menos 27 mortos no país.
A UE apoia plenamente o Governo e o povo de Timor-Leste após as cheias devastadoras que afetaram Díli e outras partes do país. Os nossos pensamentos vão para aqueles que perderam as suas casas e os seus meios de subsistência. Oferecemos as nossas condolências às famílias das vítimas”, lê-se numa nota publicada pela porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), Nabila Massrali.
Segundo a porta-voz, a UE está a “monitorizar de perto” a situação no país, tendo já ativado o Serviço de Gestão de Emergência do Copernicus — que fornece informação geoespacial através de mapas satélite –, mostrando-se também “pronta para fornecer mais assistência” através do Mecanismo de Proteção Civil da UE — que prevê uma ajuda que pode ir do fornecimento de alimentos, equipamento ou abrigos ao destacamento de equipas de peritos — caso esta seja “solicitada”.
“A UE e Timor-Leste têm uma parceria de longa data. Num espírito de solidariedade, iremos apoiar Timor-Leste à medida que as pessoas afetadas pelas cheias se esforçam por reconstruir as suas vidas e os seus modos de subsistência”, frisa a porta-voz do SEAE.
Nabila Massrali salienta ainda que as “cheias catastróficas” ocorrem numa altura em que o país está a “trabalhar arduamente para conter a propagação da Covid-19 entre a sua população”, acrescentando assim uma “pressão considerável tanto sobre os recursos como sobre o povo timorense”.
“A UE continuará também a ajudar Timor-Leste na sua batalha contra a Covid-19, inclusive como um dos principais contribuintes para a iniciativa Covax”, aponta a responsável.
Observador | Lusa | Imagem: António Dasiparu // EPA
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