No Dia do Herói Nacional, jovens saíram às ruas no Bengo para exigir melhores condições de vida, combate à fome, à pobreza e ao elevado custo de vida. "O mais importante é resolver os problemas do povo", lembram.
Foi com o slogan "nós queremos luz, água, saúde e educação” que manifestantes na zona de Panguila, província angolana do Bengo, chamaram a atenção dos governantes esta sexta-feira, (17.09.), Dia do Herói Nacional.
Numa marcha pacífica, que contou com o asseguramento da Polícia Nacional, frases como "basta de promessas falsas, nos prometeram e não estão a cumprir. Por que?" constavam dos panfletos dos manifestantes.
Os jovens foram às ruas no dia em que se homenageia o primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, para se cumprir com as palavras do herói nacional de que "o mais importante é resolver os problemas do povo".
Um dos manifestantes disse à DW África que a falta de condições mínimas de vida na sua comunidade o motivou a juntar-se à marcha: "Somos tratados como cabritos. As nossas crianças crescem mal. Não temos direito à informação, direito ao hospital, escola e água".
Incumprimento de promessas
Miguel Choquito, um antigo combatente que diz ter convivido com Agostinho Neto, reclama do aumento da criminalidade e da falta de serviços básicos na zona da Burgalheira, onde reside.
"Aqui sai governador, vem governador e os governadores não sei o que andam a fazer. Administrador recebe dinheiro e não faz aquilo. Ou faz a metade e põe a metade no bolso dele. Uma estrada dessa nunca é asfaltada?", diz.
Alberto Muca, um dos manifestantes, disse que ficou mais preocupado depois de ver um chafariz a deixar de jorrar água alguns dias depois de ter sido inaugurado pela governadora do Bengo, Mara Quiosa.
"O chafariz só saiu água por duas semanas. Depois das duas semanas, nunca mais jorrou água. Eu fui lá e está cheio de capim", conta.
Daniel Alcino, membro da organização da manifestação, elogia o comportamento da Polícia Nacional a durante a marcha, mas anunciou novas manifestações contra a má governação.
"Temos manifestação marcada para 15 de outubro e 11 de novembro", afirma.
António Ambrósio (Caxito) | Deutsche Welle
Sem comentários:
Enviar um comentário