segunda-feira, 19 de julho de 2021

Portugal | PORQUE HÁ OLÍMPICOS CENTROS DE SAÚDE QUE REJEITAM CONSULTAS?

Os Jogos Olímpicos no Expresso Curto. Boa. Quantos mais contágios covid-19 irá proporcionar? Esperemos que não causem muitas sobras para Portugal. Por cá andamos no pico dos casos, graças a populações imprevidentes a um governo que acredita em milagres e na inconstância das medidas anti-covid e nos sábios cientistas e médicos que têm demonstrado que continuam sem perceber nada do que está a acontecer e a tramar os portugueses, preferindo fazerem gincana com as medidas que num dia são assim, para no outros dia serem categóricas na porta aberta aos contágios.

Dito isso acrescente-se que há Centros de Saúde da ARS (Lisboa e arredores) que empurram os doentes que ali acorrem para hospitais e aglomerações de gente noutros serviços (nem atendem telefones). Vai daí recusam consultas presenciais porque sim e sem justificação plausível… Que eles têm medo de serem contagiados, dizem. Que eles são apologistas de aproveitarem tempo livre por causa do covid. Que eles são extremistas da gestão financeira da ARS.. Mas, eles são ou não são médicos? Certo é que há Centros de Saúde que andam ao deus-dará e que cada um faz o que quer, aproveitando o facto de o covid-19 ter as costas largas. Desculpas que não colhem e que entretanto proporciona agravamento de doenças e até mortes que não por covid. Iremos aprofundar logo que recolhamos os dados necessários e substantivos. Calma. Para já sabe-se que no Oriente de Lisboa acontece tais práticas. E há mais, a saber.

Bem aplicado é o dito: É fartar vilanagem. Ou serão somente baratas tontas?

Por aqui basta de entrada para o Curto de hoje. Fique interessado em ler já agora defenda-se usando a sua própria cabeça, meditando e não embarcando em loas que cada vez mais são escarrapachadas nos jornais e outra informação que nos chega e cheira a podre.

Bom dia e boa semana, se conseguirem. Sejam livres. Pensem.

MM | PG

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Campeões precisam-se e os Jogos Olímpicos estão a chegar

Margarida Cardoso | Expresso

Bom Dia, bem-vindo a mais um Expresso Curto no dia em que se celebra a Reserva Natural do Estuário do Tejo

Adiados, reciclados, confinados, os Jogos Olímpicos de Verão de 2020 chegam dentro de quatro dias. Passou um ano e, acredite ou não, mantêm o nome. Tóquio 2020 continua impresso como uma tatuagem onde ficará gravada para sempre a memória do caos que a pandemia espalhou pelo mundo no último ano e meio.

Três vezes cancelados por guerras, suspensos de forma inédita devido à covid-19, os Jogos de Tóquio serão vividos num cenário bem diferente daquele que todos esperavam em março de 2020, quando o Governo japonês e o Comité Olímpico Internacional aceitaram a inevitabilidade da decisão.

Afinal, Tóquio 2020 arranca a 23 de julho de 2021, ainda sob o cerco da covid-19. Presa no feitiço do tempo, a Aldeia Olímpica acolhe 11 mil atletas de todo o mundo sob o signo do confinamento. No ar, paira a ameaça de deportação para os países de origem caso não cumpram as regras sanitárias impostas, as recomendações para comerem sozinhos, a obrigação de fazer testes. E até a tradição de distribuir 160 mil preservativos na Aldeia Olímplica, iniciada em Seul (1988) foi posta em causa pela exigência de evitar “contactos físicos desnecessários”, como relata o The Guardian.

É verdade que o presidente do Comité Olímpico Internacional Thomas Bach, pediu aos japoneses “uma receção calorosa” aos atletas olímpicos, mas durante a competição não haverá público, nem aplausos. E isso pode fazer toda a diferença nas performances, como explica ao Expresso José Soares, professor catedrático de fisiologia da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto que acompanhou alguns dos atletas portugueses que vão a Tóquio.

