Martinho Júnior, Luanda
O “HEGEMON” ESTÁ A PERDER O DOMÍNIO DAS ÁGUAS
No momento em que se está a concluir o Nord Stream 2, gasoduto submarino entre a Rússia e a Alemanha no Báltico, São Petersburgo foi sede das comemorações do 325º aniversário da Marinha de Guerra Russa.
Se em mares fechados como o Cáspio a força naval russa é incontestavelmente preponderante, o que não impede (muito pelo contrário) as potencialidades de desenvolvimento sustentável e de paz na direcção sul da EurÁsia, a Nova Rota da Seda energética chega agora à Alemanha com uma força duplicada, vencendo todas as artificiosas barreiras que o “hegemon” em desespero de causa ousou semear.
Por via da Alemanha a Europa multiplica a sua capacidade energética limpa sem a “filtragem” em jeito de tampão por parte da Ucrânia, o que vai possibilitar um outro desafogo para o seu parque industrial e, com isso, a oportunidade para integrar as articulações da Nova Rota da Seda a partir de suas linhas a ocidente, reforçando as potencialidades de desenvolvimento sustentável e de paz por toda a EurÁsia.
Isso acontece no momento em que os Estados Unidos e a NATO se viram obrigados a sair do Afeganistão por colapso de suas própria geoestratégia militar e no momento em que, aproveitando o 325º aniversário da sua Marinha de Guerra, a Rússia demonstra as vantagens do seu poderio sobre um “hegemon” incapaz de lhe dar mais resposta ao nível dos avanços tecnológicos e da manobra estratégica e tática!
Os avanços tecnológicos russos no mar, em terra e no espaço, estão a ser demonstrados de forma inequívoca quando as suas forças armadas comemoram a sua história e o facto de ter sido a Frota do Báltico, no cenário de verão de São Petersburgo, a escolhida para estas comemorações, é um sinal garante das vantagens de sua geoestratégia que visa consolidar as iniciativas de desenvolvimento sustentável e de paz, pela recusa a uma arrogância militar unilateral, infecunda e caótica, conforme a protagonizada pelo “hegemon” por todo o Sul Global e particularmente na EurÁsia.
A Europa está convidada a uma reconversão na direcção desse desenvolvimento sustentável e de paz, ao invés de ser arrastada para a barbárie retrógrada, exclusivista e colonial que o sistema unilateralista dum império com pernas coloniais tem tentado levar a cabo.
Na Rússia, o fim do tandem Ieltsin/Gorbatchev e a ascensão de Putin, permitiu avanços tecnológicos desde as reaproveitadas heranças soviéticas que não podem ser esquecidas em função da revolução que constituíram seus próprios fundamentos, sem os quais não teria sido possível a vitória aliada na IIª Guerra Mundial.
Para a Europa é tempo não só para reflectir, mas para dar passos decisivos na direcção da cultura de paz que se distende por toda a EurÁsia, por que urge o fim da IIIª Guerra Mundial contra o Sul Global, que se arrasta ainda pela América Latina e África.
Agora que Neptuno é russo, a NATO por obsolescência, ganha mais uma razão para não mais existir, porque enquanto a frota russa é uma garantia na defesa da paz e da civilização possível e aberta a todos, pelo seu carácter irracional, assim tem sido demonstrado, a NATO é apenas a garantia da continuidade da barbárie feudal e colonial, afundada no caos, no terrorismo e numa irracionalidade sem limites!
Martinho Júnior, 26 de Julho de 2021
Suportes recomendados (e imagens recolhidas):
. Whither Afghanistan? Getting Out Is Harder Than Getting In – https://www.strategic-culture.org/news/2021/07/22/whither-afghanistan-getting-out-is-harder-than-getting-in/;
.
. Rússia celebra 325º aniversário do Dia da Marinha com desfile naval e aéreo – https://www.correiodobrasil.com.br/russia-celebra-325-aniversario-dia-marinha-desfile-naval-aereo/; (imagem 02);
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