“Público, palmas, calor humano são essenciais. É até normal vermos os atletas a puxarem pelas palmas do público antes de competirem”, diz o fisiologista certo de que a falta de moldura humana terá mais peso do que o ano de atraso no desempenho final. “Não é fácil reprogramar um atleta para atingir o seu pico um ano mais tarde, mas todos os indicadores mostram que eles conseguiram reajustar agendas, assim como a sua capacidade fisiológica. Já a desilusão de estar ali a correr, a saltar, a nadar, sem público nem palmas na explosão do momento de glória poderá ser mais penalizadora”, garante.

No país de Berardo, da Operação Cartão Vermelho, do Russiagate, da seleção de futebol eliminada do europeu nos oitavos de final, tal como no mundo, todos precisam de campeões para aplaudir. Mas será que Tóquio vai mesmo dar-nos muitas razões para celebrar conquistas e recordes? José Soares baixa a fasquia ainda antes do tiro de partida. “Se houver grandes resultados e mais recordes do que em edições anteriores dos Jogos, teremos de reformular tudo o que pensamos saber sobre nós” comenta.

Mesmo assim, não faltam histórias à volta dos Jogos Olímpicos para atenuar a fadiga pandémica, apesar das quarentenas impostas pela covid-19 já terem entrado em cena nestes Jogos que serão também de renovação, como explica este texto da Tribuna.

Na música, temos uma nova versão de um sucesso dos Da Weasel a servir de hino português aos atletas olímpicos.

Na moda, podemos ver quem ganha a medalha de ouro no estilo dos uniformes olímpicos.

Na economia, já se fizeram contas para avaliar como o confinamento pode comprometer a expectativa do Japão, o terceiro maior PIB do mundo, usar a chama olímpica para dar gás ao país e como ser sede olímpica pode ser “uma herança maldita”.

No ambiente, brilha a decisão da organização dos Jogos fazer medalhas olímpicas a partir de lixo eletrónico reciclado, depois de recolher 6,21 milhões de telemóveis, portáteis e câmaras digitais entre abril de 2017 e março de 2019.

Na luta pela igualdade de géneros, Tóquio 2021 ergue a bandeira dos primeiros jogos “em equilíbrio”, com 49% dos participantes do sexo feminino. Portugal fica ainda 10 pontos percentuais abaixo, com 34 mulheres no grupo de 92 atletas distribuídos por 17 modalidades. Mas se esta não é a maior missão portuguesa na história dos Jogos, uma vez que iguala o Rio 2016, e fica aquém de Atlanta 1996 (107 atletas) e de Barcelona 1992 (101), “tem seguramente a maior presença feminina de sempre e, considerando apenas as modalidades individuais, a percentagem sobe para 46%”, sublinha o presidente do Comité Olímpico Português, José Manuel Constantino.

Os refugiados, voltam aos Jogos, tal como no Rio. É uma equipa que junta 53 atletas de 13 países. Um deles, Dorian Keletela, vai de Portugal.

No desporto, estreiam-se novas modalidades: surf, skate, escalada, karaté. E no programa olímpico de Paris 2024 entra breakdance. Mas há muitos tenistas a desistirem da competição.

Quanto a Portugal, para além dos atrasos na partida de alguns atletas, durante o fim-de-semana, devido à greve da Groundforce, sabia que na comitiva nacional vão a jogo 16 atletas naturalizados e entre os 10 países de origem, Cuba (4) é o mais representado, seguido da China (2)? Sabia que 5 atletas têm em Tóquio o seu batismo olímpico e que a idade média entre os portugueses é de 29,5 anos? Há muito mais para descobrir no site do Comité Olímpico Português , mas também vale a pena recordar que os atletas lusos conquistaram até hoje 24 medalhas olímpicas: 4 de ouro (Carlos Lopes, em 1984, Rosa Mota em 1988, Fernanda Ribeiro, em 1996, e Nelson Évora, em 2008), 8 de prata e 12 de bronze). Quanto a objetivos para Tóquio, o COP avança com duas subidas ao pódio e 12 posições de finalistas nas diferentes provas. O orçamento desta missão é de 18,5 milhões de euros.

OUTRAS NOTÍCIAS

Covid O número de novos casos de covid- 19 continua a aumentar e, no domingo, o dia em que o norte superou Lisboacentenas de pessoas manifestaram-se contra o certificado digital e outras regras impostas no combate à pandemia. Já em Inglaterra, o primeiro-ministro, Boris Johnson, e o ministro das Finanças ficaram em isolamento na véspera do levantamento das últimas restrições no país. Na Ásia, a Indonésia tornou-se o novo epicentro da epidemia.

Greve Viajar de avião continua a ser uma aventura, não só por causa da covid-19. Este fim de semana, a greve dos trabalhadores da Groundforce forçou o cancelamento de centenas de voos , deixou milhares de passageiros em terra, “demonstrou que a empresa é estratégica para o país, é muito mais do que uma empresa de tratamento de bagagem, é responsável pelo fluxo logístico de todos os aeroportos nacionais”, diz o Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos .

Incêndios No Algarve, as chamas consumiram mais de 600 hectares durante o fim-de semana, entre Monchique e Portimão . O drama anual dos incêndios estivais começou e pode aumentar a pressão sobre o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Inundações O balanço final do mau tempo que se bateu sob a Europa central ainda está a ser feito. Para já há dois números que se destacam: 180 mortos e milhares de desaparecidos.

Autárquicas PS e Livre fecham acordo para coligação em Lisboa. Em Gaia, o PSD apresentou oficialmente a candidatura de Cancela de Moura à presidência do terceiro maior concelho do país, numa coligação que junta o CDS e o PPM.

Corrupção O Ministério Público investiga 50 casos de corrupção no futebol.

Condenação A EDP foi condenada a pagar três milhões de euros a cinco câmaras por não repartir receitas recebidas das empresas de telecomunicações que passam cabos nos postos da luz. A empresa, diz o JN, contesta as decisões dos tribunais arbitrais. Entre os argumentos apresentados, a EDP refere que o valor "é abatido aos custos de exploração da rede, em benefício de todos os consumidores".

Isabel dos Santos A empresária Angolana não vai receber indeminização na Efacec, noticia o Jornal de Negócios.

Madeira Alberto João Jardim está de férias. E com este argumento justifica a sua indisponibilidade para receber o Prémio Emanuel Rodrigues das mãos do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esta segunda-feira se desloca à Madeira para celebrar os 45 anos da instalação da Assembleia Regional.

Tecnologia Dos amantes-robot à infidelidade virtual, este artigo da edição do El País para o Brasil põe a nu “o sexo que as novas tecnologias trazem”.

FRASES

Tudo isto é apenas por causa de um milhão de euros. É muito abaixo do que está a ser causado ao país

André Teives, presidente do Sindicato dos Técnicos de Handling dos Aeroportos sobre a greve para exigir o pagamento atempado de salários e subsídios de férias

Por favor sejam cautelosos

É o apelo de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, quando o plano de desconfinamento delineado pelo governo britânico chega à última fase

Temos de nos apressar, temos de ser mais rápidos na luta contra as alterações climáticas

Angela Merkl, chanceler alemã, na visita a uma das áreas mais afetadas pelas cheias na Alemanha

Não vou voltar aos palcos com o meu pai a controlar o que visto, o que digo, o que penso

Britney Spears, cantora, a abrir uma nova frente de batalha contra a tutela do pai

O QUE ANDO A LER, A VER, A OUVIR

À procura de uma fórmula eficaz para atenuar a síndrome da abstinência de viagens imposta pela pandemia nos últimos 16 meses, em busca de inspiração para programar as férias que aí vêm, ainda sob a ameaça da covid-19, comecei a navegar em blogues, a procurar mundo através dos olhos de outros.

Foi assim que nas últimas semanas descobri os “Passadiços de Vila do Conde: Um passeio junto ao mar, da praia de Azurara a Angeiras” , a ”Rota dos Túneis - O Comboio de La Fregeneda a Barca d´Alva”, mas também penetrei no ”Maboneng, o Mais Vibrante Bairro de Joanesburgo”, registei a ideia de acampar no Santiaguito, um vulcão em erupção na Guatemala, e fiquei a conhecer melhor o Laos.

Há muitas propostas, para todos os gostos e diferentes bolsas. Basta entrar no site da Associação de Bloggers de Viagens Portugueses para mergulhar no país e no mundo, mas deixo aqui algumas sugestões diretas de blogues por onde tenho passeado, perto e longe de casa, todos com versão no Instagram: Alma de Viajante, de Filipe Morato, Born Freee, (com eee, sim) de Rui Barbosa Batista, João Leitão Viagens, de João Leitão, Viajar entre Viagens, de Carla Mota e Rui Pinto, Viaje Comigo, de Susana Ribeiro, Expert Vagabond, de Matthew Karsten (aka Matt) e Legal Nomads, de Jodi Ettenberg.

Enquanto estou por casa, aguardo a estreia na OPTO, a 24 de julho, de “Na Porta ao Lado”, um conjunto de três filmes sobre violência doméstica, escritos e realizados por mulheres, com o apoio da APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.

Na agenda, tenho uma sugestão da Margarida Mota, minha colega na Delegação Norte do Expresso, para visitar o Museu do Holocausto do Porto. “A existência de uma importante comunidade judaica na cidade não é propriamente uma novidade. Pela beira-rio, é possível encontrar múltiplos vestígios das várias judiarias que deram vida ao Porto até finais do século XV. Na zona do campo Alegre, a poucos metros da Sinagoga (a maior da Península Ibérica), o recém-inaugurado Museu do Holocausto desvenda um ângulo menos conhecido da relação do Porto com os judeus. O novo espaço tem expostas cerca de 400 fichas de refugiados judeus que passaram pela cidade durante a II Guerra Mundial, em fuga à perseguição nazi, muitos deles com vistos atribuídos por Aristides de Sousa Mendes.

O Museu não descura o peso da morte associada ao Holocausto - com fotos de prisioneiros, uma grande imagem da entrada icónica do campo de extermínio de Auschwitz I ou a reprodução de uma casamata de um campo de concentração -, mas foca-se em especial na celebração da vida, naqueles que escaparam à barbárie. Na discreta fachada do edifício, uma palavra em hebraico apela: "Não esqueça". De regresso a casa, o visitante pode prolongar a experiência com o visionamento da longa metragem "A Luz de Judá" (neste link, on demand: https://vimeo.com/ondemand/aluzdejuda), produzida pela Comunidade Judaica do Porto, a abordar a vida dos judeus na cidade desde a Idade Medieval até aos dias de hoje”.

E uma nota musical: a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, sob direção musical de Nuno Coelho, apresenta na sexta-feira “Tradições Populares”, num programa que combina obras de Béla Bartók , Antonín Dvořák, Samuel Barber e György Ligeti.

Antes da despedida, aceite esta proposta: Como faz hoje 135 anos que morreu Cesário Verde (1855 – 1886), homem de quadras simples, das coisas do quotidiano, percursor do modernismo em Portugal, o primeiro dos poetas apresentados na escola a prender-me no encantamento brutal das palavras, um “mestre”, segundo Fernando Pessoa, não deixe de ler um dos seus poemas. Ou leia pelo menos este pedacinho de “Contrariedades”:

Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.

Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.

Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O Doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre. E deve a conta na botica!
Mal ganha para sopas...

Este Expresso Curto fica por aqui. Continue na nossa companhia no Expresso, na Sic, na Tribuna e na Blitz. Boas leituras, tenha uma excelente segunda-feira e entre no espírito olímpico sem esquecer que o dia no Japão começa oito horas antes de Portugal.

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